Nossos primeiros dias ali se resumiu em dormir bastante e caminhar pela propriedade. Visitamos os estábulos de ovelhas que ficavam próximo dali.
Eleanor não esquecia sua paixão por ovelhas e cordeiros. Não importava que ela fosse agora a senhora de um clã, ela continuava sendo a mesma meiga moça que apreciava ovelhas.
Mas depois que finalmente todo o estresse e ansiedade se dissipou, já era o fim de semana. Não nós importamos com nada, nem nos preocupamos com o final da gravidez.
Sentávamos juntos na varanda e conversamos sobre diversos assuntos, contando histórias e rindo juntos.
– eu me lembrei, quando era criança, um carneiro deu uma cabeçada na minha bunda e me jogou longe – ela riu, se lembrando.
– jura?-- eu ri, sem acreditar.
– eu estava colocando feno para ele e lhe dei as costas. Quando mal pude pensar direito e estava no chão
Ela ria distraída.
– e depois?-- perguntei, me divertindo com tudo.
– eu tentei me levantar, mas ele tava se preparando para me cabecear de novo! Então só me restava esperar outra pancada!
– e ele bateu de novo?
– sim, eu gritei como uma doida até um criado vir segurar o bicho para eu me recompor
Eu dava gargalhadas sinceras
– você ri, não é? – ela repreendeu, tentando ficar séria, mas era impossível – Fiquei sem sentar direito por dias!
– meu Deus, como você ainda gosta de ovelhas, depois disso?
– eu tenho um bom coração. Quando meu pai fez um guisado com aquele carneiro, eu fiquei triste.
– não me diga!-- eu fiquei surpreso.
Ela riu, desfazendo as tranças dos cabelos, distraída.
– onde está Leonard e Philips?-- ela perguntou sobre os criados, olhando ao redor.
Geralmente eles ficavam acampados perto dali, sem tirar os olhos de nós. Eram nossos guarda costas. Embora nosso desejo era privacidade, precisávamos de alguém para guiar a carruagem por ali.
– pedi que fossem a um vilarejo trazer algumas coisas – eu falei, me aproximando num abraço.
– do que precisamos, Aiden?-- ela ficou meio confusa, se rendendo.
– bom, eu disse a eles que precisava de frutas e mais mantimentos.
– mas a dispensa ainda está cheia.
– na verdade, eu só queria que eles fossem dar uma volta.-- eu sussurrei, beijando seu pescoço
– entendi seu plano, meu senhor – ela retribuiu meus beijos, colando seus lábios nos meus apaixonadamente.
– não podemos perder tempo, pois logo eles estarão de volta.-- sussurrei no seu ouvido – o que eu pretendo fazer contigo vai levar tempo.
Ela ruborizou instantâneamente.
– então vamos, meu senhor.
Eu a conduzi para dentro, sem soltar seus lábios. Suas mãos tateavam meu corpo, procurando uma forma de me livrar daquelas roupas.
E logo nos livramos.
Sua silhueta era atraente, seus seios estavam com o dobro de tamanho e minha boca se encheu de água ao vê-la nua. A cascata escura de seus cabelos caíam sobre suas costas esbeltas e seu traseiro estava arrebitado e pelo menos o dobro maior.
Seu corpo todo parecia uma obra de arte
Principalmente por sua barriga, lisa e redonda, que lhe era o maior dos adornos.
Quando ela estava na minha cama, nada mais importava. Pois eu queria por a minha boca por todo seu corpo. E eu pus.
Eu beijei e chupei cada canto de seu corpo que eu sabia que ela sentia prazer. Me aproveitei daqueles seios fartos. Mergulhei entre suas pernas.
Exploramos o corpo um do outro.
Até que finalmente decidimos que era a hora.
Ela montou sobre mim, como da primeira vez, enlouquecida de desejo. Seus olhos embriagados de prazer encontraram os meus, enquanto eu segurava seus seios que já não cabiam em minhas mãos. A barriga não atrapalhava aquela posição, era uma das únicas que eram possíveis praticar.
E a posição que me dava a melhor visão da minha vida: a face de Eleanor antes, durante e depois de um orgasmo arrebatador.
Quando estávamos juntos na cama, nada mais importava.Era madrugada quando ela me sacudiu. As cortinas estavam entreabertas e eu podia ver a lua cheia no céu, que clareava o quarto.
Eleanor estava sentada na cama, me olhando aflita.
– o que houve, querida?-- eu perguntei, esfregando os olhos de sono.
– acho que o bebê vai nascer.
Esfreguei os olhos de novo, assustado.
– como é?-- exclamei, me sentando rapidamente.
– eu acho que o bebê está querendo nascer, Aiden.
– agora?
– bom, não sei se é agora. Mas acho que estou em trabalho de parto.
Engoli em seco, me levantando confuso. Procurei por um castiçal para clarear melhor o ambiente.
– o que quer que eu faça?
– eu não sei, Aiden, é meu primeiro parto!-- ela respondeu, levemente irritada, colocou as mãos sobre a barriga e fez uma expressão de dor.
Corri ao seu encontro.
– tudo bem? Me diga o que está havendo, Lea!
– Aiden, eu tenho certeza que o bebê vai nascer. Está diferente das outras vezes!-- ela falou, quando a dor passou.
Segurei suas mãos, totalmente perdido.
Por que eu fui inventar de sair do Castelo e vir para o meio do nada?pensei desesperado.
– tudo bem, tudo bem. Vou ver se os cavalariços já voltaram.
– mesmo se tiverem voltado, eu não quero ir sacolejando para o Castelo Grant agora, meu bem. – ela se opôs, se levantando ansiosa.
– mas não temos nenhuma parteira aqui, Eleanor! Não me diga que eu teria que fazer seu parto aqui!-- eu me alterei, sentindo coração bater forte no peito.
– se acalme, Aiden! Você está aqui para me ajudar, e não o contrário!
Ela se encolheu novamente em dor, e eu respirei fundo. Ela tinha razão. Eu precisava acalmar ela para que tudo desse certo. Não adiantaria muito se eu ficasse surtando ali.
Suspirei e me aproximei, enquanto ela esperava a dor passar.
– por favor, Aiden, me traga a mala do bebê e lençóis quentinhos. Estou com frio.
Eu corri imediatamente para o quarto ao lado onde nossas malas estavam. Procurei o pequeno baú onde ela tinha guardado as coisas do bebê. E eu pensei que era bobagem trazer isto!
Separei vários lençóis e cobertores para ela.
Quando retornei ao quarto, ela estava se apoiando na cama, enquanto sentia uma nova dor.
Tentei me lembrar de tudo que Anna, nossa parteira, tinha dito para esperar de um parto. Me lembro que ela disse que a dor seria como ondas e não seria uniforme. Que ela precisava ficar confortável e segura. Que haveria sangue e líquidos. E que não havia limite de tempo para que terminasse. Ou seja, o trabalho de parto terminaria quando nascesse apenas e não havia nada que eu pudesse fazer para acelerar ou atrasar ele.
Coloquei o baú próximo a ela.
Também cobri seus ombros com os lençóis quentinhos, depois aticei o fogo da lareira.
Eleanor caminhou pelo quarto e me disse, respirando ofegante:
– eu nunca vi um parto. Quero dizer, de uma mulher.
– nem eu.-- confessei, enlaçando sua cintura, cuja barriga estava dura e firme – e logo o primeiro será de meu filho.
– eu já vi ovelhas parindo, espero que seja basicamente a mesma coisa
Eu não pude evitar de rir.
– eu também.
Fiquei ao lado dela enquanto ela caminhava de um lado para o outro. Por cerca de duas horas. Estava cansado daquilo, mas não tinha outra opção.
Ela também se cansou e decidiu se deitar um pouco, mas era difícil uma posição confortável, visto que as dores só se intensificaram.
Eu me sentei para que ela se apoiasse em mim. Logo as dores traziam consigo gemidos e posteriormente, gritos.
Me senti impotente por não poder fazer com que aquilo terminasse logo. Meu coração se apertava ao ver Eleanor sofrer em meus braços.
No horizonte, o sol começava a apontar, quando ela se levantou, agoniada. Em um grito, houve água no chão. Sua bolsa de água tinha se rompido. O que significava que o bebê já estava para nascer.
Eu rapidamente fui até ela, segurando em sua cintura, massageando levemente a cada nova dor. Eleanor não dizia mais nada, não me respondia e não parecia estar presente ali.
Ela tinha se entregado completamente ao trabalho de parto, estava imersa nas suas dores e experiências. Eu só podia garantir que ela estivesse confortável.
Sem me dizer nada, ela voltou para a cama, de quatro apoios, como uma verdadeira fêmea da natureza. Gemia e se contorcia, as vezes levantava seu tronco, mas logo abaixava novamente.
