8 de outubro é o novo 1 de abril ;)
Acordei, eu acho.
Ou melhor, a minha mente acordou mas o meu corpo não. Não sei o que vem passando na minha cabeça e na do Pedri ultimamente, sendo dois animais famintos pela mesma comida, mas com certeza estamos em perfeita sincronia em relação aos nossos desejos. Não estávamos brigando para obter o que queríamos. O compartilhamento e a vontade de deixar ambos felizes e sem as máscaras do fingimento parecia ser tão mais fácil de manter o controle da vida agora. Tudo tão belo e tranquilo.
Que ironia. Controle da vida? Que espécie de controle estávamos tendo ao virar a noite em claro?
Tudo bem, talvez eu estivesse exagerando. Não viramos a noite em claro. Quero dizer, não literalmente. Pedri me acordou com beijos molhados no meio da madrugada e na segunda vez eu o acordei porque queria mais. Perdi as contas do que fizemos nas horas passadas, mas eu me sentia tão bem que até esquecia do fato das minhas pernas continuarem meio doloridas pelo segundo dia consecutivo.
E a primeira coisa que fiz foi tomar as benditas pílulas.
O engraçadinho me impediu de tomar ontem, embora eu apostasse que não valesse mais de nada, mas mesmo assim eu deveria bater nele por me deixar dolorida de novo.
Filhos agora nem de brinquedo.
Fui pega de surpresa quando o jogador disse que iríamos para Tenerife assim que levantei e o encontrei na cozinha. Eu não sabia se era uma boa ideia ter que voltar e reviver as memórias bem mais nítidas e sendo transmitidas lentamente em uma espécie de filme nostálgico na minha cabeça, mas ele argumentou dizendo que eu poderia encontrar alguma prova na casa de vovó sobre o meu nascimento, e nesse ponto ele estava certo. O meu coração batia forte só de pensar em passar pelas mesmas ruas de quando ainda estávamos na escola, porém eu e ela deixamos a ilha às pressas. Não voltamos mais e, depois que a vovó se foi, a chama da vontade se apagou com força.
Essa era outra coisa negativa também, de ir para lá. Eu me lembraria de Dona Yona e ficaria triste ao entrar no lugar que morei durante a minha infância e adolescência.
Embora eu soubesse que um dia, teria que enfrentar mais essa batalha.
E esse dia era hoje. Estava me arrumando em contra vontade e na vagareza de uma lesma, e aí o González percebeu e me ajudou a ser mais rápida. Vovó nunca foi de comentar sobre os meus pais e a vida passageira que tive em Marseille, então poderia existir muito mais coisas a se descobrir sobre o meu passado nas caixas que ela guardava, e esse foi um ponto crucial para me fazer ter mais coragem de ir. Pedri contatou imediatamente o mesmo helicóptero que fomos para Bilbao e mesmo sendo em cima da hora, não houve problemas para obter êxito no que queria.
Novidade. O senhor perfeitamente perfeito sempre tem o que quer.
E provavelmente faria duas horas que sobrevoávamos o mar do arquipélago espanhol, um azul brilhante e cheio de vida em todos os cantos que se olhava. Os meus dedos não pararam de apertar a mão dele nem por um minuto, contando em números infinitos o momento de estar em terra firme.
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Glitch • Pedri González
FanfictionFALHA ✓ | RED EDITION Desde que Alexia o deixou ainda quando terminavam o ensino médio, Pedri repudiou por muito tempo o conceito de melhor amiga. De confiança. Ninguém era boa o bastante para substituí-la ou esquecê-la. Ele continuou sendo assombra...