— Estava voltando de uma festa e resolvi comer algo antes de seguir para casa. — disse enquanto sentava na mesa com sua bandeja.
— Festa incrível hein? Precisou correr para um fast-food. — respondi rindo.
— Horrível! Sério, pensei que seria uma festa interessante e só tinha almofadinhas lá comendo caviar — fez uma careta e mordeu seu hambúrguer em seguida. — sai rapidinho.
— Pensei que morava com seu pai e irmão.
— Morava, mas não aguentava mais continuar naquela cidade. Decidi conhecer outros lugares, pessoas, viver mais, sabe?
Concordei e ficamos em silêncio por um instante.
— Por que está em plena madrugada comendo bobagens? Também estava em uma festa chata?
— Não... Na verdade... — não conseguia terminar a frase, falar sobre Daemon e nosso relacionamento era algo que não gostaria de revelar, ainda mais para Harwin.
— Briga de namorado?
Arregalei os olhos.
— É tão evidente assim?
Ele riu.
— Foi o único motivo plausível que surgiu na minha cabeça.
— Não foi bem uma briga... Eu... Fiquei chateada com algumas coisas e saí correndo para pensar.
Harwin me olhava com atenção.
— Desculpe perguntar, mas foi algo grave?
— Ele teve um relacionamento com uma moça há muito tempo. O término não foi dos mais agradáveis, principalmente para ele. Só que ele se reencontrou com ela, de surpresa nada combinado. Pelo pouco que perguntei, penso que ficou balançado ainda com ela.
Harwin sugava o refrigerante do canudo pensativo.
— Hum! —cantarolou olhando para cima — você ouviu isso dele?
— Não, mas também não negou!
— Rhaenyra, não é defendendo ele, mas... Homens pensam muito antes de falar qualquer merda. Você esperou quanto tempo até ele responder?
Meu deus, eu nem ao menos dei tempo dele responder pensando melhor agora.
— Você já passou por isso? — perguntei.
— Já! Estou passando nesse momento.
Não consegui conter meu rosto corar e um calor cobrir a pele. Eu e Harwin tivemos uma paixonite mais jovens. Mamãe não deixava ficarmos próximos, porque pegou uma vez nós aos beijos no quarto de casa.
— Harwin eu...
— Não tenho esse tipo de sentimento Rhaenyra, mas é inevitável ficar balançado, mas isso não quer dizer que estou apaixonado por você. Sou doido pela minha namorada — limpou as mãos com o guardanapo e olhou atentamente — Se o que disse for verdade, ele teve um longo relacionamento que o marcou. Dizer que não ficou (5%), abalado seria mentira.
Minha mente começou a vagar. Ele estava certo. Isso não quer dizer nada. Se comentar que ele tem uma filha com ela, com certeza vai dizer que estou doida.
— Entendo você se sentir assim — disse me trazendo novamente para a realidade — Se quiser um conselho, deveria voltar e falar com ele e colocar as cartas na mesa.
— Você está certo, fui um pouco precipitada.
— Ele vale a pena? Vale realmente uma conversa?
— Sem dúvidas!
— Então volta lá e conversa com ele.
***
No caminho de volta fiquei pensativa enquanto dirigia. Lembrei da conversa que tive com Nettles após o encontro com a mãe dela.
"Eu não consegui ser amável, não consegui sentir nada. Sou tão parecida com ela fisicamente que tive medo. Será que todas às vezes que meu pai me olha lembra dela? Ele me odeia então?"
"Não Nett! Seu pai te ama. Ele brigou com todos por você, viveu isolado só por sua causa."
O fato de Nettles confiar em mim antes de qualquer outra pessoa me deixou feliz. Ela realmente gostava de estar perto, ouvir meus conselhos e por um momento senti como uma madrasta ou uma mãe que nunca teve.
Batia as pontas dos dedos no volante ansiosa. O farol estava vermelho e refletia sobre todas as ações dele até agora. Daemon sempre voltava, não importava as brigas, desconfianças ou os dias que deixei sem responder, ele sempre me procurava. Passou a turnê inteira me enviando mensagens, fotos e chamadas de vídeos tarde da noite para me ver.
Eu precisava ouvir, nem que fosse uma vez, preciso ouvir cada sílaba lentamente dos seus sentimentos. Só ficaria mais calma depois disso. Caso ele recuse, então vou acabar de vez com tudo isso.
***
Tinha a chave e autorização para entrar qualquer dia e hora no apartamento dele. Não sabia se estava dormindo já, mas voltei sem avisar. Espero não me arrepender.
Abri a porta devagar. Por sorte era bem silenciosa. Percebi a luz da cozinha acesa e a voz dele preencher o ambiente, falando com alguém. Devia ser pelo celular a conversa, pois, escutava apenas sua voz. Fiquei entre a parede que dividia a cozinha para a entrada da sala.
— Eu sei Cregan, você me conhece desde aquela época sabe que não tenho sentimentos nenhum por Alys.
Alys? Então esse era o nome dela? Posso jogar uma praga mentalmente de forma certeira agora.
— Sou doido pela Rhaenyra. Nunca tive um sentimento com tanta conexão como tenho com ela. Ela tem uma personalidade cativante, inteligente, faz o resto do mundo parecer sem graça. Penso que não conseguiria ser o mesmo depois dela. Era como se outras garotas não tivessem a mesma áurea, sensualidade... — parou para respirar — Droga Cregan eu preciso falar tudo isso para ela, mas tenho medo de afastá-la com a minha intensidade.
Senti um arrepio descer por minhas costas. Ouvir tudo isso dele falando com um amigo me fez quase diluir no chão da entrada. Era exatamente o que precisava ouvir. Quero sua intensidade Daemon, caramba! Não precisa ter receio.
— Vou falar com ela, não posso perdê-la assim.
Deus não conseguia parar de sorrir. Espiei curiosa para vê-lo na cozinha. Estava de costas apoiando o braço esquerdo no balcão e o direito segurando o celular na orelha. Usava apenas uma calça larga preta mostrando a cintura delineada e músculos do dorso se formando conforme se inclinava para o lado. Acredito que acabará de tomar banho para aliviar alguma tensão, seus cabelos estavam úmidos e soltos. Eu amava quando deixava solto.
Toda a raiva foi embora com essa declaração no celular e meus pensamentos estavam vagando para agarrá-lo e matar a saudade que estava desse corpo. Queria deslizar os dedos em cada linha de seus músculos, desenhar em suas tatuagens, passar a língua em cada centímetro da sua pele.
O toque do meu celular acusou onde estava. Tentei pegar rápido da bolsa para desligar logo, mas quando olhei a tela, vi que era ele me ligando.
Daemon apareceu com o celular na mão e olhar semicerrado.
— Você não perde a mania de ouvir as conversas escondidas?
— Dessa vez valeu muito a pena. — aproximei passando as mãos em volta da sua cintura.
— Ouviu toda a conversa? — seu olhar era malicioso conforme passava as mãos no abdômen.
— Ouvi o principal... Que você é doido por mim!
Colocou o celular na mesa e me puxou para o seu colo. Passei as pernas ao redor da sua cintura e apoiei meus braços nos seus ombros.
— Saiba que você acabou com qualquer experiência que tivesse no futuro com alguém. Nenhum vai ser igual a você.
Ele sorriu e puxou para um beijo enquanto me segurava. Sua mão deslizou por debaixo da minha saia acariciando a coxa. Apenas o seu toque me deixava úmida e ardendo.
— Me diga o que você quer, faço qualquer coisa — disse mordiscando meu queixo e apertando meus quadris.
— Sexo em todos os lugares do meu corpo. — sussurrei mexendo em seus cabelos agarrando com força — quero você dizendo o que sente entre mordidas e chupões.
— Ah! Rhaenyra! — ele sorriu.
Caminhou até seu quarto, descendo devagar e se distanciando um pouco apenas para tirar minha regata. Quando comecei a abaixar o zíper da saia, ele segurou o meu pulso.
— Não tira, quero você assim.
Tomou o seio com a mão, abaixando para chupar com vontade. Mordia a curva abaixo do mamilo e meus olhos reviraram com a sensação.
Suas mãos deslizaram por debaixo da saia, abaixando a calcinha e jogando para o lado. Então ele se ajoelhou, ergueu minhas pernas em seus ombros e chupou a entrada gentilmente.
E depois intenso e depois faminto.
— Oh, Deus.
Ele cobriu a língua em meu clitóris circulando várias vezes. Apoiava os braços na beirada da cama e jogava a cabeça para trás. Deslizou dois dedos curvando naquele ponto e as pernas responderam trêmulas.
— Se abra para mim — disse mordendo a protuberância do meu prazer.
Eu me esfregava em seu rosto sentindo o pinicar da sua barba por fazer, me jogando para a beira do abismo. Me derreti inteira na sua boca e gritei com o prazer que percorria o meu corpo.
Tirou seus dedos suavemente e passou em minha boca me fazendo chupá-los. Removeu suas calças e cueca e me jogou na cama. Sua boca cheirava a sexo, ele inteiro cheirava a sexo é o aroma natural dele.
— Eu não vou devagar. — ele avisava.
— Não quero que vá.
Com apenas uma mão me virou com a bunda empinada para ele e estocou tão rápido e forte que engasguei quando senti tão fundo. Sua mão entrelaçou a minha segurando a cabeceira da cama. Nós dois soltamos um gemido ao mesmo tempo. Seu dedo indicador acariciou o meio das costas lentamente enquanto me estocava com força. Meu coração batia acelerado e sabia que agora não precisava sentir medo.
— Agora quero você só para mim. — sussurrou próximo, mordiscando o lóbulo da orelha.
Daemon mordeu, lambeu, chupou, deixando marcas por todo o corpo. As estocadas do quadril me empurravam cada vez mais para frente no colchão. Nessa posição ia tão fundo que chegava naquele ponto especial me fazendo pedir mais.
— Você é perfeita. Quero você para sempre.
Me agarrou pelos quadris puxando ainda mais forte. Os sons cada vez mais altos das suas batidas, a respiração ofegante e suas palavras doces falando o quanto me desejava.
— Toque a si mesma. Goza comigo.
Meus dedos percorreram até o meu clitóris inchado. Estocadas e carícias foram o estopim para chegar no clímax e meu corpo tremer me despedaçando inteira. Senti a batida de sua pele contra a minha e seu gemido alto quando liberou seu orgasmo finalmente.
Estava exausta e nós dois caímos na cama dormindo com o calor dos nossos corpos.
***
Meu estômago reclamava de algo estranho. Levantei de cama sentindo o embrulho e corri até o banheiro vomitando.
Daemon acordou assustado e seguiu até o banheiro prendendo o meu cabelo.
— O que foi Rhaenyra?
— Deve ser o lanche que comi na madrugada.
Ele riu entregando uma escova e pasta de dentes para aliviar o gosto ruim da boca. Infelizmente o cheiro e gosto da pasta me fizeram vomitar ainda mais.
— Será que não é uma intoxicação alimentar? Não é melhor ir ao médico?
Balancei a mão de cima embaixo para ele não se preocupar.
***
Decidi ir até o meu apartamento e pegar alguns itens básicos para passar uns dias na casa dele. Estacionei próximo e procurei dentro da bolsa as chaves do apartamento.
— Onde diabos coloquei — revirei a bolsa inteira caindo a maquiagem, lenços, remédios e finalmente a chave.
Colocando tudo na bolsa novamente notei duas cartelas do meu anticoncepcional.
— Oh, droga! — notei que errei os dias entre uma cartela e outra e deixei 4 dias passarem — Droga, droga, droga.
Entrei em desespero e se os enjoos eram outra coisa? Corri até uma farmácia e comprei um teste rápido. Não posso de jeito nenhum estar grávida. Ele disse que era paranoico e falei que tomava o remédio, mas minha cabeça não estava funcionando bem esses dias. O que deu em você Rhaenyra?
Aguardei alguns segundos no banheiro, conforme dizia a bula. Tirei finalmente para ver o resultado.
— Merda!***
Espero que gostem e por favor deixem comentários, eu amo ler cada um deles. Me siga no Twitter: moneceles
Beijooos
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Estranhos Prazeres
Hayran KurguConteúdo: ADULTO (+18) Rhaenyra participa do casamento de seu pai, Viserys, com sua amiga (ex amiga agora) de infância Alicent. Em meio ao turbilhão de emoções, seu tio Daemon aparece após diversos anos. Ela não sabia que esse reencontro reacenderi...