-- Temporada 2 -- Capítulo Dezenove

224 19 0
                                    

Aquele lugar era o meu ponto de paz, meu porto seguro. O porteiro disse que não poderia abrir, pois o terraço já estava fechado, mas quando viu toda a minha agonia em relação a esse assunto, ele liberou. Lenny era o único senhor que quebrava as regras da portaria, desde que conhecesse a pessoa primeiro e posso afirmar que ele me conhecia melhor do que eu, aliás, venho neste lugar desde que me entendo por gente.

Abri a porta que dava acesso ao terraço do prédio e caminhei até o armário, tirando a bendita chave debaixo do tapete e abrindo o mesmo. Já tinha dito que eu tocava gaita? Provavelmente não. Bem, eu toco. Peguei aquele pequeno instrumento e me sentei no sofá que havia debaixo da cobertura. Coloquei o objeto na boca e soprei, fazendo uma lista de diferentes notas.

- Eu sabia que estaria aqui. - Theo me assustou, aparecendo na minha frente depois que larguei o objeto de lado. - Por que desapareceu?

- Bem, eu só fiquei procurando o meu marido por horas dentro daquele salão e não o encontrei em nenhum lugar. Não estava com clima de ir pra casa, pois sabia que se eu chegasse e você estivesse lá, nós acabaríamos tendo uma briga feia e ficaríamos sem nos falar. Sinceramente, não estou com cabeça pra isso. Se você veio aqui pra discutir, pode ir embora.

Ele não falou, caminhou até mim e sentou-se ao meu lado, encostando sua cabeça no encosto do sofá, fechando os olhos e passando as duas mãos no rosto.

- Vi que estava tão enturmada com a Gwyneth que não quis incomodá-la. Meu pai procurou minha mãe e a ameaçou novamente.

- Quando pretendia me contar isso?

- Não queria que se preocupasse. Uma vizinha ouviu os gritos e chamou a polícia, que por sua vez me ligou e pediu para que eu fosse até a delegacia buscar minha mãe. Ela não queria que ninguém ficasse sabendo, muito menos eu, que iria explodir novamente e acabaria procurando meu pai e fazendo justiça com as próprias mãos. - me encarou - Eu sei que deveria ter contato pra você, mas eu não consegui. Não queria que se envolvesse nessa história novamente, pois da ultima vez, você se machucou. Sinto muito.

- Eu só queria que você confiasse mais em mim. - também o encarei - Eu tô do seu lado e vou ficar pra sempre, mas você tem que aprender que seus problemas agora são meus, assim como os meus são seus. Você tem que me contar Theo. É pra isso que eu escolhi estar aqui hoje. Sou sua confidente esqueceu?

Ele levantou seu braço e passou sua mão pelo meu cabelo, me puxando para que eu ficasse em seus braços.

- Me desculpe. - sussurrou, deu um beijo na minha testa.

- Eu fiquei nervosa, pensei que sei lá, estivesse fazendo coisa errada.

- Eu disse que nunca mais faria aquilo novamente. - passou sua mão na minha barriga - Não só por nós dois, mas agora por ele também.

- Tem tanta certeza que será um menino?

- Sim. - sorriu - Se tivermos outro filho pela frente e for menina, ele poderá cuidar dela.

Abri um largo sorriso pensando na ideia e o beijei, pegando a gaita novamente e tocando a música preferida dele.

- Vamos pra casa? - perguntou.

- Claro. - me desvencilhei de seus braços e me levantei, parando no meio do caminho logo em seguida. - Estou tonta Theo.

- Você não comeu nada durante a tarde toda, deve ser por isso. Ou talvez o nosso bebê está começando a dar as caras. - sorriu e veio até mim, segurou minha mão e me conduziu até o elevador - Passou?

- Sim, mas falando nisso, estou realmente com fome.

- Então vamos passar no restaurante e comprar a comida. - sorriu - O quer comer?

- Eu estava pensando em comida italiana. O que acha de uma lasanha?

- Tudo bem, vamos de lasanha hoje. - apertou o botão do Hall e me colocou a sua frente, beijando freneticamente o meu pescoço - Hum...

Dei um sorriso e me virei de frente para ele, o beijando ferozmente.

- Eu gosto disso. - ele disse - Na verdade, eu amo isso.

- E quem não gosta? - arqueei a sobrancelha e me afastei, virando-me de costas para ele e esperando a porta abrir.

Não deu outra.
Arrastei Theo pra fora do elevador e agradeci ao Lenny, que apenas sorriu e acenou, voltando ao seu trabalho. Nós entramos no carro e Theo pediu para o motorista nos levar ao restaurante italiano mais próximo e assim ele fez.

- Eu vou. - Theo falou.

- Ali dentro deve estar cheio de fãs, deixe que eu vou. - soltei o meu cinto e abri a porta, saindo pela mesma e caminhando para o restaurante. Abri a porta com cuidado e entrei, indo até o balcão - Boa Noite.

- Boa noite. - a atendente respondeu.

- Eu quero uma lasanha de quatro queijos e outra tradicional.

- Certo. Vai ficar pronta em dez minutos. - ela disse.

- Tudo bem. - dei um sorriso.

Enquanto me sentei e fiquei esperando pela minha comida, cerca de umas dez pessoas pediram para tirar foto comigo.

Sério isso?

- Senhorita? - a atendente me chamou

- Sim?

- Aqui está. - me entregou a comida e pegou meu dinheiro, devolvendo o troco e agradecendo.

Voltei para o carro e vi que Theo estava no telefone, provavelmente com sua mãe. Abri a porta e me sentei, pedindo para o motorista seguir para o nosso apartamento.

- Não mãe, eu sei, mas não posso deixar que isso fique assim. - fez uma pausa - Eu sei, mas os vizinhos são testemunhas e tenho certeza que eles vão denunciar. Tudo bem, nós vamos conversar. Annie já voltou e estamos indo pra casa. Okay. - desligou e guardou o celular no bolso - Isso está cheirando bem.

- Se não cheirasse, não teria ficado atoa dez minutos esperando. - coloquei a sacola no banco - Ela está bem?

- Está sim e queria que eu não denunciasse meu pai. - bufou - Eu não entendo, como ela pode deixar ele se safar depois de tudo que fez.

- Ela ainda o ama amor. - segurei sua mão - Tenho certeza de que se ela não o amasse, já teria colocado ele atrás das grades.

- É, pode ser. - levou minha mão até seus lábios e depositou um beijo na palma dela. - Eu te amo.

- Eu sei. - dei um sorriso convencida e estalei a língua - Você ficaria bem se eu dissesse que também te amo?

- Muito bem. - me beijou.

***

Olá amorecos.

Que love entre o nosso casal né?

Se gostou do capítulo, deixe sua estrelinha, se não gostou, deixe sua estrelinha também.

Quero agradecer a _forzayn_ pela linda capa e indicar ela. Recomendo!

Até quarta e mil beijos!







Quando Eu Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora