Sentimentos

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- Já te disse que te acho perfeito de óculos? – a garota o encara com um sorriso no rosto fazendo Reid corar.

- Eu tenho a impressão de que você não presta atenção em nada do que eu digo. – Spencer para a explicação e deduz ao notar o olhar fixo nele.

- Por que acha isso? - Pergunta colocando o cotovelo sobre a mesa e apoiando o rosto na mão.

- O que eu acabei de explicar?

- "Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade." – ela a próxima o rosto ao dele. – ou seja eu sou a Lua e você a terra. – Sorri e Reid se afasta com a cadeira.

- Você está completamente distraída essa é a Lei da Gravitação Universal. Estamos em trigonometria um pouco mais de atenção Nathalie por favor.

- Às vezes me pergunto se você faz isso de propósito. Aí eu me dou conta que não. – Ela ri.

Cinco horas da semana da jovem eram reservadas para as aulas com Reid. A agenda de Nathalie era tão cheia que esse foi o único jeito que a garota encontrou para ter a companhia do rapaz, infelizmente ele achava que ela realmente queria estudar.

- Senhorita, está atrasada para a prova do vestido. – A empregada adentra a sala informando e a garota afirma que já iria.

- Perdão, passei do horário. – Spencer se desculpa.

- Jamais. Que ir comigo ver o vestido? – pergunta sugestiva - Afinal, você vem amanhã não? Por favor não me faça passar o dia sem sua companhia, já será horrível, sem você então.... – Spencer se alegra em saber como a garota queria que ele estivesse lá.

- Eu virei, prometo. Mas sobre o vestido melhor não.

- Está bem. – Ela se apoia na ponta dos pés e deposita um beijo nos lábios do mais velho. Nathalie era uma moça alta, mas Spencer ainda mais.

Ela se acostumou a roubar diversos beijos do rapaz durante as aulas. Spencer as vezes desviava ou até mesmo correspondia receoso e envergonhado, mas contribuía e isso era um enorme avanço ao olhar da mais nova que via como um sinal verde mesmo que as vezes ele a repreendia para que voltassem as aulas.

Ao se virar Spencer a impede pegando em seu braço levemente soltando-o em seguida.

- O que... O que é isso? – pergunta tão baixo que Nathalie mesmo próxima a ele mal escuta.

- A gente? – ela mantém um sorriso sugestivo no rosto. – O que você quer que a gente seja, Spencer? – pergunta no mesmo tom.

Spencer pensa bem no que queria responder. Namorados? Ele não sabia se conseguiria dizer isso tão abertamente. Ele tentou colocar a garota contra a parede, mas acabou encurralando a si próprio. Antes de responder Daniel entra na biblioteca chamando a atenção da irmã.

- Nathalie já vieram te chamar pois está atrasada, tens horário, cumpre-os minha irmã. – Ela emite um "sim, senhor" batendo continência. Mas antes de sair grita a Reid.

- Me responde amanhã à noite. – Sorri largamente e sai apressada.

Daniel olha situação confuso mas prefere não questionar, não era de seu feito ser invasivo.

Daniel já havia conhecido Spencer Reid há algumas semanas atrás quando Nat indicou que o rapaz acompanhasse o irmão a um evento. Os dois se deram incrivelmente bem, mais do que ela esperaria.

- Eu te acompanho. – Oferece.

- Você ficará em Las Vegas por muito tempo? – O gênio inicia uma conversa.

- Não, na verdade voltarei daqui três dias. Acho que enlouqueceria caso permanecesse mais tempo nessa casa. – Comenta melancólico.

- Você dizendo parece que o problema está na casa não na relação com seu pai. – Spencer fala ao acaso, mas se arrependendo em seguida por parecer intruso. – Desculpa, eu não quis...

- Não, tudo bem. Tens uma certa razão. Mas acho que é a combinação de tudo, meu pai e as memórias ruins daqui. Não são muitas na verdade, nem de fato são memórias.... não sei se compreenderá. – Se envergonha em tocar no assunto.

- Posso tentar. – Dá um sorriso reconfortante. Spencer realmente não queria ser intrometido, mas estava curioso e o homem parecia não se incomodar em respondê-lo.

- É só que todas as noites nessa casa me trazem pesadelos que mais parecem reais. Sempre a mesma coisa. Os mesmos pesadelos desde criança. – Responde nostálgico.

- Pesadelos? Com o quê? – Daniel hesita em explicar.

- Minha mãe, a morte dela. – Passa a mãos pelos cabelos apreensivo. - Acredito que seja pelo motivo que mal havia um mês que tínhamos saído de Londres e nos mudarmos para cá quando ela faleceu. Não tive tempo de reconhecer aqui como um lar, com minha mãe...

- Sinto muito. – Reid não sabia bem o que responder.

- Só peço, por favor não comente nada com Nat, ela não lida muito bem com isso não quero que ela ache que... – ele desvia de alguns homens que passava por eles carregando algo. A casa estava bem movimentada para a preparação do aniversário de Nathalie. – Enfim, só não diga nada, por favor.

- Claro. – Garante, encerrando o assunto.

- Ah Reid, antes que vá, tenho algo para lhe dar. Aguarde uns minutos por favor, já volto. – O rapaz sai deixando o gênio parado no hall que passou a observar os trabalhadores que iam e veem. Não seria uma festa pequena constata.

Hold OnOnde histórias criam vida. Descubra agora