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Anahi

Eu me levantei antes dele. Não por vontade, mas porque me lembrei perfeitamente do que disse durante o jantar: que não dormiríamos juntos.

Eu preciso perguntar sobre as outras regras, porque não faço ideia de quais são.

Ligo o chuveiro do meu banheiro. Quando entrei no quarto, vi que ainda eram três da manhã, então tecnicamente uma das regras já foi perdida, porque nós dois dormimos juntos, senhor magnata.

Deixo a água quente escorrer pelo meu rosto e cabelo e em pouco tempo, eu me sinto mais relaxada, mas o ardor no meio das minhas coxas traz de volta a memória do que aconteceu há algumas horas.

Como as pessoas conseguem fazer isso? Dormir com vários parceiros a vida inteira sem se apaixonar? Ou será que se apaixonam por todos?

Eu li uma vez que os homens encaram o sexo de maneira diferente de nós. As mulheres confundem intimidade com carinho,mas para eles, ficar nu com outra pessoa, tocar e ser tocado, não significa nada além de dar e receber prazer.

Eu tenho que me manter muito atenta a isso para não fazer algo de que vá me envergonhar depois.

Alfonso já tem um ego bem trabalhado. Não precisa que eu contribua para aumentá-lo chegando ao fim dos trinta dias como uma tola apaixonada.

Eu ouço a porta do banheiro se abrir e um arrepio atravessa meu corpo, em um misto de vergonha e expectativa.

Quando finalmente os braços fortes me rodeiam, eu tento me controlar para não ceder tão fácil, mas ele vira meu rosto para me beijar.

Eu não consigo manter os lábios cerrados quando a língua habilidosa pede passagem entre os meus, e quando enfim me rendo, me entregando ao beijo, sinto o coração disparar com violência dentro do peito.

Depois do que parecem horas, ele se afasta para podermos respirar, mas não me solta ainda.

— Estava desconfortável lá embaixo?

Eu giro em seus braços.

— Não. Estava seguindo suas regras. Disse que não dormiríamos juntos. Eu cochilei. Não queria aborrecê-lo.

Ou passar o vexame de ser enxotada — mas não digo isso em voz alta.

— Eu nunca passei a noite inteira com uma mulher.

Eu esfrio na mesma hora, como se o chuveiro tivesse sido mudado para o gelado.

Estico a mão para alcançar a água, mas ele me impede, então eu me solto de seus braços e saio do boxe.

Enrolo-me em uma toalha e vou até a mala procurar um pijama. Quase morro de susto quando o vejo parado atrás de mim, completamente nu. Achei que ainda estivesse tomando banho.

Não consigo desviar os olhos do corpo másculo. A barriga delineada de gominhos, os braços fortes, as coxas grossas e o sexo, que mesmo em repouso, é enorme.

O meu corpo responde imediatamente à visão dele, mas ainda estou muito chateada, então volto a me virar de costas, ignorando-o.

— O que há de errado?

Eu o olho por cima do ombro, me perguntando se ele está sendo irônico ou realmente não tem ideia.

— Não há qualquer laço entre nós, mas eu agradeceria se não fizesse um paralelo entre mim e suas exs. Seria um jogo desigual, já que não tenho alguém com quem compará-lo.

— Eu não estava comparando, só explicando o motivo de ter lhe falado no restaurante porque não dormiríamos juntos. É que não costumo passar a noite com minhas parceiras.

— Mesmo quando as traz em viagens?

— Nunca viajei com mulheres. Não houve necessidade.

Eu demoro alguns segundos para entender o que ele disse.

— Porque tem uma em cada país, ou quem sabe até em cada cidade do mundo, esperando-o?

Deus, aonde fui me meter?

— Não é bem assim. Não sou promíscuo.

— Não estou julgando-o. Não é da minha conta. Disse que esse era o principal motivo. Qual era o outro?

— Não quero que se apegue a mim — fala com uma sinceridade brutal.

Por dentro, estou magoada, mas eu prefiro cair morta antes de demonstrar.

— Não é exatamente alguém apaixonável, senhor Herrera. Tenho que dar o braço a torcer que nunca imaginei que sexo pudesse ser tão bom, ainda mais da primeira vez e…

Ele não me deixa terminar de falar. Em dois passos, vem até mim e me pega no colo, imprensando-me contra a parede. Levanta minhas coxas e faz com que eu o circunde.

— Nunca pensou que o sexo pudesse ser tão bom? — repete, parecendo louco da vida.

A minha toalha se abriu e está quase caindo no chão. Ele resolve a questão livrando-se dela. Agora, não há mais nada separando nossos corpos nus.

— Sente dor ainda?

— Achei que meus serviços por essa noite tinham acabado.

— Retire o que disse, Anahi.

Eu abaixo a cabeça, envergonhada.

— Eu não quis falar isso. Estou confusa, Alfonso. Não queria levantar agora há pouco, mas você falou que não dorme…

Ele me beija, calando-me.

Eu esqueço a raiva e enfio as mãos na massa de cabelo, puxando-o para mim.

— Podemos mudar as regras — sussurra em meu ouvido.

— Não estou pedindo isso. Durmo melhor sozinha.

— Mas quer dormir comigo — diz a ponta do seu sexo, agora já duro, roçando em minha entrada.

— Assim como você, caso contrário, não teria vindo atrás de mim.

— Eu não vim para dormir.

— Ponha-me no chão — falo, irritada outra vez, porque ambos sabemos que ele está mentindo.

Ou ao menos não dizendo inteiramente a verdade. Sim, talvez ele tenha vindo atrás de mais sexo, mas eu não acho que tenha sido só isso. Sentiu minha falta ao acordar.

Ele não faz o que peço, mas também não tentar me penetrar, fica parado, a cabeça de sua extensão encostada em meu canal em uma espécie de desafio.

— Dormiremos juntos.

— Eu acho que não. Não é algo que depende só de você. Eu…

Ele investe para frente e eu gemo, querendo mais.

— Durma comigo, Anahi.

— Está quebrando suas regras.

— Fodam-se as regras. Eu quero você. Se for embora durante a noite, vou atrás e te pego de volta.

Ao invés de falar que não teremos noites o suficiente para que ele faça isso, já que logo iremos embora da Grécia, eu o beijo.

Ele aperta meu bumbum, me trazendo para baixo. Entra algumas vezes, mas em seguida, me penetra profundamente.

— A única regra nesses trintas dias será: nunca minta para mim, Anahi.

Ele não me dá tempo para resposta, me possuindo com desejo selvagem. Eu correspondo, entregando-lhe tudo.

O Acordo - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora