ALEXIA

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— Eu já disse que não aconteceu nada

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— Eu já disse que não aconteceu nada.

— Não é o que está parecendo.

Reviro os olhos.

— Só estou cansada da viagem. — e invento uma desculpa qualquer e me levanto do sofá, pegando o último pedaço de pizza da mesinha e me jogando no outro móvel branco acolchoado. Marcus e Garnacho inventaram essa sessão de interrogatório desde que cheguei e não sei mais o que fazer para driblar-los de mais perguntas. Eles tinham razão em notar o meu semblante sem a mesma alegria que encontraram semanas atrás, mas eu não podia contar que saí de Tenerife porque eu e Pedri brigamos após anos sem mencionar as pendências do passado. Eu não estava preparada para ver as suas reações enfurecidas e magoadas por não ter falado antes, e precisava dos meus amigos comigo e esquecendo que um dia os deixei contra vontade.

Eu não queria me lembrar do que aconteceu.

Eu não queria me lembrar dele.

Os dois que estavam aqui eram os únicos que eu ainda tinha para chamar de amigos. De pessoas leais. Eles colocaram o band-aid em cima da ferida da confiança quando me mudei para Stretford, e aprendi que nem tudo estava perdido quando a vovó se foi. Ter que reviver as boas e más memórias na ilha na companhia do González foi mais difícil do que pensei.

Mas agora..... Acho que já acabou.

Todas as cartas foram colocadas na mesa e ambos sabiam perfeitamente a opinião referente ao outro. O certo é continuar sendo ele lá e eu cá para ter a paz de antes em nossas vidas. Fiz de tudo para que Dona Rosario não pensasse coisas negativas com a minha partida, e nem me lembro o que inventei de pendente que precisava resolver às pressas. De algum jeito Fê foi compreensível em me acompanhar até o aeroporto, e um lado meu desconfiou de que Pedri pudesse ter contado sobre a discussão, mas ele não conseguiu me manter em Tenerife. Diferentemente do outro irmão mentiroso e longe de ser um santo, ele entendia o meu espaço e não me obrigava a fazer nada que eu não quisesse.

Prometi a mim mesma que não me afastaria do mais velho nunca mais.

— Eu não engoli aquela história de pegarem o seu celular em Sevilha. — Garnacho relembra no canto do sofá à minha frente e quase rolo novamente os olhos, imaginando o que ele acharia se descobrisse que fizeram coisa pior do que aquela brincadeira infantil. — Ela estava falando comigo até que Gavi começar a falar umas piadinhas de merda sobre o jogo. Tem certeza que eles não te trataram mal? Porque se tiver.....

— Eles não fizeram nada que eu não soubesse lidar.

— Então eles fizeram? — ele me olha espantado e imediatamente escuto a risada de Marcus no outro canto. — Eu te falei. — o loiro aponta para o inglês. — Tinha coisa errada aí. Amanhã mesmo nós vamos tirar satisfação com esse Laporta e quem quer que tenha feito mal a nossa Lexi.

Risadas saem dos meus lábios e paro de morder a massa para não se engasgar com a loucura que escuto. Ele me lembrava o Fê às vezes. Sempre querendo me defender e me tratando como a irmã caçula, e que alegria ele ficaria ao saber que justamente os que ele mais gostava me infernizou dia e noite.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora