Extra 02 - Morgan

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— E agora nós colocamos a pasta de amendoim congelada dentro da massa... — Morgan instruiu seus filhos, ajudando-os a afundar as bolinhas de pasta de amendoim na massa de chocolate com seus pequenos dedos — E nada de colocar o dedo lambido de volta na massa, Poppy. — ele alertou a filha, sem nem sequer olhar na direção dela — Estou de olho em você.

Ouvindo o bufar característico de sua garotinha, o mesmo que a fazia soar ainda mais com a mãe. Contendo uma gargalha, ele terminou de ajudar Patrick a finalizar os cupcakes, movendo-se a tempo de pegar a irmã dele no ar, no mesmo momento em que ela havia acabado de pular na banqueta que ele havia posicionado abaixo da bancada, para que eles pudessem cozinhar junto com ele.

— Papai! — Poppy reclamou, debatendo-se entre seus braços com toda a força que seu pequeno corpinho de cinco anos permitia — Eu posso sair do banco sozinha!

— Mas não sem se machucar. — ele roubou um beijo na bochecha dela, fazendo-a bufar novamente, antes de sentá-la em uma das cadeiras da mesa de jantar.

— Eu posso ajudar você a colocar os cupcakes no forno, papai? — Patrick perguntou, com os olhinhos castanhos brilhando adoravelmente.

— Quando você crescer, amigão. Agora, pode ser um pouco perigoso. — Morgan explicou, fazendo o lábio inferior dele se esticar em um beicinho que o fez se parecer exatamente com Charlie, também — Até porque, você e sua irmã tem um trabalho muito mais importante para fazer para mim: passar o creme de alho nas torradas, assim que eu tirar o pão do forno. — ele o animou, fazendo Poppy surgir ali ao lado no mesmo instante, interessada e com a irritação por não ter conseguido o que queria já esquecida, aparentemente — Oh, e, claro, não podemos esquecer do glacê de chocolate e do granulado para enfeitar os cupcakes, quando eles estiverem prontos. Não posso fazer isso sem vocês. — ele suspirou, dramaticamente.

— Mas você já faz o tempo todo, quando a gente está na escola. — Patrick apontou, como o garotinho inteligente da mamãe e do papai que ele era.

— É verdade, mas nunca fica tão gostoso ou tão bonito como fica quando vocês me ajudam. — ele explicou, tirando o filho de cima da banqueta e colocando-o ao lado da irmã — Assim, nós vamos ter feito mais um jantar excelente e surpreender a mamãe quando ela chegar, hoje à noite.

— Será que podemos comer batata frita no jantar, também? — Poppy perguntou, imediatamente ficando com uma expressão de cachorro pidão digna de um Oscar, que foi imitada pelo irmão — Isso faria o jantar ficar ainda mais gostoso...

Com o bufar desgostoso, Morgan fingiu não ter ouvido aquilo, indo até o forno para tirar o pão recém-cozido e colocar os cupcakes. Apesar de ele e Charlie terem sido bem-sucedidos em não deixar que os gêmeos tivessem contato com açúcar e alimentos industrializados até os dois anos de idade, eles tinham desenvolvido o mesmo amor que a mãe tinha por fast food, depois de surpreende-la comendo um hamburguer escondida no quarto, depois de um dia difícil de trabalho. Não que ele pudesse reclamar da sorte que tinha por poder estar sempre em casa para cozinhar refeições saudáveis e equilibradas para seus filhos e ter certeza de que eles só comecem coisas como lanches em datas especiais. O que não significava que ele gostava de saber que eles gostavam de comida de mentira, como Charlie.

Sua esposa costumava brincar que ele devia abrir um restaurante e tentar converter todos para os benefícios e o sabor da comida caseira, mas Morgan não sentia qualquer vontade de fazer aquilo, pelo menos não naquele momento. Sendo oficialmente um gastrônomo e estando prestes a iniciar seu segundo mestrado, dessa vez em Gastronomia Social e Sustentabilidade, Morgan tinha percebido que gostava muito mais de obter todo o tipo de conhecimento sobre comida, do que realmente prepara-la para outras pessoas que não fossem de sua família. É claro, talvez ele pudesse mudar de ideia no futuro e aceitar os muitos convites de seus professores para cumprir algum tempo de experiência nos restaurantes deles, para além dos estágios obrigatórios. Mas, por agora, Morgan queria apenas estudar e poder ficar em casa para observar seus bebês crescerem. Era a única oportunidade que ele teria de fazer isso, afinal, já que, pouco tempo após os gêmeos nascerem, ele e Charlie tinham descido que sua família já estava completa ele tinha se oferecido para fazer uma vasectomia e garantir que eles não teriam quaisquer surpresas no futuro.

Como Seduzir o Seu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora