ALEXIA

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Eles estavam loucos

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Eles estavam loucos.

Na verdade eles são, pois essa classificação é a mais adequada de se definir. Eles fizeram aquela cena de terror no meio da estrada! Me usaram de saco de batatas e agiram como se fossem um bando de desconhecidos malucos. Não podiam simplesmente mandar uma mensagem convidando para se encontrar em um local qualquer e acertar seja lá o que pretendiam fazer? Garanto que teriam poupado muito mais gasolina em vez de me perseguir por essa cidade no meio da noite.

Não achei que fosse tão importante ao ponto de tirar as estrelinhas de suas casas e fazer essa loucura de última hora, mas bem, vemos que estive enganada.

Fora que parando para analisar, seria perda de tempo um convite. Eu não confiava neles e não iria de todo jeito.

Mas vemos também que eu não tive muita escolha.

Eu não sei como eles conseguiram me achar. No meu primeiro dia livre dirigindo o meu carro após buscá-lo no porto, os três me assustam e me obrigam a deixá-lo na estrada. E ei, e se alguém o pegar? Os meus documentos estavam no porta-luvas. O restante dos objetos não era importante, mas se por um acaso eu os perder por conta dessa maluquice, vou jogar tudo nas costas dos três.

E faço aquela cena na frente de todo mundo de novo para saberem como de anjinhos eles não tinham nada.

Depois que vi os carros do Ferran e do Gavi se aproximando, eu corri para fora com a mesma disposição de uma atleta olímpica. Pedri refez o seu joguinho em dizer que gostava de mim e que me queria, e não sei como isso foi possível mas caí nesse conto fictício.

E não me orgulho nenhum pouco disso, aliás.

O infeliz ainda conseguia mexer comigo como se tivéssemos na primeira noite que ele me ensinou a dirigir e isso era terrível. Pedri era o responsável por toda a desgraça que vinha acontecendo e principalmente por ter me sequestrado no meio da rodovia há minutos atrás! Como pude vacilar desse jeito? Foi só ele me beijar e deslizar as mãos em mim que eu.... Me perdi completamente na personagem que o odiava cegamente.

Ridículo.

É isso o que ele era. Um ridículo. Pedri só estava se aproveitando do momento para me colocar a mercê das suas vontades como tanto queria. Já se passaram quatro anos do nosso apagão amoroso que fantasiei e ele continuava agindo como se ainda estivéssemos lá na ilha, me deixando em dúvida sobre me querer de verdade e ao mesmo tempo me ver como uma amiga.

Só que agora ele não me queria como nenhuma das duas.

Nem como namorada e nem como amiga. Eu não era mais digna de sua confiança e o insuportável do Gavi me lembrava a cada minuto me chamando de traidora, o que era a maior injustiça já inventada. Eu sentia indignação ao ser tratada assim, como qualquer pessoa sentiria, mas de uma certa forma eu o entendia por ter essa opinião. Pedri contou somente a sua versão dos fatos, e bons amigos defendem os seus quando veem perigo à frente.

Glitch • Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora