- Eu vejo meus brinquedos espalhados. Estou no meu quarto e a babá está no canto lendo algo. Não quero mais brincar. Ela se levanta e vem até mim, passa a mão pelo meu cabelo e diz para eu continuar ali brincando quietinho. Mas eu quero mais biscoitos e ela não me deixaria comer.
"Aproveito que ela saiu, e corro porta a fora do quarto, encaro as enormes escadas que conectava o hall ao andar de cima onde eu estou, parecem enormes em comparação a mim, desço correndo, queria comer os biscoitos antes que ela me achasse. Pulo o último degrau quase caindo e sigo pela esquerda até a cozinha. Passo um tempo abrindo os potes que eu alcançava procurando pelos biscoitos, sei que devia ter mais em algum lugar por ali. Vejo o pote vermelho na prateleira mais alta que o balcão e puxo uma cadeira para subir e alcançar. Sorrio e anseio quando finalmente pego o pote e vejo os biscoitos enchendo a mão e comendo.
Escuto a voz da babá me chamando, e sei que ela logo me encontraria, saio correndo na direção oposta de sua voz, e me escondo atrás da pilastra, ela já estava me alcançando, não entendia como ela sabia o caminho que eu seguia, a casa era enorme. Escuto vozes alta vindo do andar de cima, fico em dúvidas se vou até lá, mas se fosse papai, ele brigaria comigo por estar fugindo da babá. Alguns minutos depois escuto um baque alto vindo do hall e minha curiosidade me faz correr até lá."
Daniel fica em silêncio seu corpo rígido.
- O que você ver, Daniel? - Spencer insiste para que ele continuasse.
- Alguém....caído na ponta da escada. - Ele demora a responder novamente- Minha mãe. É ela, estão gritando o nome dela, enquanto descem as escadas. Eu corro até lá, é ela, tem muito sangue ao redor dela. Eu a chamo também, tem muito sangue. - Ele repete, a voz ofegante- Meu pai e minha tia estão ali, eles tentam acordá-la. Minhas mãos estão em seu rosto, quero acordá-la. Por que ela não acorda? Levanto minha mão que estava ao seu redor quando vejo um líquido translúcido se misturar ao vermelho intenso chão. Levanto meu olhar e vejo que a água vinha de minha tia.
- O que mais está vendo, Daniel?
- Alguém me puxa, todo o corpo, estou suspenso. Meu pai me pegou e me entrega para a babá que também apareceu com aquela confusão, eu não quero ir, preciso ver minha mãe. Eu quero vê-la. - Ele se rebate no sofá, e Nathalie se aproxima, Reid sinaliza para que ela não o tocasse e ela recua.
- Daniel, preciso que volte. Quando eu disser três, você retorna. Um...dois...três.
Daniel abre os olhos assustado, olhando ao redor se recordando de onde estava. Ele olha para Nathalie que com cautela se aproxima. Ela a puxa em um abraço e ela sente as lagrimas do irmão enxarcarem seu pescoço.
- Eles a mataram. A mataram!
Ela procura por Spencer que os olha preocupado. Se as memórias recuperadas de Daniel fossem realmente reais. Isso era um grande problema.
- Isso não significa que eles a mataram. - Ela afaga o liso cabelo escuro do irmão.
- Daniel... - Spencer tentar chamá-lo, havia um detalhe no relato do rapaz que não podia passar despercebido. - O líquido que vinha da sua tia, ela estava grávida não é? Ao ver a fotografia, você começou a ter flashes de memória. Provavelmente, ver sua mãe falecida foi um trauma enorme que causou um bloqueio em sua memória.
- Estão insinuando que eu não sou filha de Antonella? Apenas porque nossa tia também estava grávida na mesma época não significa automaticamente que ela é minha mãe, certo?"? - ela pergunta oscilando o olhar entre o irmão em seu braço e Reid.
Ambos permanecem calados, era uma verdade difícil, e tudo piorava com a possibilidade do pai e da tia terem responsabilidade na morte de Antonella.
- E por que Gavin me criaria como sua filha, se eu não sou filha biológica dele? E por que ele me abandonaria após a morte da minha suposta mãe? Isso simplesmente não faz sentido
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hold On
FanfictionHá dezesseis anos atrás, a cidade de Las Vegas contemplou o mais belo romance surgido nos últimos tempos. Natalie Witherspoon vem de uma das famílias mais importantes de Las Vegas, uma jovem garota de dezessete anos, melhor aluna da escola, a caçul...