ALEXIA

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Minhas pernas doíam

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Minhas pernas doíam.

E eu adoraria dizer que esse fenômeno era devido ao tempo exagerado que passei jogando bola como antigamente, correndo em cima de uma esteira ou andado pela cidade de bicicleta, mas mesmo que ninguém tivesse a capacidade de ler mentes e saber da verdade sem que abrisse a boca pelo menos até o conhecimento geral da humanidade, parecia que uma grande cartolina estava pregada na minha cara com letras chamativas e explícitas o suficiente para contar à todos que me entreguei de bandeja ao meu inimigo.

E ex-melhor amigo.

Por duas vezes.

No mesmo dia.

Ah, meu Deus. Definitivamente eu não estava pensando como uma pessoa normal.

Pessoas normais querem distância de quem não gostam. Evitam contato. Falar. Olhar. Algumas cumprimentam rapidamente por educação, mas outras preferem não mover uma músculo da boca para proferir algo, e considerando todas as loucuras que Pedri e seus belos amigos vinham aprontando comigo, eu não deveria ser tão diferente desse grupo. Na verdade, eu deveria sentir o triplo de raiva e continuar colocando fogo na casa dele até que se cansasse e me deixasse ir embora para a Inglaterra.

Era isso o que eu deveria ter feito.

Era.

Infelizmente agora era tarde demais.

Porém eu também reconheço que em uma pequena parte oculta do meu ser rebelde ainda exista uma versão que consiga compactuar com a loucura de ontem. Por um lado eu estava completamente envergonhada por ter me deixado levar aos caprichos do calor humano e dos sonhos ridículos que me apareceram, mas por outro eu queria repetir tudo de novo. Deixar o caos de lado e permitir que agíssemos como duas pessoas que só queriam saciar o bom e incansável prazer carnal. Poderíamos nos odiar aqui fora, mas em compensação nos dávamos muito bem na cama.

E na varanda.

Parabéns, Alexia França! Você é uma piada! Bastou um dia de sexo que a minha cabeça já começou a apresentar falhas e muito em breve panes no sistema. Para o meu azar, aquele espanhol poderia ser um cretino e seguir todas as piores definições de um dicionário, mas eu estaria mentindo se dissesse que não gostei e que ele não entendia nadinha do assunto.

E até por ele ser bom me deixava com raiva. Eu não queria admitir que havia gostado.

Gostado da maneira que ele me tocou. Me beijou. Que realmente tenha aceitado a minha condição e se ajoelhado a mercê das minhas vontades. Eu não me considerava cem por cento inocente porque desde o começo dessa briga existiam os meus contra-ataques para o dar a mesma dor de cabeça que eu sentia, mas depois dele repetir tanto que me odiava e que eu deveria pagar pelo o que fiz, não achei que ele fosse se curvar à mim. Pedri poderia pegar o carro e encontrar qualquer mulher para ter na cama ou simplesmente ligar. Ele não precisava se submeter à isso.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora