Capítulo 9

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Quando o dia amanheceu, ela ainda estava ao meu lado. Eu me levantei com cuidado para que ela não acordasse. O frio matinal dominava o lugar, e eu temi por nossas vidas ali. Enquanto não chegasse as notícias do meu clã, não era seguro sair dali. Porém, o inverno rigoroso era uma ameaça também.

  Sabia que dentro de algumas milhas havia uma fazenda de aliados. Eu precisava ir até eles requisitar ajuda.

  Antes de comer qualquer coisa, selei Willow para partirmos. Enquanto eu me preparava no celeiro, ouvi passos atrás de mim. Virei-me com a mão na espada, pronto para a minha defesa. Mas era Eleanor.

   – poxa vida, que susto!-- exclamei, surpreso.

   – me desculpa. Você não estava no quarto e fiquei preocupada.

  – eu vou procurar ajuda.

  – vai me deixar aqui?

  – está muito frio. Fique aqui, estará segura.

  – nem pensar.

  Respirei fundo.

  – fique com uma espada.-- estendi minha melhor arma. – sempre me deu sorte. Você se defendeu muito bem sem uma. Imagine o que pode fazer com essa belezura.

  – está falando sério?-- ela respondeu, surpresa, pegando a espada de forma desajeitada.

  – sim, por que não?

  – nunca segurei uma dessas antes.

  – considere um presente.

  Mostrei para ela como segurava, o básico para se defender.

  – fique dentro de casa, se aparecer alguém, já sabe o que fazer. Eu vou procurar uns aliados nos arredores, talvez tenham sabido de alguma notícia.

  – tudo bem. Se cuida.-- ela despediu, dando um breve aceno.

  Eu e Willow partimos floresta adentro.

  Uma densa neblina tinha se apoderado da paisagem, ainda era muito cedo e os poucos raios de sol não eram suficientes para afastar a névoa. Eu mal podia ver dois metros a minha frente, ainda mais entre árvores.

  Era um esconderijo bem escondido, literalmente. Segui a procura de algum resquício de civilização por ali. Estava preocupado com meu pai e o que estava acontecendo no meu clã. Podia demorar até dias, para algum mensageiro me encontrar ali.

  Se encontrasse uma fazenda, podia pedir mais suprimentos. Tinha medo de perecer por conta das nevascas.

  Pelo caminho, pude ver que estavam sendo intensas, pois a neve se acumulava em diversos lugares. Mas com o sol saindo, o frio não me castigava mais.

  Após cerca de duas hora de cavalgada, encontrei indícios de uma fazenda. Ao longe, podia ver uma casa com uma chaminé. Cautelosamente, fui até lá.

  Quando me aproximei da cerca da casa, fui recebido por um camponês armado.

  – eu vim em paz. Sou Aiden Mackenzie.-- falei, e isso bastou para que o gentil homem me chamasse para dentro.

  Me assentei junto a lareira para me aquecer.

  O homem me ofereceu uma dose de uísque.

  – o que o traz aqui, meu senhor? – ele perguntou.-- meu nome é Ethan Murray.

  – fugi da cidade. Estávamos em perigo de invasão.

  Sua esposa estava no fogão, com um bebê a tiracolo.

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