Eu nunca...

1.3K 76 29
                                    

O nosso motorista Harold colocava as malas no carro e meu pai se despedia para aproveitar sua lua de mel. Estava sorridente, feliz, por mais que não concorde com essa união, vê-lo assim encheu meu coração de felicidade. Resolvi balançar a bandeira branca antes de sua partida.

— O que precisar pode me ligar  — disse com um abraço caloroso.

— Não sou mais uma criança pai, consigo lidar bem com as minhas responsabilidades.

— Sempre será a minha garotinha, Rhaenyra.

Alicent se aproximou observando Daemon perto do carro.

— Viserys ficou realmente feliz pela sua presença — ela dizia com uma postura julgadora, analisando suas vestimentas, tatuagens, como se o próprio demônio estivesse na sua frente — Espero que essa reconciliação traga juízo e comece a trabalhar em algo realmente sólido e não brincando de ser adolescente.

Daemon riu.

— Alicent, eu sou rico. Se eu não quisesse trabalhar nunca mais, poderia. O que eu faço é algo que realmente gosto e ainda consigo ganhar dinheiro com isso. Não sou como você que claramente casou por amor e não pelo status da minha família — respondeu ironicamente.

Isso realmente mexeu com o humor da minha madrasta, não conseguia dizer nenhuma palavra e sentia sua fúria a quilômetros de distância. Fiquei realmente surpresa com a resposta dele, pensei que era a única a odiá-la.

Criston Cole abriu a porta do carro enquanto Alicent entrava e agradecia.

— Então o segurança vai junto? — Daemon perguntou sorrindo sarcasticamente — Vocês realmente são um trisal?

Meu pai lançou um olhar furioso pela brincadeira. Segurei a risada para o comentário não ficar ainda mais constrangedor.

— Daemon! — meu pai gritou.

— Brincadeira irmão, apenas relaxe — brincadeira com fundo de verdade.

O carro partiu e nós acenamos finalizando a despedida.

— Não sabia desse ódio pela minha madrasta — eu disse.

— Sinto cheiro de quem não presta de longe e conheço o pai dela também. Nenhum deles presta.

***

O interfone tocou e a empregada atendeu sem demora.

— Senhorita Rhaenyra, Laena Velaryon veio visitá-la.

— Pode permitir a entrada, por favor.

Laena, em pleno domingo aqui? Com certeza não veio por minha causa.

— Doce Rhaenyra, está tão bela hoje — abriu seus braços finos para um abraço.

— Estou de pijama Laena, qual o seu interesse?

Ela analisou dentro da mansão procurando algo, ou melhor, alguém.

— Veio por causa do meu tio — eu disse cruzando os braços com os olhos semicerrados.

— Lógico, você acha mesmo que estaria aqui por você — respondeu com seu sorriso perolado — Também preciso pegar meu vestido de volta.

Droga, o vestido! Depois do nosso encontro no banheiro, as alças e algumas partes da vestimenta ficaram rasgadas. Ela vai me matar com certeza.

— Vem comigo, preciso te contar uma coisa — estendi minha mão e a puxei mais rápido para dentro de casa.

Assim que entramos, Daemon estava preparando algo na cozinha.

Estranhos PrazeresOnde histórias criam vida. Descubra agora