Capítulo 14

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No dia seguinte,ao entardecer, a caravana retornou com ela.

  Eleanor desceu da carruagem e estava linda. Usava um vestido de veludo vinho, seus cabelos presos no alto de sua cabeça com alguns fios rebeldes soltos, tinha no rosto um sorriso angelical.

  Eu estava ao lado de meu pai, me comportando como um cavalheiro, quando minha vontade era de beija-la até que ficasse sem fôlego, levá-la para nossos aposentos e fazer amor com ela como se não houvesse amanhã. Eleanor tomava contas dos meus sentidos e pensamentos. Meu corpo reagiu imediatamente ao sentir seu cheiro de erva doce se aproximar para um cumprimento.

  Eu não podia mais tomar chá de erva doce por conta dela!

  Ela segurou em minha mão e se inclinou para um abraço. Eu retribui o abraço e cochichei:

  – senti sua falta.

  Ela apenas sorriu e continuou segurando minha mão, enquanto entramos no castelo.

  Meu pai tinha intensificado a segurança da cidade e do castelo, haviam homens por todos os lados.

  – como estão as coisas no Clã Grant, Eleanor?-- meu pai perguntou, sentando em sua cadeira no salão de festas.

  – graças ao Aiden, que nos ajudou a reorganizar, estamos bem.

  – ótimo. Você tem ideia de quem está te ameaçando?

  – não – ela disse, e me olhou, entendi que mentia. – não estamos em rixa com ninguém. Consegui acordo de paz com todos que meu pai tinha problemas.

  – bom, estamos à disposição. Pode ficar o tempo que precisar. Afinal, aqui também é sua casa. Nossos homens vão investigar quem está te ameaçando.

  – eu agradeço, Lorde Mackenzie.

  Ele apenas sorriu.

  O salão estava se preparando para um banquete. Recebemos visitas de alguns fazendeiros que estavam ali para negociar sementes e adubo.

  Eleanor se sentou ao meu lado, e logo fomos servidos. Ela analisou o recinto e a comida servida.

  – senti falta da animação daqui – ela comentou, bebericando a taça de vinho.

  – deveria decretar banquetes e festas lá. Nada como comida para agradar as pessoas.-- respondi, lhe dando atenção.

   – é uma ótima ideia. Vou esperar as colheitas e vamos ter comida à vontade.

  – vou esperar o convite.

  – precisa de convite?-- ela disse, rindo.

  – estamos reunidos aqui como líder de clãs amigos. Somos aliados.

  Eleanor não disse nada, olhou para as pessoas que entravam no salão.

  Diversos camponeses e fazendeiros iam chegando com suas famílias, a gaita de fole embalava melodias animadas. O cheiro que vinha da cozinha fazia minha boca encher de água.

  Cumprimentamos os visitantes e meu pai se encarregou de mantê-los entretidos. Eleanor permaneceu ao meu lado, comeu e bebeu, trocamos algumas palavras apenas.

  A festa estava agitada e barulhenta. Mas eu não sentia animação.

  Olhei para o lado e Eleanor conversava com Sophia, sua antiga parceira de pastoreio. Ela era muito amigável, todos gostavam dela, por onde passava.

  Levantei e sai caminhando entre as pessoas.

  Sentia uma solidão tão grande, misturada com desprezo e indiferença. 

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