Capítulo 5

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  Logo cedo, nos encontramos para tomar café da manhã. Era um gosto encontrar Eleanor a mesa. Tão elegante, facilmente tinha aprendido como se portar como uma verdadeira lady.

  Tomamos chá e comemos pão juntos, conversamos sobre os dias estarem amanhecendo mais frios. Saí logo depois, para me reunir com o conselho. Decidi apresentar o projeto do celeiro para todos, precisava do apoio de todos.

  Meu pai olhou os desenhos do projeto, antes de eu mostrar aos outros.

  – com certeza estamos precisando de mais espaço para armazenagem. Porém, creio que é tarde demais para esse ano. Quem sabe ano que vem.

  – podemos nos dedicar e construir a tempo.

  – bom, essa é minha opinião. Mas você pode apresentar para o conselho, talvez o chefe dos construtores tenha algo a dizer.

  – obrigado, meu pai.

  Os conselheiros estavam decidindo outros assuntos, até chegar a minha vez de falar.

  – senhores– comecei. – estive trabalhando em um novo projeto. Notei que estamos com pouco espaço de armazenamento. Pensei nesse celeiro, maior e com capacidade para até os animais, em caso de nevascas.

  – realmente precisamos de um novo celeiro. Mas já estamos em outubro.-- comentou Brian, um dos conselheiros.

  – estamos montando a frente de colheita e nem sabemos onde vamos armazenar tudo.-- ponderou Duncan, no canto da sala.-- eu acho que deveríamos construir o celeiro.

  – os camponeses vão se dedicar às colheitas. Nos restarão poucos homens para a construção. Ainda mais numa obra dessa tamanho.

  – posso recrutar o máximo de mão de obra possível.-- ofereceu Wilhelm, o chefe dos construtores.

  – seria necessário um cronograma bem apertado.-- rebateu meu pai, exigente.

  – confio nos meus homens. Vamos marcar uma reunião com todos os construtores, ferreiros e marceneiros. Precisamos desse celeiro pronto em dois meses.-- Wilhelm respondeu, lendo o projeto detalhado.

  – certo. Após essa reunião, vamos confirmar se iremos construir o novo celeiro.-- meu pai encerrou.

  Fiquei satisfeito pelo apoio na reunião, mas não podia perder tempo. Tinha muito trabalho pela frente e já me encontrei com alguns marceneiros para uma estimativa da quantidade de insumos que teríamos que adquirir.

  Me dediquei as minhas obrigações até a hora do almoço, pois passaria a tarde com Eleanor.

  Quando retornei aos nossos aposentos, Eleanor me aguardava ansiosa. Com uma capa azul escuro, cabelos presos no alto da cabeça, luvas escuras nas mãos. Aquelas roupas lhe caiam tão bem que era facilmente confundida com uma bela pintura.

  – que bom que retornou.-- ela disse, receptiva. – por um minuto, pensei que não viria.

  – eu jamais desmarco meus compromissos. Ainda mais com minha esposa.-- brinquei, beijando sua mão, elegantemente.

  Eleanor apenas deu uma risada tímida. Ela sempre estava na defensiva, mas aos poucos parecia ter confiança em mim. Ainda era extremamente estranho estar casado com alguém que não conhecia. Nos dias que estivemos juntos, trocamos algumas ideias e aquele sentimento de "pessoa estranha", não existia ainda. Uma afeição surgiu, pelo menos de minha parte. 

  Entretanto, a afeição apenas não era suficiente para tornar um casamento feliz e duradouro.

  Eu estava determinado a fazer nosso casamento o mais feliz possível.

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