-- Temporada 2 -- Capítulo Vinte & Três

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Theo

Ódio e surpresa eram exatamente o que eu estava sentindo naquele momento. Seu eu fosse falar que o relacionamento com meu pai estava uma merda, pode ter certeza que estava. Minha mãe e Annie me encaravam, esperando que eu lesse a carta que estava em minhas mãos. Virei o envelope e passei o dedo pela cera carimbada com o brasão da família Taptikilis. Descolei ela do papel e tirei a folha de dentro do envelope, deixando ele de lado e abrindo o quadrado em minhas mãos.

" Queridos Theo, Lílian e Annie,

Sinto muito por tudo, mas eu preciso contar a verdade a todos vocês antes de embarcar para essa viagem. Não sou quem vocês sempre pensaram. Claro que me chamo Joseph, mas todos me conhecem por Philip, por causa do meu trabalho. Sou agente da CIA a quase trinta anos. Não podia contar a vocês, pois se soubessem, não confiaram mais em mim e muito menos ficariam vivos para saberem de toda a verdade. Durante todos esses anos que viajei a trabalho da corporação, adquiri muitos amigos e inimigos. Alguns amigos, ficaram encarregados de tomarem conta de todos vocês enquanto eu estiver fora, mas eu peço, tomem os devidos cuidados, pois nunca sabemos o que se passa a nossa volta. Tenho a total certeza de que nenhum dos meus inimigos sabem da existência de vocês, mas se um dia isso acontecer, procurem por Carlk Davis e ele poderá ajudar. Não sei quando voltarei, mas espero que seja em breve. Me perdoem por tudo o que fiz e quero que saibam que não foi minha intenção ferir e magoar vocês. Quero que saibam que mesmo com nossas diferenças, eu amo cada um de vocês, a sua maneira.

Espero que possamos nos reencontrar em breve.

Um grande abraço.
Joseph Taptikilis."

Dobrei o papel e o coloquei junto com o envelope. Annie se levantou e pegou as três cartas em cima da mesa, distribuindo cada uma para os devidos donos. Ela sentou-se novamente no seu lugar e tomou a leitura da carta. Fiz a mesma coisa com essa e voltei minha atenção para as linhas com as letras cursivas do meu pai.

" Querido filho,

Provavelmente você está muito bravo comigo, mas espero que entenda o meu lado. Desde quando era pequeno, eu soube que você tinha muito de mim e jurei a mim mesmo que não deixaria que seguisse os meus passos. Quando me disse que queria ser ator, foi um alívio e uma preocupação ao mesmo tempo. Um alívio porque quando era pequeno, sonhava em ajudar as pessoas a sua volta e isso me preocupou muito, mas foi um problema pois, se conseguisse chegar ao sucesso, todos nós seríamos expostos. Tive que entrar no modo pai mandão e reservado para que nossa imagem não aparecesse no mundo todo. Quando me disse que iria casar, fiquei tão feliz por ter encontrado uma mulher que realmente amasse, mas o que eu não sabia era que, essa mulher era Annie Elgort. Eu não a odeio como vocês todos pensam, mas nós tivemos nossas diferenças assim que ela me reconheceu. Você deve estar confuso e com certeza eu explicarei isso. Quando Annie entrou para a força aérea, nós fizemos um serviço juntos na Europa uma vez e eu me apresentei como Philip Johnson. Cumprimos a ordem do presidente e depois nunca mais nos vimos. Até o dia em que você a levou para conhecer os pais do namorado. A principio, eu a interroguei, pensando que ela tinha se aproximado de você por causa das minhas ações, mas quando ela me disse que não sabia que você era meu filho, eu tive que acreditar. A partir de então, eu a tratei tão mal que até eu mesmo não me reconhecia. Contei toda a verdade a ela e ela jurou que contaria a verdade a você, mas eu implorei de joelhos para que não o fizesse. Por favor, não a julgue por isso. Não faça ela pagar pelos meus erros filho. Quando perguntei o que ela queria em troca pela restrição, ela apenas me disse que só queria a chance de poder ter um futuro em paz com você. Ela não me pediu mais nada e isso foi o que mais admirei nela. Foi ali que eu soube que ela te amava de verdade. Eu fiz muitas coisas erradas nessa vida, mas nada que se referem a vocês. Tive que me obrigar a fazer aquilo com sua mãe para que pudéssemos nos separar, pois eu não queria de jeito nenhum que isso acontecesse. Ou seria assim, ou eles interveriam. Quero que saiba que amo ela e você mais do que tudo. Foram definitivamente as melhores coisas e decisões que já tomei em minha vida. Espero que um dia nós possamos colocar nossas magoadas de lado e nos abraçar outra vez. Espero também que me permita conhecer seu filho, pois isso me fará muito feliz.

Eu te amo querido.

Com amor....seu velho pai."

Não havia percebido que estava chorando. Provavelmente as lágrimas desceram na metade da carta, pois distorcia algumas palavras. Dobrei o papel e o coloquei de volta no envelope, me retirando do local. Não pensava em mais nada, eu só queria que ele tivesse me contado a verdade antes. Nenhuma das duas veio atrás de mim, talvez me respeitando. Não entrei no carro, só queria andar até meus pés sangrarem e talvez, voltaria pra casa naquela noite.
Depois de quase três horas andando por qualquer lugar, tinha o pressentimento de que eu precisava ficar sozinho. Parei em um parque e me sentei no banco, observando os pássaros noturnos.

Caminhava lentamente de volta para casa e quase me custei a chegar inteiro no condomínio.
Assim que abri a porta, Annie levantou-se do sofá as pressas e me encarou, esperando alguma reação da minha parte. Fechei a porta com cuidado e voltei a olhá-la, colocando a chave em cima da cômoda.

— E minha mãe?

— Ela foi dormir. — colocou as mãos no bolso — Estava cansada.

— E me parece que você também. — tentei mudar de assunto

— Não conseguiria dormir sabendo que você estava lá fora, sem celular, sem nada.

Eu abaixei a cabeça e passei as mãos no cabelo, soltando um suspiro de irritação. Já pedi para que ela não se preocupasse tanto comigo, mas ela não me entende. Quando levantei a cabeça para começar a discutir, eu não tive um pingo de coragem de abrir minha boca. Seus olhos estavam marejados e sua expressão de preocupação era evidente. Percebi que ela engoliu o choro e veio ao meu encontro, puxando-me para o melhor abraço que já recebi na vida.

— Eu sinto muito. — pronunciou no meu ouvido, apenas para que eu escutasse — Eu nem sei o que falar Theo, eu só...sinto muito.

Apenas viajei minhas mãos em suas costas e a apertei mais ainda, pouco ligando parando o seu braço que estava com curativo. Eu só queria senti-la. Eu queria saber que ela estava ali todo o momento que eu precisasse. Ambos necessitávamos daquilo.

Era isso o que queríamos esse tempo todo.

***

Olá meus amores, tudo bem?

Sinto muito em informar que não postarei mais de quarta. Apenas nas segundas e nas sextas.

Eu também me surpreendi pela confissão do Josh, mas ele é pai e quem é pai, faz de tudo pelo seu filho.

Tomara que isso dê certo hein?

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Um beijo e até breve!

Quando Eu Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora