Sogra

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"Amor, me ajuda que eu sou voado

Cadê minha blusa?

Até agora não achei meu sapato

Ô-ô-ô-ô, sei que 'tá cedo, volta outra hora

Toque, toque, sua mãe na porta

Não era pra ela acordar agora


E, pra piorar minha situação

Eu vivo esquecendo o nome dela, ai, ai

Sorte que ela também anda esquecida

E, pra ajudar, tive uma ideia

O nome da sua mãe é difícil demais, eu não consigo lembrar


Eu vou chamar ela de sogra, ai, ai

Assim, eu lembro toda hora, ai, ai

Pra ela, também vai ser bom que vive esquecendo

Quando eu chamar ela de sogra, ela responde, "oi genro!"

( Interpréte: Dilsinho)

*** 🍳 ***

Estávamos os dois esparramados no sofá da casa dela, depois de fazer um amorzin gostoso. Ju estava toda em cima de mim e fazia desenhos no meu peito com as pontas dos dedos, me deixando arrepiado a cada toque.

Parecia que minhas mãos tinham ganho vida própria e eu não parava de passsa-las na lateral do seu corpo. Enrosquei meus dedos em seus cabelos e puxei sua nuca para mais um beijo quente, já sentindo todos os meus sentidos se agitarem e meu corpo ficar em alerta.

Estávamos nesse amasso quente, quando ouvimos barulho no portão e passos de alguém chegando até a pequena área externa que ficava antes da sala principal.

- Pelas caridades, Rodolffo ! Mainha chegou - Ju saiu de cima de mim, num pulo, pegando um pano todo florido que decorava o sofá e passando envolta do seu corpo.

- Misericórdia !

Falei pegando a única coisa que tinha em mãos, que era uma almofada.

- Tó, vista isso - ela falou jogando a minha boxer que estava jogada no tapete.

- E agora, Juli? - falei colocando rápido a minha cueca.

- Não fique ai parado, homi. Vem corre aqui para o meu quarto - disse me chamando com a mão e ficando no corredor que dava para os outros cômodos da casa.

Eu ainda consegui ouvir o barulho da chave na fechadura e o ranger da porta abrindo, quando passei pela Ju no corredor e ela ainda me deu um tapinha na bunda e ficou rindo. Custosa !

Cheguei no quarto para procurar minhas roupas e daí me lembrei que fui ficando pelado pelo caminho da cozinha até a sala, então eu só estava de cuecas. Engoli seco e já estava suando frio, eu iria precisar ir caçando minhas roupas que deveriam estar espalhadas por toda a casa...e Juliette nada de voltar !

Me apavorei quando ouvi as vozes delas rindo, reverberando no corredor e vindo ao quarto. Em um ato de desespero, vesti uma camiseta da Ju, com estampas de cactos que estava sobre uma poltrona. Camiseta, que na verdade em mim ficou quase uma mini blusa.

A arte do encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora