ALEXIA

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Buzinas incessantes de uma Mercedes AMG na entrada do meu prédio

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Buzinas incessantes de uma Mercedes AMG na entrada do meu prédio.

É claro que só poderia ser uma pessoa.

Corri para pegar a bolsa de mão em cima da mesa e me olhei pela última vez no espelho do quarto, com os móveis bagunçados no apartamento devido à avalanche de coisas que desabavam na minha cabeça desde que sai de Stretford. Eu estava nervosa com esse jantar e graças a Deus não vi a turminha depois que a minha conversa com Pedri se encerrou. Ele estava com novos aliados, como previ, mas a verdade era que eu não esperava por tanto. Era mil vezes pior. Bastava olhar para os três juntos e ver o problema que era tê-los como inimigos.

Não completou nem dois dias e os problemas já me deram as boas-vindas.

Mas eu precisava vestir a armadura e seguir para o combate. Eu não tinha ninguém aqui como apoio. Nem mesmo Garnacho para enfrentá-los por mim ou Rashford para sugerir um acordo de paz. E muito me admirava que Pedri realmente soubesse o meu novo endereço na cidade. Como ele conseguiu essa informação, afinal? Eu não tinha contado para ninguém. A esperança de que ele se perdesse por aí me procurando e cancelasse o jantar me encheu de alegria por algumas horas.

E era muita ingenuidade achar que Pedri não conheceria as ruas de Barcelona. Ele morava aqui, eu não. Quem era mais propícia a sair feito um vagão desgovernado era eu e não ele.

Xinguei baixinho ouvindo mais uma buzinada na rua. Eu sei que você está aqui, Pedri. Não precisa me lembrar que odeia atrasos. Desci os lances de escada porque o prédio era antigo e não continha elevador, mas para a minha sorte, o meu andar era um dos primeiros. Passei as mãos no meu vestido longo antes de cruzar pela portaria e respirei fundo, buscando confiança. Era um tecido liso, preto e de alças. Os meus cabelos estavam presos e apenas duas mechas frontais ficavam fora do coque. Eu não queria fazer companhia ao Pedri essa noite, mas também não iria me vestir fora da linha elegante que ele estava acostumado. Eu precisava aparentar estar forte, e a minha postura deveria estar sempre erguida para lidar com as novas inimizades da Espanha.

Cuja presença eu os veria quase todos os dias.

Os meus saltos pararam do lado de fora na calçada e o encontrei com os braços apoiados em cima do carro, me esperando como imaginei que estaria. O choque dos nossos olhares me fizeram petrificar por um breve instante, sempre me deixando mexida quando ele me fitava desse jeito.

Pedri chegava e a armadura ficava frouxa, muito propícia a cair.

E isso não fazia o menor sentido já que o efeito deveria ser justamente o contrário.

Os olhos escuros brilhavam como se eu fosse legitimamente feita de ouro, igualzinho no baile que a sua mãe o obrigou a ir comigo anos atrás. Na época que o ano estava acabando e ninguém queria fazer par com uma menina briguenta.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora