ALEXIA

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Pedri González é um idiota

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Pedri González é um idiota.

Ele não tinha, ou melhor, ele não tem o direito de me controlar. De estabelecer a sua vontade. De me colocar na droga de um carro e me arrastar por Barcelona! O que ele estava pensando fazendo esse jogo de puxa e empurra comigo? Eu não era o seu brinquedinho em forma de passatempo onde ele decidia a hora certa de ser legal e um completo imbecil. Em uma hora, Pedri me trata super bem me provocando com lembranças do passado naquele provador e no mesmo minuto ele me descarta feito lixo reciclável, jogando e reutilizando toda vez que o seu humor achava a melhor hora de dar um segundo de trégua.

Mas ele não se importava com isso.

Ele nunca se importou.

E eu não o deixaria me tratar como bem entendesse.

Pedri achava a sua mudança rápida de humor em cima de mim tão divertido quanto um filme de comédia estrelado por Adam Sandler, e era nessas horas que eu me perguntava em como pude ser amiga dele por tanto tempo. Talvez eu devesse ter batido a cabeça em alguma pedra da ilha quando era criança e não me lembrava desse ocorrido.

Era a única explicação lógica.

E por mais que eu reforçasse esse fato de tê-lo como melhor amigo por tanto tempo, essa versão era totalmente diferente da anterior. O Pedri de Tenerife não faria os seus amigos me infernizarem só porque ele achava que eu tinha culpa no cartório. Ele cuidava de mim. Ele se preocupava comigo. E não me atiraria feito uma bola de basquete na cesta para queimar na fogueira.

Tudo lá era mágico. A nossa história. A nossa amizade. O nosso crescimento. A confiança que tínhamos um no outro. Eu sei que fui corajosa em fugir. Pedri era o oposto do que é hoje e olhando-o depois de praticamente se ajoelhar para beijar a minha pele, eu desejei que ele fosse um homem melhor. Desejei que ele fosse aquele garoto de antes e não me cortasse com palavras duras ao sair do provador. Ele estava mudado e cada dia vivendo em Barcelona se comprovava isso.

E mais do que nunca eu tinha que me acostumar com essa nova versão.

Deixei a sala de reuniões e caminhei para o refeitório, sabendo que os jogadores haviam terminado o aquecimento para o jogo de hoje à noite e agora estavam almoçando. Eu fiz as contas no que Pedri gastou com os remédios e o café da manhã e estava disposta a devolvê-lo em cédulas. Eu não estava nem aí se ele era rico e isso deveria ser nada comparado ao que ele ganhava por mês. Eu não queria a sua caridade e não pedi que ele me desse um mísero centavo. Depois ele e os seus amigos jogariam na minha cara em o quão bom o santo González era comigo, e a última coisa que eu precisava era ser bancada por um homem de ego alto.

Cujas dívidas ainda nem foram completamente quitadas.

Parei na entrada e olhei para as várias mesas retangulares, cheias de jogadores com camisas de treino sem mangas e cabelos molhados do pós ducha. Ficava de frente ao campo esverdeado e a luz solar adentrava sem nenhuma dificuldade no espaço. Fiz uma varredura visual dos três demônios e marchei em direção aos últimos lugares com vista para a grama, retirando as cédulas do bolso e batendo com força no meio dos seus pratos de comida.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora