Eliza
Eu tinha uma vida feliz, vivia com meu pai e minha mãe numa mansão. Eles me amavam muito, erámos muito unidos, todos dias passavámos um tempo de qualidade juntos. Meu pai amava muito minha mãe, sempre que podia demonstrava seu grande amor. Eu me inspirava em seu grande amor, com eles aprendia a cada dia o valor do amor. Eu queria ter algo semelhante à eles, cultivar o amor e o preservar.
Porém, esse ambiente de paz e amor de repente foi abalado.Minha mãe foi diagnósticada com cancer, o tratamento não deu resultado e ela morreu. Junto com ela, morreu nossa família também. Meu pai se tornou amargo, me culpava pela morte dela. Ele me contou que ela não podia ter passado pelo processo de gestação por ter saúde frágil, mas ela arriscou-se por mim e provavelmente isso arruinou as possibilidades dela conseguir suportar o mal que a alcançou.
Sinto-me totalmente sozinha, passo maior parte do tempo olhando para a correntinha que minha mãe e meu pai me deram no meu aniversário de 5 anos. É um correntinha de prata com uma folha, com a seguinte escrita: sempre lute, nunca desista!
Essas palavras me lembram de minha mãe, mesmo quando sentia dor, ela sorria para mim, lia e brincava comigo. Em seu último suspiro, ela pediu para que cuidassêmos um do outro, que vivecemos por ela, que fossêmos felizes.
Tentei ajudar meu pai a se recuperar, mas ele quase não fala comigo. Não importa o que eu faça, ele permanece frio.
Hoje é meu quarto aniversário sem ela, meu pai veio bem cedo e disse para eu arrumar minhas coisas, ele nem sequer me deu bom dia.
...
Termino de arrumar minhas coisas e vou até onde ele está.
— Pai, para onde vamos? – pergunto.
— Você vai ficar com sua tia Leia. – diz ele.
— Mas eu quero ficar com você. – digo.
— É o melhor para você, não posso cuidar de você. – diz ele.
— Vai me deixar? – pergunto com voz chorosa.
— Quando eu puder, volto e te pego. Agora não posso. – ele entra no carro.
Lágrimas caiem de meus olhos.
— Entra no carro, Eliza. – diz meu pai.
Entro. Seguimos viagem até a casa da tia Leia.
Meu pai desce do carro, eu também.
— Ela está te esperando. – diz ele.
— Não vai entrar comigo? – pergunto.
— Não. Eu tenho que ir. – diz ele.
Antes que possa entrar no carro, o abraço.
— Eu estarei te esperando, pai. – me afasto do abraço, pego a correntinha do meu pescoço e coloco em sua mão. – Me entrega quando voltar.
— Adeus. – ele entra no carro e arranca para longe.
Sem escolha, bato na porta.
Uma moça da minha idade atende.
— Olá, a tia Leia está? – pergunto.
— Sim, pode entrar. – diz a moça.
— Quem diria que a filha da Helena iria ficar no meu humilde lar? Seja bem vinda, sinto muito por não ser o tipo de lugar que está habituada. – diz tia Leia, irônica.
Leia é a única irmã de minha mãe, por algum motivo ela sempre quis manter distância dela e agora, meu pai me deixou aqui.
— Eu não me importo com luxos, minha mãe me ensinou que o nosso valor não está no que temos e sim no que somos. – digo.

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Amor puro
Roman d'amourEliza é uma moça que passa por várias dificuldades na vida, mas sempre busca ser gentil e cuidar dos outros. Apesar de carregar uma grande dor, é positiva e enxerga o mundo com os olhos do amor. Seus pontos fortes são o altruísmo e a amizade. Luiza...