Suas mãos procuraram sua intimidade, certamente procurando sentir se o bebê estava nascendo. Ela olhou para a janela, onde os primeiros raios de sol brilhavam e depois olhou para mim, cabelos grudados na testa por conta do suor, face de dor.
– está chegando, meu amor – ela anunciou, estendendo a mão para mim.
Segurei em sua mão fortemente.
– estamos ansiosos pela chegada dessa criança, Lea. Eu estou aqui com você.-- eu falei, sentindo meu coração disparar, pois eu senti que realmente o bebê estava chegando e aquilo tudo não era apenas um sonho, embora parecesse.
Uma última dor chegou, ela gritou, colocando a mão entre suas pernas. Eu corri para ver e ali estava a cabeça de meu filho. Em meio a líquidos e sangue, eu podia reconhecer uma cabeleira ruiva. Lágrimas teimaram em escorrer enquanto eu estendi minhas mãos para recebê-lo ao mundo.
Foi rápido quando seu pequeno corpo escorregou, quente como um pão recém saído do forno. Não tive tempo de analisar cada detalhe, pois logo entreguei nos braços de Eleanor.
Ela chorava de soluçar, abraçando o recém nascido. Ela se sentou na cama, apoiando na cabeceira.
Eu corri ao seu lado.
– é uma menina, Aiden! É nossa Aderyn!-- ela exclamou, examinando o pequeno corpo em seus braços, que já chorava desesperadamente.
Oh, céus! Aderyn!
– oh, Eleanor! Ela está aqui!-- eu disse, entregando um lençol para ela.
– sim, ela chegou.
Eleanor enrolou a bebê no lençol, limpando delicadamente os resíduos do parto, após cortar o cordão umbilical.
– nossa Aderyn, Aiden…– ela sussurrou, encostando a cabeça na minha.
Eu não conseguia fazer mais nada, apenas admirar as duas. Aderyn tinha parado de chorar e estava aninhada no colo da mãe. As duas eram como velhas conhecidas, tal conexão imediata.
– segure ela para mim, querido…– ela sussurrou entregando o pequeno embrulho para mim. – ainda tenho trabalho a fazer.
– eu estou aqui com vocês – respondi, segurando Aderyn.
Ela leve e frágil, a pele rosada e os cabelos avermelhados. Como uma verdadeira escocesa! Senti seu cheiro, cheirava a vida. Meus olhos marinaram e lágrimas escorreram. Olhei para Eleanor, ela tirava a placenta e colocava em uma tigela. Era a pessoa mais forte e corajosa que eu conheci.
Coloquei Aderyn entre travesseiros e busquei lençóis para Eleanor, ela precisava ficar limpa e confortável. E tinha que ficar de repouso.
Quando terminei de cuidar dela, tomei Aderyn nos braços novamente e sentei-me ao lado de Eleanor.
– você é a pessoa que eu mais admiro no mundo – confessei, encostando minha cabeça na sua. – e Aderyn é a coisa mais preciosa que já carreguei em meus braços.
Voltamos nossos olhares para ela.
Desenrolei o lençol para apreciar cada detalhe dela. Todos seus dedinhos e cada centímetro de seu corpo. Era uma menina de aproximadamente sete libras, tinha dobrinhas em suas perninhas.
– sabia que ela ia ser um bebê rechonchudo – Eleanor comentou, pegando ela e levando ao colo. – bom, tudo que aconteceu foi baseado nas ovelhas que eu vi dar crias. E eu sei que elas logo amamentam.
– coloque ela no seio, todos animais mamíferos amamentam assim que tem filhotes – eu falei, emocionado.
Ela me olhou e piscou, e logo tirou um dos seios e ofereceu a pequena Aderyn.
Teve uma pequena dificuldade no início, mas logo Aderyn mamava tranquilamente.
Fiquei olhando para as duas: a coisa mais preciosa que eu tinha estava ali.Quando os cavalariços chegaram com mantimentos, eu os esperava na varanda. Com algumas olheiras nos olhos, por conta da madrugada em claro, mas com um sorriso nos lábios.
– bom dia, lorde Mackenzie – saudou Philips, sendo gentil.
– bom dia. Preciso que preparem a carruagem para voltarmos ao Castelo.-- informei.
– por que, meu senhor? Aconteceu alguma coisa enquanto estávamos fora?-- questionou Leonard, preocupado.
– sim, aconteceu.
– o que houve, meu senhor?
– Lady Eleanor deu a luz nessa madrugada.
Os cavalariços se entreolharam, incrédulos.
– e como ela está? Como está o bebê?-- se agitaram, ansiosos.
– estão bem, graças ao bom Deus. Precisamos retornar ao castelo. Lady Eleanor está de resguardo e não pode se preocupar com nada de hoje em diante. O tempo dela é dedicado à pequena Aderyn.
– é uma menina, senhor?-- perguntou Philips, curioso.
– sim, é uma menina. Agora, vamos nos apressar.
Os cavalariços rapidamente embarcaram as nossas malas e prepararam tudo para retornarmos.
Eleanor tinha adormecido um pouco com a menina e esperamos que elas acordassem para partirmos.
Foi um caminho longo, mas felizmente mais curto que a vinda. Já que havia bem menos neve no caminho de volta.
Quando avistamos o Castelo, uma onda de ansiedade tomou conta de nós.
– iremos apresentar a menina ao povo, Aiden?-- ela perguntou, receosa.
– só se for a sua vontade, querida.-- respondi, acariciando os cabelos de Aderyn, que dormia tranquilamente.-- como é a tradição acerca disso?
– depois de uma semana, tem uma missa para batizar o bebê e apresentar ele ao povo.
– então vamos aguardar esses dias, meu bem. Fique reclusa com ela por enquanto.
– certo.
A carruagem se aproximou do castelo e fomos recebidos por criados alvoroçados. Quando abriram a porta e puderam ver Eleanor com um bebê a tiracolo, a euforia se intensificou.
Enquanto as criadas corriam de um lado para o outro, organizando nossos aposentos, Eleanor simplesmente se sentou para amamentar a pequena Aderyn.
Agachei ao seu lado, para olhar bem de perto.
– é a menina mais bonita que eu já vi – confessei, em um suspiro.
– é nossa, Aiden.-- ela sussurrou, tirando a bebê do peito e me entregando lentamente.-- fique com ela para que eu possa me lavar e descansar um pouco.
– não se preocupe. Eu estou aqui.
Eleanor foi para a banheira fumegante que a esperava e eu fiquei sentado admirando minha filha.
E por fim me lembrei que precisava avisar meu pai sobre o nascimento dela. Não tinha como fingir que eu não tinha meu pai e todo o Clã Mackenzie esperando por notícias nossas.
Mas aquilo podia esperar.
Eleanor precisava de meu apoio naqueles dias difíceis pós parto, já que ela não tinha uma mãe, uma avó ou até mesmo uma irmã, para ser sua companhia.
Tínhamos as criadas fiéis, mas não era a mesma coisa.
Eleanor tinha uma força excepcional, porém não era de ferro, e depois de tudo que passou, precisava reclinar a cabeça no travesseiro sem temer por qualquer mal.
Segurei Aderyn até que arrotasse e a coloquei no berço ao lado da cama. Eleanor terminou seu banho e veio se deitar.
– vá banhar, querido. Precisamos descansar um pouco.-- ela disse, sentando na cama ao lado do berço. – fizemos uma viagem longa e você já está com olheiras.
Eu apenas sorri e as deixei no quarto.
Pedi as criadas que me preparassem um banho também enquanto não ficava pronto, fui para meu escritório. Pensei por vários minutos sobre como eu escreveria uma carta para meu pai.
Precisava lhe informar sobre o nascimento da neta. Eu sabia que ele ficaria decepcionado por ser uma menina, mas não podia fazer nada a respeito disso. Eu também sabia que ele iria exigir que ela fosse herdeira Mackenzie e tivesse em seus ombros a responsabilidade de uma futura união dos clãs.
A cada vez que eu pensava sobre isso, me apavorava imaginar como eu contaria tudo isso a Eleanor.
Ela podia aceitar tranquilamente, já que sabia das responsabilidades de um herdeiro de clã. Ou poderia surtar comigo por conta desse acordo que eu fiz com meu pai, sem comunicar ela.
Ou seja, eu estava fodido.
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Sob as Regras do Clã
ChickLitAiden Mackenzie é o futuro líder de seu Clã, braço direito de seu pai, criado e preparado para liderar. Educado sob as regras de seu pai, fazendo o que for preciso para assegurar o melhor para seu povo. Eleanor Grant é uma viúva, filha do líder do C...