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Anahi


Cinco semanas depois


— Eu ouvi sua conversa com a cliente agora há pouco. Sua pronúncia tem melhorado dia a dia — minha patroa, a senhora Polat, diz, parando ao meu lado.

— Mesmo? Às vezes fico com medo de estar xingando alguém enquanto penso que estou dizendo um “foi um prazer atendê-lo”.

Ela sorri.

— Não, os clientes a adoram, Anahi, mas agora, vá se sentar um pouco. Já ficou muito tempo em pé durante a manhã.

— Só terminarei esse arranjo e em seguida descansarei um pouquinho. Obrigada por me lembrar.

Eu fiquei durante cinco dias em repouso depois que saí do hospital e pela primeira vez, pensei apenas em mim mesma.

Em nós dois, na verdade, porque tudo o que fiz desde então, foi em benefício do filho que estou esperando.

Como prometeu, Alfonso colocou uma enfermeira para cuidar de mim, embora eu tenha achado um exagero.

Ele também tentou ir à minha casa, mas eu disse que não estava pronta para conversar sobre o futuro do nosso bebê ainda.

Apesar de me sentir tão magoada quanto no primeiro dia em que jogou aquelas mentiras na minha cara em seu apartamento, eu não pretendo deixá-lo de fora durante a gestação.

Ele disse que gostaria de me acompanhar nas consultas médicas e também comparecer a partir do primeiro exame de ultrassonografia, que farei amanhã.

As conversas são feitas através de mensagens, mas Hayden me disse que ele vai todos os dias à sua sala ou lhe telefona, querendo saber os detalhes da minha vida.

Os guarda-costas agora só vêm me trazer ao trabalho e depois, me levar de volta para casa porque, no começo, ficavam plantados na porta da loja e minha patroa disse que estavam espantando os clientes.

Mesmo à distância, Alfonso continua se fazendo presente. Ele manda mensagem ao menos três vezes por dia para saber se tomei café da manhã, almocei e jantei.

Ainda que tenha dito na Grécia que eu engravidasse seria um azar, tenho que admitir que ele tem se mantido atento a cada respirar meu, o que me traz alívio porque significa que será um pai atencioso para o nosso filho.

Ele não tocou mais no assunto do suposto namorado, provavelmente para não me deixar nervosa.

Ontem eu não resisti e liguei para o doutor Özdemir e perguntei se Alfonso havia entrado em contato com ele para perguntar sobre a transferência do dinheiro, já que eu o havia autorizado por e-mail a falar.

Ele me disse que não, o que me deu uma ponta de esperança de que acredita em mim.

E o que isso importa, sua tola? Ele duvidou de você. A condenou e julgou sem nem mesmo perguntar.

Eu afasto as lembranças, caso contrário, cairei na mesma espiral de tristeza dos primeiros dias de nossa separação.

Não estou pronta para pensar sobre isso ainda.

Ontem, para minha surpresa, recebi um telefonema do meu pai. Foi a primeira vez que me ligou desde que saiu da Turquia e pensei que finalmente as coisas entre nós poderiam começar a se acalmar.

Não. Ele mais uma vez insistiu que eu procurasse Berat e concordasse com sua proposta. Por fim cheguei ao meu limite e contei a ele que estou grávida de Alfonso, para que tirasse de uma vez por todas de sua mente essa ideia louca de me juntar a aquele homem que detesto.

O Acordo - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora