Eros

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Eu não conseguia me lembrar da última vez que vi Rhaenyra tão animada. Pulou da cama pela manhã, alimentou e brincou com Aegon, e correu para preparar algo na cozinha. Amanhã começam os preparativos para o casamento com padrinhos e madrinhas. Não entendi os motivos de ter um ensaio apenas para se locomover corretamente até o altar, mas isso era importante para ela, então apenas obedeço.

Talvez esse seja o motivo de tal euforia.

O que me alegrava imensamente. Depois de dois meses pela nossa perda, vê-la tão feliz e animada era um presente divino.

Nossa cozinha não tinha divisão para a sala. Rhaenyra decidiu assim para ficar mais próxima de quem estivesse em casa. Escolheu algo acolhedor. Ela odiava ficar sozinha.

Ela não percebeu minha presença quando encostei no balcão e observei como separava alegremente os legumes cortados até uma forma untada.

Estava bem-vestida, jovial, mesmo com nenhum compromisso agendado ou em receber alguma visita. As visitas chegariam apenas amanhã. Possivelmente quis arrumar-se para si mesma.

Ou para mim.

Porque essa saia rodada sempre foi minha perdição.

— Tenho certeza que escolheu essa roupa pensando em mim.

Ela pulou assustada com a minha voz colocando a mão no peito.

— Por céus Daemon, quer me matar?

— Você que está me matando.

O sorriso malicioso por cima dos ombros confirmava a teoria.

— Não sei o que você está falando. — virou o rosto voltando sua atenção aos legumes cortados.

Encostei ao seu lado, roçando os dedos em seu braço para cima e para baixo, observando os pelos arrepiarem. Essa maldita é linda. O coque perfeitamente preso no topo da cabeça, deixando pequenos fios soltos, a nuca exposta pedindo para ser reivindicada.

Sua atenção continuava em sua receita, mas eu podia ver a pulsação em seu pescoço e a maneira como o peito subia e descia com a respiração acelerada, revelando seus desejos.

Meus dedos subiram até os ombros, resvalando sutilmente até o pescoço e agarrando com uma forte pressão sua nuca, fazendo círculos suaves com o polegar.

— O que está fazendo? — perguntei ainda curioso pela receita, olhando os legumes distribuídos na forma e uma camada grossa da massa por cima.

Evidente que era uma torta, mas queria ouvir dela.

— Eu esqueci completamente o que estava fazendo. — ela riu, com um ar de sapeca e sedutora.

Ela me olhou por longos e pesados segundos, colocou a mão no meu braço livre e correu a ponta dos dedos sobre a tatuagem de um dragão que fiz antes de ter Nett.

Puxei até minha boca, consumindo seus lábios do jeito que sempre gostei. Ela sorria, beijava e gemia baixo agarrando meus cabelos.

Era impossível deixar as mãos longe de seus quadris e subi até a curva da sua bunda.

— Você tinha que vestir essa saia — grunhi mordendo seu lábio inferior.

— Mereço uma punição por esse comportamento? O que acha?

Filha da puta.

Ela sempre gostou de provocar, me puxar até a borda e ver até onde iriam os meus limites. Não sei exatamente como estava meu rosto, mas a expressão de satisfação que ela fez confirmava o semblante perdido na luxúria.

Estranhos PrazeresOnde histórias criam vida. Descubra agora