Capítulo 6

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  Na manhã seguinte, saí logo cedo para resolver meus afazeres. Eleanor não apareceu para o café da manhã, supus que estaria exausta do dia anterior. Afinal, ainda era muito cedo e tivemos um dia bem agitado.

  Me reuni com os construtores do clã para decidir acerca do celeiro. Confirmamos a construção, que ficaria pronta em oito semanas.

  Tudo pareceu bem.

  Visitamos o local da construção e os primeiros marceneiros começaram a trazer as primeiras vigas para a estrutura. Não seria difícil encontrar as pedras ideais para iniciar a fundação.

  Fiquei tão eufórico com tudo, que voltei para o castelo após o anoitecer.

  Ao adentrar o pátio, percebi que estávamos recebendo visitas. Meu pai tinha mandado preparar um banquete e havia uma certa agitação no ambiente.

  Procurei por ele e o encontrei na grande mesa, e Eleanor também estava ali. Cumprimentei minha esposa carinhosamente, com um beijo na testa, atraindo o olhar de alguns presentes.

  Fui até meu pai, que já estava com uma caneca de cerveja na mão.

  – meu filho! Vejo que gostou da esposa.-- ele comentou, me fazendo corar.

  – e por que gostaria? Ela é adorável.

  – conversei com ela na sua ausência, é uma moça muito inteligente. Me contou que vai começar no pastoreio. Fiquei intrigado.

  – ela veio pedir minha permissão. Ela já trabalhou com ovelhas, quando mais jovem.

  – interessante. Gostei muito dela.

  – eu também.

  Ficamos em silêncio por alguns instantes e meu pai perguntou, sem rodeios:

  – ela está grávida?

  Eu me espantei e ele riu da minha cara de espanto.

  – ficaram reclusos esse tempo todo. Era de se esperar que suas regras não viessem.

  – creio que é muito cedo para afirmar algo.

  – não seja mole, meu filho. Precisa de um herdeiro para ser seu braço direito, assim como você é o meu.

  – somos jovens ainda, meu pai. Mudando de assunto, qual o motivo do banquete?

  – Boyd retornou de sua fazenda. Não sei se lembra dele. Ele tem uma grande plantação de trigo bem ao norte daqui. Ele veio com seus homens participar da frente de colheita.

  Eu tinha ouvido aquele nome de algum lugar. Refleti por alguns instantes, antes que eu me lembrasse, pude ver Ophelia caminhando ao lado de uma lady. Ela tinha partido para trabalhar na fazenda de Boyd! Ophelia tinha retornado! Ela conversava com algumas mulheres, despreocupada.

  Voltei-me para meu pai, fingindo não ter visto.

  – fico feliz. Tudo vai dar certo. Eu vou me vestir e volto para o jantar.

  Meu pai acenou com a cabeça e eu fugi do pátio.

  Aquela maldita foi embora, me obrigando a seguir em frente. Quando finalmente estava sentindo algo por Eleanor, ela volta para me perturbar.

  Corri para meus aposentos.

  Entrei na minha banheira, a água morna relaxou meus músculos. Sem que eu me desse conta, estava me lembrando de como a conheci.

  Eu tinha 23 anos, estava voltando de minha primeira grande batalha. Eufórico pela vitória. Ferido. Ela veio curar minhas feridas. Eu poderia estar louco, mas ela era a mulher mais sensual que eu tinha visto na vida.

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