Capítulo 31

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  A manhã chegou e, infelizmente, não tinha nenhuma informação sobre o paradeiro de minha filha.
  Eleanor despertou logo ao amanhecer, chorava com as criadas, pois suas mamas vazavam leite. Em algum lugar distante dali, Aderyn estava faminta.
  A sensação de impotência fazia minha alma se contorcer dentro de mim. Os guardas tinham sido enviados aos outros vilarejos e enviamos mensageiros para os camponeses, alertando sobre o rapto da pequena Aderyn e solicitando informações.
  Eu estava no meu escritório, bebendo a segunda garrafa de uísque para me acalmar, quando pensei em meu pai.
  Não sei se foi a voz do álcool ou da razão, mas fiquei intrigado se ele não estaria envolvido nisso.
  Ele tinha vindo visitar Aderyn e exigir que ela fosse sua futura herdeira. E partiu dali com uma negativa. Ele sabia que não iria adiantar brigar e nem tentar me manipular sobre isso, visto que eu e Eleanor estávamos irredutíveis sobre isso.
  O que é certo é, que eu, naquele instante, considerei meu pai como um suspeito do rapto de Eleanor.

  Sem dizer nada a ninguém, redigi uma mensagem e enviei a ele, por um mensageiro secreto. Levaria uns dois dias para eu obter uma resposta, mas eu precisava tirar essa dúvida de minha mente.
 

  Meu pai,

  Lhe escrevo essa mensagem solicitando que seja sincero comigo: está envolvido de alguma maneira no rapto de minha filha, Aderyn?
  Ela foi levada na noite de abertura dos Jogos do Clã Grant e até agora não recebi nenhuma informação.
  Por favor, seja sincero, se estiver com ela, me diga. Eleanor está desolada.

  O mensageiro partiu a galope com ordens de não parar nem para dormir. Eu precisava que ele recebesse aquela mensagem, eu precisava saber se ele estava envolvido nisso.
  E no dia seguinte, ainda sem nenhuma informação, vendo Eleanor gritar de desespero pela filha, eu já estava fora de mim.
  O mensageiro retornou.
  Ele veio até minha exausto, com olheiras nos olhos e a expressão do cansaço estampada em seu rosto. Nas suas mãos, ele trazia uma carta de resposta.
 

  Aiden, meu filho,

  Estou profundamente chateado por ter sequer considerado que eu estava envolvido com uma atrocidade dessas.
  Eu jamais causaria mal a você, a Eleanor e muito menos a pequena Aderyn.
  Estou em choque por receber essa notícia terrível e já ordenei que meus homens iniciem uma investigação para encontrar onde ela está.
  Fique tranquilo, meu filho. Eu não estou envolvido nisso, e não conheço ninguém que estaria.
  Te desejo força nesse momento.

  Quando terminei de ler, senti o peso do mundo sair de meus ombros. Suspirei aliviado por ter a certeza dela inocência de meu pai.
  Mas ainda desespero pela ausência de notícias de minha filha.
  Quando estava me recolhendo para fazer companhia a Eleanor, General Gordon me solicitou.
  Atendi imediatamente.
  – por favor, me diga que tem boas notícias, General – eu pedi, me aproximando, apressado.
  – senhor Mackenzie – ele me saudou, com um semblante mais aliviado – tenho boas notícias sim.
  – oh, céus!
  – meus homens encontraram Jones. Ele estava bem ferido, abandonado em uma fazenda longe daqui, de Lorde Boyd. Ele está se recuperando dos ferimentos, mas o pouco que ele disse, foi suficiente para rastrear os sequestradores.
  Meu cérebro confuso e agitado, graças ao medo constante e a agonia da espera, não conseguia absorver todas as informações ditas.
  – e então?-- consegui dizer
  – se tratam de alguns desertores, que conseguiram fugir de nós. Eles passaram pela fazenda de Lorde Boyd, na fronteira com os Mackenzie. Certamente seu pai alertou a todos por lá. Pois foram interceptados e acabaram se separando. Os homens de seu pai estão em seu encalço e nossos homens logo estarão lá para trazer a pequena para casa.
  Eu, sem pensar, me lancei ao pescoço dele num abraço desesperado.

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