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Anahi

— Anahi, como vai? Meu nome é Zehra Herrera e sou sua sogra. Já passou muito da hora de nos conhecermos.

É esse o meu primeiro contato com a mãe de Alfonso. Eu tenho a sensação de que um pequeno furacão entrou em meu quarto.

Eu fico tão impactada com o que ela diz em um só fôlego que por um momento, apenas a observo.

Alfonso saiu do quarto para nos dar privacidade, mas e eu queria que estivesse aqui para me dizer o que é certo responder em uma hora dessas.

Opto por resolver uma questão por vez.

— O prazer é meu, senhora. Meu nome é Anahi Puente, mas não sou sua nora. Eu e seu filho terminamos.

Ela não se aproxima ainda. Fica me observando como uma mãe faria com uma criança teimosa antes de dizer:

— Eu gosto de você. Não tinha certeza se conseguiria gostar porque as coisas que seu pai fez… mas, sim, eu gosto de você, Anahi Puente, e agora que já quebramos o gelo, que tal conversarmos sobre seu relacionamento com meu filho?

Jesus Cristo, eu tenho certeza de que nunca conheci alguém mais direto do que ela.

Eu li em algum lugar que as mães turcas têm por hábito visitar as candidatas à futuras noras para verificar se servem para seus filhos antes que um compromisso formal seja firmado.

Uma hora depois, eu fiz um resumo da minha história com Alfonso. Ela não me interrompeu quase, apenas dando risadas ocasionais ao ouvir sobre nossas brigas.

É fácil conversar com Zehra. Depois do impacto de seu discurso inicial, ela se mostrou doce e agradável. Talvez um tanto curiosa, mas ainda assim, agradável.

— Eu tentei criar os meus filhos da melhor maneira possível, mas às vezes penso que falhei.

— Por que diz isso?

— São todos muito orgulhosos.

— E arrogantes. Não se esqueça dessa parte, senhora.

Ela dá risada.

— Sim, eles são, assim como o pai deles também era, mas posso dizer, Anahi, que quando se apaixonam, é para sempre. E meu Alfonso é louco por você, assim como meus outros meninos por suas esposas.

— Nós brigamos muito. Temos gênios fortes e nenhum dos dois recua. Além do mais, eu estou magoada.

— Eu entendo, minha filha.

— É doloroso ficar perto dele e longe também. Faz sentido?

— Faz, sim. Isso se chama amor, Anahi, mas não do tipo sereno. E sim, aquele mesclado com paixão. O melhor, pelo qual vale a pena viver.

— Eu preciso pensar, mas não quero que ele se afaste. Devo ser uma tola, porque senti falta dele cada dia em que ficamos separados.

— Todos os apaixonados são tolos, Anahi. Não estou defendendo meu filho. Foi muito errado ter duvidado de você, mas se o ama e o mantiver longe, estará punindo a si mesma também.

— Obrigada, Zehra. Eu não tenho amigas ou uma figura materna para me aconselhar.

— Eu procuro ser justa, menina. Sou uma leoa para defender meus filhos, mas não sou o tipo de mãe que acha que eles são perfeitos. Se eu acreditasse que o que o meu Alfonso  quer com você não é nada sério, grávida do meu neto ou não, a aconselharia a ir para longe, mas tenho certeza de que seu amor é correspondido.

Alguns minutos mais tarde, duas mulheres lindas batem na porta do quarto: uma morena sorridente que se apresenta como Maria Luísa, a esposa de Emir, e outra tão bonita quanto uma princesa, Ophelia, a esposa do primogênito de Zehra, Cenk.

O Acordo - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora