Adeus

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Rhaenyra estava devastada.

Chegamos na noite anterior e não conseguiu sair do lado de seu pai nenhum instante. Precisei insistir para comer algo, dormir, beber água.

Olhava do lado de fora do quarto ela segurando a mão dele, aflita.

O acidente foi brutal. Precisaram colocá-lo em coma induzido e não sabemos até quando ficará inconsciente.

— Olá meu rapaz! — disse Rhaenys encostando no meu ombro e abraçando afagando pelo ocorrido — Quando chegaram?

— Noite passada.

— Estão dormindo na casa principal?

— Com Alicent? Nem morto. Provavelmente ficaremos em um hotel, mas Rhaenyra estava aflita demais e pensava apenas em vê-lo.

— E você? Como está? — segurava minha mão carinhosamente.

— Tentando ainda entender o que aconteceu.

— O que me disseram, era que Viserys estava em uma estrada com muitas curvas voltando de uma reunião importante e começou a chover intensamente. Parece que perdeu o controle, os pneus não estavam preparados e colidiu com outro veículo.

Olhava desconfiado.

— Rhaenys nós dois conhecemos bem Viserys, meu irmão é um ótimo motorista, sempre foi zeloso com carro e segurança. Esse acidente não faz sentido e sinto que tentaram matá-lo.

— Não podemos acusar ninguém.

— Você não pensou isso?

— Pensei, a diferença é que você falou em voz alta — deu um meio sorriso tentando suavizar a conversa.

— Minha preocupação é Rhaenyra ter alguma complicação por conta desses acontecimentos. Foi um choque para ela.

— Complicações — me olhava confusa — ela está doente?

— Não, íamos agendar um dia para dar a notícia, mas ela está grávida.

Rhaenys abriu um sorriso se sentindo feliz por uma boa notícia.

— Oh! Meu deus! Que felicidade! Meus parabéns, vamos esperar tudo isso passar e não matar Viserys de uma vez.

— Vou segurar essa notícia o máximo que puder.

— Dorme lá em casa, vai ser bom para vocês, ter outras pessoas para conversar, é um momento delicado.

— Vou aceitar, vai ser bom para ela também. Aliás, tenho uma surpresa para você.

Coloquei sua mão entrelaçada em meu braço e conduzi até a área de alimentação do hospital. Me olhava sem entender franzindo a testa.

— Rhaenys, essa é Nettles.

A garota fechou o livro olhando por cima de Rhaenys. Se levantou indo até sua direção. Fiquei surpreso quando decidiu e pediu se poderia nos acompanhar.

— Voc-Você é tão linda! — pegava em suas mãos olhando-a — Queria tanto Aemma aqui para ver como você cresceu — sua voz estava embargada. Também desejava que Aemma estivesse viva e aqui conosco. Talvez tudo seria mais fácil.

— Meu pai falou muito sobre você e como ajudou ele com a minha criação.

— Espero que contou a verdade e bem de mim — olhava com os olhos semicerrados.

— Falei só mal de você e ela está te cumprimentando alegremente por ser meu tormento.

— Cala a boca Daemon! — despejou dois tapas fortes no meu braço.

***

Consegui convencer Rhaenyra de dormir um pouco. Ficamos juntos no quarto, deitados na cama. Ela se aninhou entre meus braços pedindo um conforto. Acariciava seus cabelos tentando acalmá-la. Dizia que logo ele ficará bem, que foi apenas um susto, então conseguiu ter esperança e decidiu ficar melhor pela criança em seu ventre.

Rhaenys ficará no turno da noite e depois cuido dele, na madrugada. Quero chegar antes daquela ratazana verde. Ainda sigo desconfiado que alguma coisa ela ou a família dela fez.

A morte de Aemma também foi um acidente. Histórias semelhantes, mas não era ela conduzindo o veículo e sim um dos seguranças que por sorte não faleceu, apenas ela sofreu com o impacto morrendo na hora.

Sempre fui um homem desconfiado, ainda não consigo acreditar nessa história.

— Você não descansou? — perguntava Rhaenyra com seus olhos ainda sonolentos, tentando me encontrar pela penumbra.

— Não consegui.

— Você vai cobrir o turno da madrugada, deveria descansar.

— Quem tem que descansar é você, eu me viro, fique tranquila.

Me estudava atentamente. Passava suas mãos macias no meu rosto tentando decifrar minhas expressões.

— Quem está cuidando de você? — disse, ajeitando meus cabelos para trás, mostrando bem o meu rosto — É seu irmão! Você deve estar arrasado também.

De fato estava. Tive minhas desavenças com ele, desconfianças, brigas sem fim e fui expulso quando novo. Entretanto, sempre amei meu irmão. Queria verdadeiramente me acertar com ele, dizer o quanto estou louco e apaixonado por sua filha e seguiria uma família feliz com ela. Não aguentava mais brigar, ter ele longe.

— Vai ficar tudo bem. — tentei responder sem demonstrar minha dor, mas com o tempo ela ficou especialista em decifrar meus gestos.

Não disse nada. Me puxou para os seus braços, agarrando forte com um abraço acalorado. Afagou deslizando seus dedos na nuca, fazendo círculos com um carinho sentido.

Nós dois precisávamos de cuidados.

Rhaenyra despejou beijos pelo meu rosto até chegar nos lábios, devagar, pedindo permissão. Queria de alguma forma esquecer um pouco tudo isso, consolando com amor. Não conseguia dizer em palavras, se expressar sem se machucar, então me tocou delicadamente. Ela precisava de alívio, distração, prazer, qualquer coisa para deixar sua mente longe de qualquer pessimismo.

Eu precisava do mesmo.

Seu beijo era mais amoroso e retribui suave, degustando seus lábios macios.

Puxei sua camiseta pelos ombros revelando seus seios. Acariciei a sua barriga enquanto voltava minha atenção para os seus lábios. Suas mãos desesperadas desfazem os nós das calças, mas não deixei que continuasse. O prazer dela era mais importante agora.

Desci seu short com a calcinha deixando-a nua.

Parecia tão frágil, vulnerável, suplicando o meu toque entre suas pernas. Introduzi meus dedos em sua boceta molhada, sussurrando em seu ouvido palavras doces, elogiando-a, sua beleza, seu corpo, sua personalidade, ela era maravilhosa e precisava saber.

Ela gozou ofegante, agarrando em meus ombros, gemendo baixo. Encostamos nossas testas olhando nos fundos dos olhos.

Rhaenyra tinha um poder tão grande sobre mim, que me deixava preocupado às vezes. Estava sempre à mercê dos seus desejos.

Ela me puxou, querendo tirar minhas roupas.

— Não precisa fazer isso se não quiser — eu disse tentando explicar que queria apenas cuidar dela, não precisava se preocupar comigo.

— Você precisa tanto quanto eu.

Então, não falei mais nada. Pairei sobre seu corpo me encaixando em suas pernas e entrando devagar. Uma das mãos se uniu com seus dedos apertando forte e a outra ajeitava seu corpo embaixo.

Entrei devagar, sentindo seu calor viciante.

Quando cheguei até o final, seu corpo arqueou me puxando para mais. Batia meus quadris devagar, fazendo-a tremer. Passava suas mãos por todo meu corpo carinhosamente. Meu rosto se afundou em seu pescoço e seu abraço era forte, me aprisionando em seu peito, desejando apenas se unir nesse sentimento intenso.

Mordeu meu ombro tentando conter mais gemidos e gozou pela segunda vez. Me enterrei nela com mais duas estocadas me liberando. Urrei entre seu ombro e pescoço despejando dentro dela.

— Obrigada — disse me olhando amável — Obrigada por estar comigo.

***

Olhava Viserys dormindo, imóvel, indefeso. Era meu irmão mais velho, mas precisava sempre de proteção por ser ingênuo.

Claro, ele tem seus defeitos, sua opinião sobre Nettles nunca vou perdoar, mas não conseguia deixar de estar com ele.

Talvez quando tudo isso passar, sua opinião mude.

— Você se lembra quando nossa mãe te viu fumar pela primeira vez? Ela correu para puxar a minha orelha falando estar influenciando você. Me conhecia tão bem sabendo que qualquer desvio de caráter seu, era por influência minha.

Tentava conversar com ele, trazer nossas lembranças felizes. Quem sabe assim ele volta?

— Aemma sempre foi doida por você, mas era tão tímida. Se apaixonou justamente por outro tímido — sorri lembrando dela, deixando algumas lágrimas escorrerem — Insisti para dançarem juntos naquela festa e agradeço todos os dias por isso. Vocês trouxeram a mulher mais incrível para o mundo.

Agarrei sua mão, aproximando dele.

— Porque você nunca me valorizou? Sempre fui um estorvo para você? — estava sozinho na sala, um silêncio reinava e me deixei liberar os sentimentos que eram tão guardados — Você me obrigou a casar aquela vez, aceitei a contragosto, e no final entendi que você queria apenas se livrar de mim.

Apertava as mãos na perna tentando segurar as lágrimas.

— Não quero chorar por você, eu te odiei tanto Viserys, passei minha vida inteira te odiando, buscando uma aprovação mesmo de todas as formas erradas. Esperei sua ligação por anos...

Batia as mãos, esfregando urgentemente no rosto e chorando desesperado.

— Por que você não me ligou?

Debrucei em sua cama e chorava de soluçar.

— Eu queria te odiar, queria que você sumisse da minha vida, mas eu esperava todos os dias você me ligar. Então, você não tem o direito de ir embora, sem antes deixar de ser esse idiota comigo.

Sentia suas mãos geladas agarrar a minha. Então olhei para ele finalmente acordado, chorando, prestando atenção em tudo o que falei.

— Viserys?

— Daemon... Eu quero você e Rhaenyra juntos... vivendo juntos... Não vou mais me intrometer na vida de vocês.

Sorri, finalmente ouvindo algo carinhoso dele. Foi 18 anos esperando por isso, nem em seu casamento tive algo assim como foi agora.

— Suponho que não vou aguentar por muito tempo.

— Não diga isso irmão, está passando mal? Vou chamar um médico.

Gritei correndo no corredor e fui atendido por duas enfermeiras. Elas correram até a sala, mas quando chegamos o aparelho apitou seu coração sem vida.

Começaram a usar o desfibrilador, tentando reanimá-lo e aguardei aflito do lado de fora.

***

Espero que gostem e por favor deixem comentários, eu amo ler cada um deles. Me siga no Twitter: moneceles

Beijooos

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