PEDRI

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— Por que você está aqui?

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— Por que você está aqui?

— Pedri.....

— Não. — afastei as mãos do meu rosto, saindo do transe e caminhando para acender a luz do quarto. Se Alexia pensava que eu me esqueceria do pesadelo que me fez passar em um piscar de olhos, ela estava muito enganada.

Que caralho ela estava fazendo aqui? Depois de anos ressurge como a cena de um filme dramático no exato momento do show. No clímax da rodagem que a personagem revela o segredo à todos, e eu até concordaria que esse papel se encaixasse em Alex, mas não seria apenas no meu lado que a corda arrebentaria.

Eu a conhecia. Sabia dos seus deslizes da mesma forma que ela sabia dos meus. Alexia ter aparecido me fez lembrar de quantas vezes imaginei essa cena, pensando se com o passar do tempo eu a teria perdoado por todas as noites que passei em claro.

Mas olhando-a aqui, agora, tendo Alexia no mesmo espaço que o meu, me confirmou que a fúria continuava guardada e esperando pacientemente o momento certo para sair de dentro do peito.

— Eu sei o que você está pensando e não foi proposital.

— Não foi isso que eu perguntei. — o paletó passou pelos meus braços e o coloquei em cima da cama, marcada por uma cor de areia igual as paredes do quarto. Retirei a gravata borboleta e a encarei, desabotoando também os botões da manga da camisa. — Quero saber o que você está fazendo aqui.

— Eu ouvi.

— Então responde.

Eu vi ela conversando com Garnacho e Rashford. Vi ela os abraçando e ficando evidente que aquelas perguntas não foram baseadas no profissionalismo. Alexia tentou dar uma rasteira na noite da minha premiação e pouco me importava se havia sido planejado ou não. Ficou nítido a aproximação pessoal dela com os dois quando passei em silêncio em direção ao caminho oposto. Tudo o que eu queria saber era o que Alexia França estava fazendo justamente em um momento importante para a minha carreira, me assombrando da mesma forma que se acostumou a fazer durante a sua ausência.

— Eu sou jornalista e vim a trabalho.

— Do Garnacho?

Ela revirou os olhos.

— Do United.

Do United? Como isso era possível?

Eu não queria transparecer que fui nocauteado desprevenido no meio do ringue, mas acabou sendo impossível diante de uma informação tão precisa. Se Alexia trabalhava para o clube de Manchester, significava que a mudança misteriosa se designou para a Inglaterra. E se ela estava integrada ao ponto de conter uma posição tão importante para vir acompanhar a cerimônia restrita de convidados, nada a impediria de estar presente nos jogos.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora