Como Seduzir o Seu Marido

Capítulo 44- Charlie

— Nem sequer pense em fazer isso, Samantha... — Charlie ouviu Morgan rosnar, ainda escondida atrás das costas dele.

— Você perdeu uma excelente oportunidade, sabia, Morgan? — Samantha disse casualmente, como se eles estivessem conversando durante um chá da tarde — Teria sido minha primeira opção a segundo marido. E teria vivido muito mais do que Anthony, pode apostar, já que pelo menos não é velho decrépito viciado em Viagra e não esbanja cada centavo que ganha. Mas, não... — ela suspirou, enojada — Você escolheu ser um pervertido que gosta de adolescentes e se casar com ela... — Samantha desdenhou, inclinando a cabeça para poder encarar Charlie...

E ela sentiu todo o seu corpo gelar ao perceber que sua ex-madrasta segurava uma arma, que naquele momento estava apontada exatamente na direção do peito de Morgan.

— Samantha... — Charlie engasgou, sentindo um calafrio descer por sua espinha, ameaçando fazê-la desmaiar, mas Morgan foi mais rápido, movendo-se para o lado para escondê-la do olhar da outra mulher mais uma vez.

— Ora, deixe sua esposinha falar, Morgan... — Samantha sorriu, ainda extremamente calma, de uma maneira que era perturbadora — Não seja egoísta...

— Escute, Samantha... — ele a interrompeu, com a voz lenta e controlada, embora a tensão e o pavor em seu tom fossem impossíveis de não perceber — Meus advogados já tem provas suficiente contra você. Mesmo se cometer alguma loucura comigo e com Charlie, não vai adiantar. Na verdade, outro crime como esse só pioraria a sua situação perante o juiz...

— Sinceramente, Morgan, você me tem em muita baixa-estima, não é? — ela desdenhou, não parecendo nem um pouco afetada — Acha mesmo que sou assim tão burra? Que não teria certeza do que estava fazendo, antes de vir até aqui? Eu não teria conseguido me casar com um homem rico e matá-lo se fosse assim tão estúpida... Se bem que eu admito que poderia estar em uma situação melhor, se não tivesse sido tão apressada quando era mais jovem e investigado a situação financeira daquele velho inútil, antes de me casar com ele. — por debaixo do braço de Morgan, Charlie a viu revirar os olhos, sem jamais abaixar a pistola.

— Por que mata-lo? — Morgan perguntou, tenso — Poderia apenas ter pedido o divórcio e conseguido metade de tudo o que era dele...

— Tudo o quê? — ela grunhiu — Metade das dívidas? Da micharia que você dava para ele através da sociedade de vocês dois e que mal era suficiente para pagar míseros 10 empregados e manter aquela mansão de pé? Além do mais, eu não conseguiria nem mesmo a metade de nada nesse divórcio, já que aquela raposa velha faria questão de dizer que queria deixar o patrimônio para a filhinha estúpida, apenas me deixar colocar as mãos no dinheiro! — Samantha reclamou, mas logo sua voz ganhou um tom satisfeito, quando seus olhos se encontraram com os de Charlie — Ora, não me olhe assim, Charlotte, meu bem. No fim, a morte daquele idiota foi benéfica para nós duas, sabia? Ele estava desesperado para colocar as mãos que a família da sua mãe deixou para você e, bem... Digamos não fui eu a primeira entre nós dois que pensou em deixar aquela casa um pouco mais vazia... — ela deu de ombros, fazendo o estômago de Charlie apertar — Eu apenas percebi que seria mais vantajoso colocar esse plano em prática com outra pessoa, antes...

— Você... Você está mentindo. — Charlie não conseguiu se impedir de soluçar, não querendo acreditar que era verdade que seu próprio pai tinha pensado em... Em...

— Pode acreditar que o que eu estou dizendo é invenção se quiser, meu bem. Mas, bem, você conhecia o seu amado papaizinho. Ele era capaz disso e muito mais, querendo você ou não... — Samantha deu de ombros, cheia de desprezo na voz — Mas o idiota não era competente o suficiente nem sequer para conseguir esse dinheiro! Foi quando eu me dei conta de que não precisava mais ser obrigada a aturar aquele martírio em formato de homem por mais 10 anos! Eu dei a ele oportunidades o suficiente para ter um câncer ao longo dos anos, fumando como uma chaminé como ele fazia... Mas, já que ele não tinha capacidade para sequer morrer sem receber ajuda, eu decidi que era um bom momento para me tornar viúva e começar a administrar as propriedades e o dinheiro por mim mesma...