Capítulo 12

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-- O que é isso? -- Eu disse, ou pelo menos eu acho que disse enquanto minha cabeça rodava tanto que tive de deitar nas pernas de Ciryss.

Um dispositivo rosa com a forma de uma mini garrava de água foi colocado nas minhas mãos, o nome ELFBAR gravado em branco na vertical.

-- Um cigarro eletrônico. -- Olhei tão rápido e confusa para ele que a lufada de uma risada saiu da sua boca, sendo seguida pelas risadas dos seus amigos, que a esse ponto eu já não lembrava mais os nomes, mas eram os mesmos de sempre.

-- Experimenta. -- Ele o levou até a minha boca. -- Possui nicotina sintética. Você sempre reclamou do gosto do Nat sherman, então te comprei esse rosa. Puxa devagar, é forte.

Eu ri levemente, e pelo sorriso vitorioso no rosto de Ciryss, ele achou que minha risada fosse de agradecimento. Nem era, ele sempre acreditou que minha cor preferida fosse rosa. Ele sempre esquecia que era amarelo.

Puxei devagar, uma fumaça gelada se formou na minha boca e desceu pela minha garganta como se fossem partículas de areia, lutei contra a vontade de tossir e prendi ela no peito por uma fração de segundo até soltar de volta e sentir o gosto de yakult de morango.

Acho que eu desmaiei por alguns segundos com um sorriso tranquilo no rosto. De fato era forte, muito, muito forte ao ponto de que mesmo ao sentar eu precisasse me segurar em alguma coisa, a pressão diminuindo tanto que fiquei gelada.

-- Vai com calma, bruxinha. -- Ciryss disse bagunçando meus cabelos e rindo tolo, pelo álcool, ou porque ele apenas era mesmo.

Nunca odiei o apelido, também nunca o admirei. Começou como uma forma de ataque ainda no fundamental devido os cabelos loiros serem de um liso armado.

Virou um apelido qualquer quando o resultado do bullyng para aqueles que começaram não foi satisfatório, eu simplesmente não me importava.

Puxei outro trago, maravilhada com o sabor e a sensação, puxando outro e mais outro e mais outro enquanto derramavam licor de framboesa na minha boca.

A essa altura estávamos rindo de uma piada que a namorada do amigo do meu ex quase atual namorado contou, eu não lembrava mais, só que parecia engraçado.

Eramos seis, logo se tornando quatro e acho que ficaram somente eu e Ciryss antes de apagar ao seu lado, onde o sono dessa vez veio carregado de um sonho quase realista, pois o quarto ainda era o de Ciryss, mas a visão do ambiente estava nublada.

Algo se mexeu no vão da porta, poderiam ser patas tampando a luz que entrava pela fresta, eu não pude dizer pois logo elas se dissiparam em sombras e escorregaram para dentro, até que a forma tomada fosse de um homem.

De Zayan.

-- Porra, nem em sonho tenho paz. -- Murmurei tentando sair da cama, meu corpo não deveria está pesado se eu estava sonhando, mas estava, e quando coloquei força nas pernas para levantar da cama, tudo girou até ser firmado por mãos fortes. As mãos dele na minha cintura impedindo que eu caísse.

O que você usou? Acho que ele disse isso, acho que seu cenho estava franzido, acho que sua voz estava embaralhada em alguma emoção que não fui capaz de identificar pois o sonho se dissipou. Apenas um sono quieto e pesado em seguida.

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