-- Temporada 2 -- Capitulo Trinta

75 4 0
                                    

Último capítulo + Epílogo

Nós voltamos de viagem a cinco dias e algumas horas. Eu estava desfazendo minha mala quando senti uma pontada na barriga. Deitei-me com cuidado na cama e esperei que minha respiração ofegante voltasse ao normal.

— Querido, ainda não por favor! — acariciei aquela bola que tinha se tornado meu abdômen e fechei os olhos.

Me levantei assim que senti um alívio e desci as escadas, encontrando Theo no sofá da sala. Me sentei ao seu lado e começamos a conversar, até entrarmos em uma brincadeira e ele começar a fazer cócegas em mim.

— Para Theo! — supliquei, tentando recuperar o fôlego — Você está me deixando sem ar.

— Tudo bem. — disse, recolhendo as mãos e saindo de cima de mim.

Parei de dar risada e me recuperei, encostei minhas costas do sofá mácio observando ele ainda rindo.

— O que foi ? — perguntei, colocando as mãos na cintura.

— Você está semi-nua. — apontou para mim, movendo seus ombros rapidamente.

Olhei para o meu vestido e o decote estava lá em baixo, arrumei a parte do colo e prendi meu cabelo.

— Suas cócegas foram além da conta. — caminhei até a cozinha.

Ele me seguiu animado ainda com o sorriso no rosto. Fuzilei ele com os olhos enquanto fazia um suco de uva.

— O seu filho está muito agitado, e a culpa é sua meu querido. — tomei um gole do líquido, olhando para ele.  

— Agitado? — sorriu, vindo até mim — Por que ele está agitado? — fez uma careta de despreocupado.

— Por quê? — perguntei, incrédula — Tem certeza de que você não sabe o porquê?

Theo deu um sorriso sacana e veio para mais perto de mim, ficando frente a frente comigo.

— Tenho. — colocou a mão na minha barriga — Ele está chutando muito.

— Agora você entende o meu desespero. — dei um selinho nele.

Ele me abraçou e começou a me movimentar em um ritmo de dança. Tentei ficar parada no lugar, mas era impossível.

— Amor, estamos dançando sem música. — coloquei minha mão no seu ombro.

— É amor, eu sei. — sorriu, beijando minha testa.

O chão começou a ficar escorregadio.  Olhei pra baixo e Theo seguiu o meu olhar, minhas pernas estavam todas encharcadas.

Olhei pro Theo e ele me ajudou a caminhar até o sofá enquanto me contorcia de dores.

— O que aconteceu? — perguntou, me fitando.

— A bolsa estourou idiota. Vai pegar as nossas coisas. — apontei para a escada e ele saiu correndo.

Ele pegou a minha bolsa e a do bebê, me ajudou a sair do prédio e me colocou no carro. A caminho da maternidade minhas dores pioravam a cada segundo que se passava e eu estava começando a ficar nervosa. E se o bebê nascer aqui? E se eu morrer? E se der complicações?. Felizmente chegamos rápido no hospital e claro, Theo estava mais nervoso do que eu e olha que quem vai ter um bebê sou eu e não ele.

— Amor respira. — ele falou — Você não vai ter o bebê.

— O QUE? — gritei — EU NÃO VOU TER O BEBÊ ? COMO ASSIM THEODORE JAMES KINNAIRD ? — continuei gritando — ODEIO VOCÊ POR ME FAZER PASSAR POR DISSO. EU NUNCA MAIS QUERO TER UM FILHO, VOCÊ ESTA ME ENTENDENDO?

— Eu não tenho culpa. — disse — E pare de gritar.

— VOCÊ NÃO TEM CULPA? FIZ ESSE BEBÊ COM O DEDO AGORA? — falei sarcástica.

— PARE DE GRI....

Eu o interrompi com um grito, era a dor mais forte que eu já havia sentido. As enfermeiras vieram correndo na nossa direção, me colocaram na cadeira de rodas e me levaram até a sala de parto. Minha médica chegou super rápida e ela logo começou a me preparar para o parto normal.

— Cadê o meu marido ? — perguntei — Não vou ter o bebê se ele não estiver aqui.

A enfermeira que estava do meu lado direito saiu pela porta e retornou sendo seguida pelo Theo. Ele abriu um sorriso de orelha a orelha quando me viu e parou do meu lado agarrando a minha mão. Ele levou ela até os lábios e a beijou tão calmamente que por instinto eu me acalmei junto com ele.

— Vai dar tudo certo querida. — sorriu

— Annie — disse a médica — está na hora de fazer força.

—  Tudo bem. — falei

— Irei fazer uma contagem até dez, e então você vai empurrar, ok? — perguntei e eu assenti. —  1..2..3..4..5..6..7..8..9..10..empurra.

Quando meu fôlego acabou, encostei a cabeça  na maca e tentei respirar o mais rápido  possível, porém  o neném nem se quer deu as caras.

Fiz isso por mais duas vezes até ouvir o seu choro. A médica o colocou em meu colo, para que eu pudesse vê-lo.

Aquele bebê era a criaturinha mais linda que eu já tinha visto no mundo. Seus cabelos negros parecidos com os meus era a única coisa que se destacava naquela pequena cabeça. Os lábios eram parecidos com os do Theo, assim como os formatos dos olhos e do nariz. Theo olhou para mim e deu um beijo na minha testa e fez a mesma coisa com o bebê.

— Quer fazer as honras, papai? — ela perguntou ao Theo, estendendo a tesoura em sua direção.

Theo pegou a mesma de sua mão e então, cortou o cordão umbilical no local indicado.

A enfermeira pegou o bebê dos meus braços e saiu com ele porta a fora. Enquanto ele não estava, Theo e eu começamos a discutir sobre qual nome íamos dar para o neném.

— O que acha de Luke? — falou Theo, acariciando minha mão.

— Não, não combina com ele. — retruquei, colocando minha mão livre em cima da sua. — Leonard?

— Leonard não, por favor. —  falou, rindo —  Antony?

— Antony? — olhei para o lado — Gostei desse nome, é perfeito.

Ele sorriu e me deu um selinho. O bebê retornou todo limpinho e cheiroso, olhei para ele e seus olhos estavam abertos.

— Olá Antony. — sorri — Sou a mamãe e aquele é o papai.

— Olá querido. — falou Theo

Antony era um bebê calmo, assim eu espero que ele permaneça.
Quando eu o vi, entendi qual era o verdadeiro significado de amor incondicional.

Minha mãe sempre me disse que eu sentiria o que um filho nos faz passar. As sensações são incríveis e eu sou eternamente grata por conseguir colocar essa criaturinha no mundo.

Primeiramente fui iludida pelos médicos quando disseram que eu não poderia ter um bebê. Eu sofri por anos, reprimindo essa ideia maluca, porém quando eu conheci Theo eu tive um pequeno fio de esperança.

E então, logo nós conseguimos e finalmente chegamos ao nosso propósito.
Tenho toda a certeza do mundo de que essa criança será muito amada, não só por nós, mas por todos que a conhecerem.

Quando Eu Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora