Sangue do meu sangue

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Daemon adorava deslizar as mãos na lateral da minha coxa quando o sono não chegava. Ele sempre acordava de madrugada movendo para cima e para baixo preguiçosamente, resvalando os dedos na pele nua por baixo da camisola. Essa noite não seria diferente. Seu rosto permanecia no meu pescoço sentindo a respiração quente na nuca e beijos calorosos nos ombros.

A mão desliza com mais intensidade sentindo o choque do anel frio com a pele quente. Ele sempre usava anéis, foi a primeira sensação que senti quando me provocou no banheiro naquele casamento. Agora o anel era sua aliança, nossa aliança, do nosso casamento.

- O que está fazendo? - murmurei com os olhos ainda fechados.

- Acariciando a minha esposa - sussurrou aproximando seu nariz sentindo o cheiro do meu perfume.

Minha esposa. Eu não conseguia acreditar que estávamos casados com uma cerimônia linda e perfeita no jardim da nossa casa.

Sua mão seguiu até a barriga com movimentos circulares passando seu amor para a criança que se abrigou em meu ventre.

O médico informou estar com cinco semanas e desenvolvendo com saúde. Não precisava me preocupar com nenhum susto e poderia viver minha vida tranquila sem atividades pesadas. O medo que sentia sumiu ao ver o sorriso de Daemon observando o primeiro ultrassom. Manchas abstratas e escuras, mas de alguma forma ele conseguia encontrar onde estava nosso bebê.

- Será que dessa vez teremos uma menina? - ele disse com beijos suaves nas costas massageando devagar a barriga.

- Eu adoraria!

Meu maior desejo era ter uma menina, sonhava com seus cabelos ondulados e brilhantes correndo pelo nosso jardim no sol. Aegon sendo um verdadeiro irmão mais velho protetor e Nettles cuidando dos dois aos finais de semana, sentindo-se acolhida por nós.

- Vi um vestido lindo na loja, - ele continuava - era rodadinho, com as mangas bufantes, bem sutil, drapeado na cintura. A cor era um azul-escuro e coberta de estrelas douradas.

- Parece ser lindo, queria tanto ver.

A descrição me fez imaginar, ela rodopiando com os braços abertos e o vestido em sintonia com os seus giros.

- Bom, eu sou um pai emocionado. É claro que comprei.

Saltei da cama, sentando na beirada e olhando-o na fina luz da lua no céu noturno.

- Onde está? Eu quero ver! Porque não disse logo?

Ele sorria se divertindo com a ansiedade e euforia em minhas palavras.

- Não vou mostrar agora - ele colocava os braços atrás da cabeça - só quando confirmar se teremos uma menina ou não.

- Você não é louco de fazer isso comigo!

Um sorriso cheio de dentes estampou seu rosto travesso adorando meus gestos ansiosos. Engatinhei até seu colo subindo e implorando para mostrar esse pequeno pedaço de céu.

Daemon sentou segurando meu corpo ainda com ele olhando em meus olhos. Ele me deu três beijos: dois nas laterais da boca e um mais demorado no centro, puxando com a ponta dos dedos meu queixo.

- Vou te mostrar!

Desfiz minhas pernas em sua cintura facilitando o movimento para ele sair. Ele caminha até o guarda-roupa tirando o pequeno cabide bem embrulhado com uma capa transparente.

Admirei o quão maravilhoso estava, caminhando em minha direção, o cabide pendurado em seu dedo com os cabelos soltos e bagunçados, a barba um pouco crescida, mas perfeitamente cuidada, o peito desnudo deixando a mostra as tatuagens e uma fina calça preta, larga, demarcando tudo o que mais gostava.

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