Capítulo 17 - Morgan

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Morgan tinha saudade da época em que ele achava que sabia das coisas. Tudo tinha sua parcela de complicação, é claro, mas ao menos ele sabia como agir e o que esperar. Agora, além de complicada, aquela situação tinha se tornado completamente imprevisível. E, ele tinha que admitir, não sabia mais o que fazer.

Antes, a situação era clara como cristal: ele era um homem sem autocontrole que havia se apaixonado por uma garota jovem e inocente que apenas o considerava um amigo. Todas as reações de seu corpo eram de total responsabilidade dele e Charlie estava apenas vivendo sua vida normalmente, quando ele de repente era tomado por seu desejo incontrolável por ela. Enquanto ele conseguisse manter tudo aquilo em segredo, tudo ficaria bem. Sua amizade com Charlie seria preservada e ele poderia lutar sozinho contra aqueles sentimentos, como deveria ser.

Mas, agora tudo parecia ter virado de ponta-cabeça.

Antes apenas achava que Charlie era doce e inocente demais, incapaz de perceber o que havia de errado em andar quase nua em frente a ele e tocá-lo como bem gostaria. Agora, todavia, ele já não tinha mais certeza sobre isso.

Destrancando a porta de seu escritório particular com toda a cautela possível, Morgan se estivesse entrando em uma selva, quando deu um passo a frente para os outros cômodos de seu apartamento, sem saber o que esperar. A diferença era que, ao invés de um tigre ou um rinoceronte esperando para destroça-lo, havia apenas uma garota de 20 anos de sorriso maroto e corpo tentador, pronta para ficar nua na frente dele a qualquer momento e tenta-lo a desistir de todos os seus princípios.

Já fazia dois dias desde o incidente no banheiro, mas ele ainda não tinha conseguido reunir coragem o suficiente para conversar o que tinha acontecido com Charlie. E não apenas por que uma parte dele ainda acreditava que ela ficaria horrorizada se ele ousasse sugerir que ela tinha feito aquilo de propósito. Na verdade, essa parte estava quase morta, àquela altura. A verdade é que ele não sabia o que seria capaz de fazer se ela de fato apenas sorrisse maliciosamente, como fez depois de terminar de se masturbar no banheiro, e dissesse que também o queria. Uma das razões mais fortes para ele se controlar era saber que Charlie só o via como amigo. Porém, se ele estivesse errado esse tempo todo. Se ela queria se entregar a ele tanto quanto ele queira possui-la...

Não, aquilo não importava!

Balançando a cabeça para dispersar aquele pensamento, Morgan começou a caminhar até seu quarto, pisando firme. Se ele estivesse errado sobre o que achava que Charlie sentia por ele, não era importante. Ele não era o tipo de homem que se aproveitaria da paixonite momentânea de alguém tão jovem quanto Charlie, que estava vivendo um momento delicado e claramente estava confundindo o que sentia por ele...

Se bem que, enquanto tirava a roupa e exibia seu corpo nu para ele, ela parecia muito certa do que queria...

Com um rosnado frustrado, ele praticamente chutou a porta de seu quarto para abri-la, analisando atentamente cada conto do cômodo, procurando por qualquer vestígio de Charlie estar ali esperando para provoca-lo, mas, ao não encontrar nada, por fim conseguiu relaxar um pouco. Trancando a porta atrás de si, Morgan se arrastou até a cama, se perguntando o que diabos deveria fazer. Não era como se ele pudesse passar um ano inteiro se escondendo dela pelo apartamento, temendo qual seria sua própria reação se um dia a encontrasse de novo vestindo apenas trapinhos, esperando por ele no banheiro, na cozinha ou em seu próprio quarto...

Perdido em seus pensamentos nem um pouco puros, ele acabou por quase cair para trás quando seus olhos distraidamente passaram pelos travesseiros e enxergaram algo que fez seu sangue ferver. Incrédulo, ele precisou esfregar os olhos várias vezes, antes de finalmente se dar conta de que de fato havia uma calcinha em cima de um seus travesseiros, esperando que ele chegasse, ao que aparentava. Pé ante pé, quase como se uma parte dele ainda tivesse medo de que Charlie estivesse espreitando em algum lugar, pronto para ataca-lo com mais alguma tentação, ele aos poucos se aproximou do travesseiro, rosnando quando finalmente se viu diante da peça de roupa estendida ali.

Como Seduzir o Seu MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora