Hold On

Capítulo 2. Pai?

O destino realmente gosta de bagunçar com a vida das pessoas. Tudo seguia em seu mais perfeito ritmo (ou quase isso) até uma avalanche de surpresas.
Reid passou os últimos minutos encarando os dois a sua frente. Filhos? Ele tinha filhos? Gêmeos ainda? Daquela que destruiu seu coração? Engano, aquilo não poderia passar de um engano. Ele estava quase enlouquecendo naquela sala com apenas os três nela. Ele tenta normalizar a respiração, mas parecia impossível. Procura dizer alguma coisa, qualquer palavra, mas nada saia de sua boca.

O garoto o encara esperando alguma resposta, mas também não dizia nada. Não sabia o que esperar daquele momento. A reação do mais velho foi melhor do em sua imaginação onde Reid simplesmente os expulsaria, e pior do que outra imaginação sua, onde Reid os acolheria em felicidade. O garoto não sabia se sentia decepcionado ou esperançoso. Quando Reid finalmente pareceu que ia dizer algo, ele simplesmente sai da sala em passos apressados deixando Philip, agora completamente decepcionado.

Os agentes veem o amigo sair apressado e claramente confuso e se aproximam do colega que parecia inquieto.

- Reid, o que aconteceu? – Hotch agora presente pergunta. E os outros o encara aguardando algum manifesto do gênio.

Ele olha para os amigos, esperava encontrar algum tipo de resposta no olhar deles, mas óbvio que não, eles nem sabiam o que estava acontecendo.

- O que eu faço com eles? - pergunta, afinal não sabia que medidas tomar agora. Os dois jovens estavam ali sozinhos dizendo serem seus filhos. Uma parte do Doutor, queria pedir para que JJ ligasse para a mãe deles, mas outra não queria isso. Ver aquela mulher novamente? Não, não. Aquilo tudo era um pesadelo. Um pesadelo que não conseguiria fugir, pensou. Pois o dois falaram que ela já estava a caminho. Então a pergunta inicial volta, o que fazer com eles até lá?

- Reid, calma garoto. Primeiro nos diga o que está acontecendo. – Morgan pede colocando a mão sobre o ombro do amigo

- Pode começar dizendo quem são eles, e porque está tão abalado assim- foi a vez de JJ dizer. Penélope aparece apressada junto a Luke, que chegou a pouco tempo e não entendia nada do que estava acontecendo.

- Seus nomes são Philip e Diana Witherspoon. Filhos de Natalie Holt Witherspoon, mas sem registro do pai. Sabem o que é estranho? Ela se casou com um cara chamado Christopher Smulders antes mesmo dos gêmeos nascerem mas.....- Penélope para de falar ao notar Reid, que agora mantinha a atenção nela.
O gênio focou na parte que Garcia disse que os dois não tinham o nome do pai, e também sobre o casamento da mulher com o.....outro. Ele fecha os olhos procurando por calma. " Não seja estúpido" orienta a si mesmo.

- Eu sei que vocês já entenderam – fala para seus amigos. Deixando-os surpresos.

- Ai meu deus! – Penélope exclama exageradamente.

- O que eu faço? – pergunta para os colegas que o olhava com empatia por verem o estado do jovem gênio. Ele realmente não sabia o que fazer. E parecia desesperado.

- Bem eles são menores de idade.

- Ela já está vindo, eles vieram sem ela saber.

- Deveria conversar com eles, Spence – JJ orienta. Mas Reid continuava com seu olhar desorientado.

- Reid, os dois podem permanecer aqui até a chegada da responsável, mas vocês – Aaron aponta para os demais – voltem ao trabalho. Diz e antes de se retirar aperta os ombros do colega sussurrando um "Vai ficar tudo bem." Reid queria acreditar nisso, mas será que iria? Ele respira fundo tomando coragem e segue novamente até a sala. "Seja homem, Reid" diz para si próprio "Ou pelo menos haja como um".

Os colegas se entreolham. Jamais Imaginariam Reid sendo pai. Ainda mais de dois adolescentes. Todos tinham milhares de perguntas. Nunca viram Spencer com alguém. E agora dois jovens se diziam filhos dele. Os amigos se sentiam mal pelo comportamento do colega que parecia desesperado mesmo tentando ter calma.

- Eu sei pelo que ele está passando. – David comenta. Afinal poucos anos atrás descobriu que tinha uma filha, já adulta, fruto de um dos seus casamentos.

- Eu acho que é completamente diferente. – Derek fala.

- Por quê? – Alves pergunta.

- Porque ele é o Reid. E sabemos que ele não lida muito bem com mudanças, e dois filhos adolescentes são uma imensa mudança

Na sala os irmãos ficaram se olhando, deveriam sair dali? Não, era melhor não. Talvez não tivesse sido o melhor lugar para encontrar o homem. Mas por insistência de Diana, era melhor falar com ele no local de trabalho, do que no apartamento dele. Segundo ela era mais seguro assim.

- E agora? Ele pirou. – A mais nova pergunta.

- Ele pirou, Diana? Você o assustou sendo tão direta...

- Eu? Se eu não tivesse dito você não tomaria coragem, foi para isso que viemos, não? Se ele não acreditar, aceitar ou sei lá. Vamos embora.

- Mamãe ainda não chegou. – O menino fala impaciente. Sabia que a mãe não aprovava a atitude dele, e temia pelo que poderia acontecer.

- Já parou para pensar, que se ela nunca falou o nome dele, é porque tem um motivo? Ele pode ser louco. – A garota fala, mas eles já haviam formulado todas essas hipóteses.

- Ele trabalha para o FBI. –Ele responde, afinal pensa que por essa razão o homem não deve ser mau.

A porta se abre lentamente dando a visão do homem que adentra a sala receoso. Reid tenta forçar um sorriso que sai um pouco desajeitado.

- Oi. Eu sei que isso teve estar sendo difícil para vocês também, pois para mim está sendo. Bem... – ele força a garganta. – O que acham de se sentarem – fala apontando para as cadeiras. – Até a mãe de vocês chegaram e assim esclarecermos essa história?

Os dois se sentam e pensam como a mãe deve estar irritada. Em poucas horas ela estaria lá para confirmar tudo, bem é o que eles acreditam afinal a pequena investigação dos três irmãos o levou de frente ao agente.

- Estão com fome? Talvez sede? Eu poderia...

- Não, obrigado. Estamos bem.

- Claro. Sabe por e se chama Diana? – pergunta a garota de forma repentina deixando a mesma confusa. Que levanta uma das sobrancelhas em sinal que não entendeu a pergunta.

- O nome Diana tem origem do latim Diana, derivado do termo dius, que quer dizer literalmente "divina". - fala tentando reverter a situação, claro que a garota não sabia, ela nem sabia que ele era seu pai como saberia o nome da avó? Ele se assusta com o próprio pensamento, será que era isso mesmo? Ele realmente estava supondo que aqueles dois são de fato seus filhos. E ainda por cima a garota se chamava Diana por conta da mãe dele?

- Legal. Você sabe de muitas coisas. – Reid sorri para o garoto, não sentiu necessidade de falar suas formações. Não queria passar por prepotente. Mesmo completamente se sentindo confuso naquela situação, queria que os irmãos gostassem dele.

- Seu nome tem origem no grego Phílippos, união dos elementos phílos, que significa "amigo, amante", e hippos, que significa "cavalo". Carrega o sentido de "amigo dos cavalos", "o que gosta de cavalos".

A garota não se segura e revira os olhos, "Que interessante, estamos aprendendo o significado de nossos nomes" pensou com desdém.

- Legal, eu gosto de cavalgar. Nós dois gostamos na verdade. Jace também, mas ele não leva muito jeito com cavalos. – Fala rindo da lembrança que teve do irmão caindo de um quando mais novo.

- Jace? – Reid pergunta com a menção do nome desconhecido
.
- Nosso irmão, Jonathan. Nossa mãe praticamente o adotou. Ele é um ano mais velho que a gente. – Fala com um sorriso lembrando do irmão quase que adotivo.

Reid tenta conversar mais com os dois, e quase consegue, pois apenas Philip respondia. A garota apenas permaneceu sentada hora ou outra revirando os olhos ou se remexendo na cadeira demostrando seu desconforto em estar ali. Reid sabia que os garotos eram de Las Vegas em Nevada. Assim como ele...e ela. Naquele momento Philip se sentia estranhamente confortável em está na presença do homem que nunca conversou.