Como Seduzir o Seu Marido

Capítulo 28 - Morgan

Morgan percebeu que Charlie não estava ao seu lado mesmo antes acordar. Ele não conseguia se lembrar exatamente sobre o que era o sonho que estava tendo, mas provavelmente era algo erótico que tinha acabado com Charlie fugindo dele após os dois compartilharem mais um orgasmo matador, o que o fez pular sobre a cama, alarmado.

Olhando ao redor, ainda desnorteado pelo sono, ele notou, com o coração começando a apertar, que ela de fato não estava em nenhum lugar à vista. Jogando-se para fora da cama, ele nem sequer se deu ao trabalho de vestir mais do que um lençol amarrado em sua cintura, antes de começar a caminhar pela casa, imaginando onde ela poderia estar. Charlie parecia tão decidida e certa do que queria, na tarde e na noite anteriores... Foi graças a à vontade insaciável dela, embora a dele também não ficasse muito atrás, ele tinha que admitir, eles tinham se amado de todas as formas e em todas as posições possíveis, até tombarem sobre a cama por conta da exaustão. E, nem por um momento sequer, durante tudo aquilo, Charlie tinha se mostrado arrependida ou em dúvida sobre o que eles estavam fazendo...

Será que o fato de ter acordado antes que ele e ter tido tempo para pensar melhor a tinha feito mudar de ideia?

Com o estômago apertado diante daquela possibilidade, ele apressou seus passos pelo carpete, sentindo o desespero começando a roubar seu fôlego, até que finalmente o barulho discreto de algo metálico, vindo da cozinha, o levou até a Charlie. Aliviado, ele teve que se recostar na parede por um momento para poder se recuperar, enquanto a assistia comendo uma tigela de cereal, sentada sobre a bancada da pia e vestindo uma de suas camisas, enquanto balançava as pernas distraidamente. A intensidade de seu olhar sobre ela, porém, pareceu alertar Charlie de que ele estava ali, fazendo-a virar o pescoço para encará-lo.

— O que está fazendo aqui? — ela perguntou, ainda com a boca um pouco cheia — Por acaso sentiu minha falta? Eu acordei faminta e precisava de um lanchinho... — ela explicou, erguendo a tigela — Sabe como é, eu merecia, depois de todo os exercício físico que fiz ontem.

— Sim, eu senti sua falta... — ele se limitou a sorrir, feliz por ela parecer ainda acreditar que valia à pena estar ao lado dele — Passei os últimos 34 anos acordando sozinha e, em apenas uma noite, você conseguiu me desacostumar a isso por completo. — Morgan explicou, indo abraça-la.

— Isso é o que eu gosto de ouvir... — ela comemorou, embora tenha aproximado o rosto do dele, com os olhos estreitados, como se o estivesse analisando.

— O que há de errado? — ele questionou, confuso.

— Eu que pergunto. Conheço essa expressão no seu rosto. — ela resmungou, cruzando os braços sobre o peito — Escute, se você fugir de mim de novo, mesmo depois de tudo o que aconteceu ontem, eu vou embora desse apartamento e você nunca mais vai me ver...

— Eu não vou fugir de novo, Charlie, eu prometo. — ele garantiu, sentindo-se culpado por ter quebrado a confiança dela daquela maneira — Não é com isso que eu estou preocupado... É só que... Eu tive medo que você pudesse ter se arrependido... — ele por fim confessou, pausadamente — Depois de finalmente descobrir como é estar comigo...

— Arrepender? — Charlie repetiu, revoltada — Sério? Acha realmente que eu teria feito tudo o que fiz, só para mudar de opinião tão rápido...?

— Não... Eu apenas... — ele gaguejou, incerto como deveria dizer a ela que parecia ser só uma questão de tempo até que ela percebesse que merecia coisa melhor, pelo menos na visão dele.

— Escute, Morgan, eu não sei exatamente como você está encarando o que está acontecendo entre nós... — ela mordeu o lábio, claramente insegura, mas mesmo assim não deixou de continuar — Mas eu não disse todas aquelas coisas ontem só porque estava excitada. Eu estava falando sério! Eu quero você e estou totalmente certa sobre isso. E se você ainda tem alguma dúvida quanto a isso, ou sobre qualquer outra coisa, então podemos conversar. Só... Pare de agir como se uma tragédia estivesse prestes a acontecer... — ela pediu, tristemente — Você não prevê o futuro, sabia?