ALEXIA

1.1K 66 242
                                    

Anos atrás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Anos atrás.....

Jogos no meio da semana.

Eu não sabia qual era o pior entre ficar à tarde ou acordar cedo nos sábados para vir ao colégio, mas pelo menos hoje o inter-classe estava acontecendo no intervalo. Os meninos da nossa sala contra os da série anterior. Pedri nem precisava competir por fazer parte de um clube espanhol e prestes a fazer parte do maior do país, ele que era exibido demais e queria ficar chutando no meio da quadra.

E com certeza era de outro Pedri que eu estava falando.

Porque esse que eu conhecia fazia de tudo para ser discreto. O fato de estar em um time oficial não o impedia de continuar trocando passes na escola. Ele gostava do futebol. Gostava do esporte e não tinha o dinheiro como base. Pedri nasceu no meio disso e nunca deixaria de praticar por condições inferiores ao que ele já havia conquistado.

Tomei um gole do suco e sorri, vendo-o marcar o terceiro gol da partida.

Eu estava acompanhando de perto a trajetória de um jogador da seleção.

Eu sabia que ele seria um dia. Ele tinha potencial pra ser. Mas felizmente ou não, não era só eu que estava contente pelo desempenho do González. Sabrina gritava eufórica na final da arquibancada enquanto balançava os dois pompons vermelhos, contando para todas as amigas que o feito tinha sido para ela.

Piada.

Eu aposto que ele não prometeu nem um mísero passe errado para essa sujeita, ela que era emocionada e sonhava em ser esposa de jogador de futebol. Peguei uma batatinha do pacote e revirei os olhos, pouquíssimo interessada com as fantasias absurdas da Bailey. O meu olhar se encontrou com o dele segundos depois e acenei mais sorridente do que o normal, com ele tentando reprimir o riso pelo meu gesto forçado enquanto passava o tecido do casaco nos lábios e voltava para a posição inicial.

É óbvio que Pedri entendeu a minha imitação digna de Óscar da garota que tentava chamar a sua atenção.

Jogada à toa, importante ressaltar. Ele nem ligou para o show particular da líder de torcida. Pedri sabia que eu não ficava me sacudindo e dizendo à todos que ele era o meu melhor amigo e por isso tentou esconder o divertimento. Era eu que ficava vinte e quatro horas grudada feito um carrapato e vice-versa. Sabrina não passava de uma formiga comparado ao meu grau de importância na vida dele.

Tudo bem, talvez eu não devesse ser assim tão maldosa. Era só.... A pura e mais bela verdade. Que culpa eu tinha? Nenhuma.

O celular vibrou no meu bolso e me levantei, querendo verificá-lo com mais calma no pátio praticamente vazio do outro lado e por isso caminhei entre as pessoas na arquibancada. Se passou uma semana desde o estranho episódio na estrada e qualquer sinal a minha volta era motivo de preocupação, como se o assassino estivesse sempre me perseguindo e vigiando as minhas ações igual uma sombra. Eu me sentia dentro de um filme de terror esperando pela próxima ameaça do antagonista.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora