-- Temporada 2 -- Capítulo Oito

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- Obrigada. - disse e entreguei o dinheiro.

Me virei e empurrei a porta com o pé para ela fechar, mais isso não aconteceu. Tentei outra vez e novamente não consegui, olhei através da porta e lá estava a última pessoa que eu gostaria de ver neste momento.

- Posso entrar? - perguntou

- Não. - e fechei a porta, antes que ele me impedisse.

Sentei-me no sofá e coloquei as coisas em cima da mesa. Theo abriu a porta e caminhou até mim, parando na minha frente.
Peguei um pedaço de pizza, abri a latinha e olhei na televisão.

- Quer por favor me dar licença? Estou tentando assistir alguma coisa. - dei um sorriso

Ele tomou o controle de minha mão e desligou a tv, pegando no meu braço e me levantando, para que ficasse mo alcance dos teus olhos.

- Você está me machucando Theodore. - bufei, estreitando os olhos - Me solte ou eu vou começar a gritar.

- Primeiro, você vai me escutar. - falou e me soltou - Não vou falar que errei porque sou humano e todas essas baboseiras, mas eu vou confessar que beijei aquela mulher por dois motivos. O primeiro é que eu estava bêbado, o segundo é que eu estava com raiva pois você não me contou que não podia ter filhos. Sim eu também me senti traído, acho que você não irá compreender, mais esse é meu ponto de vista. Eu te amo, não vou te deixar só porque não pode me dar uma família, mas você poderia ter me contado. Eu estaria mais preparado se alguém falasse algo Annie. - olhou ao redor - Não estou pedindo que me perdoe, mas pelo contrário, eu não quero te precionar, mas se depender de mim, isto não irá acontecer. Ainda temos alguma chance?

- Pode levar suas coisas lá pra cima. - peguei o controle da tv - Afinal, você mora aqui. - e me sentei

Ele não disse nada, pegou suas malas e subiu. Comi minha fatia de pizza e assisti a tv, logo em seguida subindo para o quarto.
Theo estava deitado de costas para mim, dormindo. Troquei de roupa e me deitei ao seu lado, apagando a luz do abajur.
Olhei para o teto e me deixei levar pelos pensamentos, pegando em um sono profundo.

Acordei no dia seguinte com uma forte dor nas costas, fazendo com que eu andasse com dificuldade.
Desci as escadas e fui a cozinha, onde Theo estava tomando uma xícara de café.

- Oi. - ele disse

- Oi. - falei sem olhar para ele

Peguei a chaleira e a enchi de água, colocando no fogão.
Me sentei a sua frente e peguei o jornal, lendo algumas matérias.

- Annie...eu

- O que? - dobrei as folhas e as coloquei em cima da mesa - Como você ficaria se soubesse que eu te trai?

- Ficaria arrasado. - confessou

- Então você sabe como eu estou me sentindo. - me levantei e desliguei o fogo, colocando a água na xícara e pegando o saquinho de chá, colocando na mesma.

- Eu sei. - falou - Não gosto de pensar que fiz isso com você em plena lua de mel. Só que eu quero para nós outra chance. Você não vai me falar que não me ama mais ou vai?

- Não, porque isso não é verdade. - me virei e suspirei, ao ver ele muito perto de mim

- Então não deixe que isso atrapalhe o nosso casamento. - disse - Nós podemos adotar.

- Adotar não é a mesma coisa do que ter o seu próprio. Theo, eu sempre sonhei em ver minha barriga crescendo, e você sabe que isso não é possível.

- Daremos um jeito. - colocou as mãos na minha cintura - Por favor.

- Você não entende. - tentei me soltar, mas ele me prendeu no lugar - Você não sabe o quanto é difícil olhar pro homem que você ama e vê-lo fingir que está tudo bem só pra te agradar. - coloquei as minha mãos nas suas, em minha cintura - Não posso te dar um filho Theo.

- Eu já tenho você. - se aproximou - Não quero pedir mais nada. - e me beijou

Suas mãos apertaram meu quadril e me levaram até o fogão. Subi minhas mãos para o seu cabelo e puxei sua boca mais pra minha. Seus lábios soltaram os meus e seus braços me envolveram em um abraço de urso, depositando beijos no meu ombro e pescoço.

- Podemos voltar para a lua de mel? - sussurrou baixo

Dei um sorriso e o apertei ainda mais, não querendo se afastar daquela sensação nunca mais.

- Você me acompanharia em uma viagem a negócios?

- Viagem a negócios?

- Na verdade não é aquela viagem de uma semana e sim de um ano.

- Acredito que eu possa aceitar um filme na Tailândia. - sorriu

Retribui o sorriso e o abracei, me afastando e pegando o meu chá, tomando um gole e me escorando na pia.

- Você está feliz com seu trabalho? - perguntou de repente

Coloquei a xícara na lavadora e o olhei.

- Exercer engenharia foi sempre o que eu sonhei, mas revendo os meus conceitos, não, eu não me sinto a mesma de quando eu começei. - olhei ao redor - Não tenho a mesma vontade de construir um navio, ou restaurar um porta aviões.

- E o que você quer fazer?

- Eu sempre gostei de escrever. - sorri

- Eu te apoio a fazer jornalismo.

- Obrigada.

Ele se aproximou e me deu um selinho.

- Você vai pra Los Angeles comigo?

- Não sei. Tava pensando em ir no ginecologista, você sabe, exame de rotina.

- A sua ginecologista está em Los Angeles. - disse, dando ênfase na palavra sua - Então, vamos? Você não tem trabalho nenhum porque liguei pro seu chefe.

- Tudo bem. - sorri

- Então vamos arrumar a mala. - falou - Já reservei nossas passagens.

- Então você sabia que eu iria?

- Eu tinha certeza meu amor. - sorriu e me abraçou.

- Tudo bem, vamos logo. - me soltei novamente e o puxei para o quarto, começando a arrumar as nossas malas.

Quando Eu Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora