PEDRI

977 74 102
                                    

Dois dias

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dois dias.

Dois dias que cada metro quadrado daquele apartamento estava vazio.

E tudo isso por culpa dela.

Faltava mais três dias para a minha cabeça voltar a funcionar. Eu não sei que poder Alexia tinha para me tirar a sanidade mesmo estando longe, mas ela sabia fazer o feitiço. Era uma ideia sem cabimento deixá-la sair pela segunda vez da minha supervisão. Ela não tinha que ter ido para o território inglês nessa altura do campeonato. Por quê diabos o Laporta foi atender a vontade dela? Estive quase para entrega-la ao presidente que a culpa dos vídeos terem sido vazados havia sido totalmente dela.

E aí ela voltaria para a Espanha.

E provavelmente o contrato seria destruído. Se fosse fácil e seguro, eu já teria usado esse meio. Eu não podia arriscar perder Alexia agora. Se não houvessem treinos e jogos eu teria a buscado no mesmo dia. Não sei o que passou na minha cabeça em aceitar sem argumentar em nada. Eu poderia tê-la trancafiado de novo e escondido as chaves. Se Alexia colocasse fogo outra vez, me certificaria de ter um bombeiro em cada porta.

Jesus. Que porcaria de ideia era essa? Ela me fazia cogitar dezenas de atitudes irracionais.

E pior era que eu não me sentia nenhum pouco arrependido.

Eu a teria aqui.

E era isso que importava.

— Vocês viram a publicação da Lexi?

Retirei a toalha dos armários e encarei o amontoado dos caras envolta do holandês, olhando para o celular ativo no meio do círculo. O que ela teria aprontado para atrair tanta atenção ainda era um mistério, e esse interesse simultâneo me fez se aproximar já com uma carranca no rosto. Bastava falar o nome dela que eu esquecia de tudo. Dane-se o placar que nos deu mais três pontos hoje. Dane-se que fui chamado atenção por perder passes decisivos dentro de campo. A minha cabeça resetava e focava em uma só mulher.

Que de longe contribuiu para o meu mal humor.

— Ela parece bem. — senti um aperto no meu ombro somada a voz do Torres. A foto esboçada no aparelho era da jornalista no meio da cidade inglesa, comendo sorvete e feliz ao colocar trechos de uma música como indireta na legenda.

Jogadores. Haters. Não se importar.

Uma nítida alusão a nós.

Os mesmos que a infernizavam dia e noite. O restante do grupo estava começando a vê-la como uma amiguinha engraçada, e já escutei elogios referentes a sua determinação quando as nossas discussões eram aparentes. Alexia não parecia se importar com plateia. Se estávamos em público ou não, nunca foi empecilho para fazê-la fechar a boca, e mais cedo ou mais tarde acabariam sabendo que a nossa desavença ia além de perguntas inconvenientes no meio de uma premiação.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora