"Deus me proteja de mim
E da maldade de gente boa
Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde
Ilumine e zele assim"
( Interpréte: Chico César)
*** 🛵 ***
— Ju, ei Ju...não tá me ouvindo?
— Hum...o quê? Falou comigo, Rodolffo ? - perguntei voltando a prestar atenção nele.
Eu estava distraída penteando meus cabelos em frente ao espelho e Rodolffo estava parado de roupão na porta do closet. Nós havíamos acabado de tormar um banho rápido e silencioso, pra tirar um pouco da melancolia que tomou conta da gente essa tarde.
Passamos quase o dia inteiro no velório do Diniz e tudo foi muito pesado e triste. É claro que todo velório é penoso, mas, hoje eu me senti muito mal, porque talvez tudo poderia ser diferente. Talvez se a gente tivesse prestado mais atenção no comportamento dele, não sei...
Lá, só estavam presentes eu, Rodolffo, Rael e dona Lavínia, mãe do Diniz, que veio junto com uma vizinha. Aliás, a mãe dele é um senhora com aparência rígida, o rosto cheio de marcas de expressão que apontam como a vida foi dura com ela. A vizinha a trouxe, porque Dona Lavínia já não consegue andar, mal enxerga e o alzheimer já está em um estágio avançado.
— Eu perguntei se quer que eu faça um risoto ou peça pizza para o nosso jantar, Ju. Mas, tô vendo que ocê está com o pensamento em outras trenheiras, certo?
— Sim, eu estava pensando no Diniz - falei deixando a escova na penteadeira e indo até ele, para me aconchegar em seus braços - Foi tão triste perceber que quase ninguém se importou com ele...
— Talvez seja por tudo o que ele fez, minha pimentinha - Rodolffo falou me apertando mais em seus braços e eu afundei o meu rosto em seu peito - Não se esqueça que Pedro ainda está no hospital se recuperando.
— Eu sei, amor. Mas foi muito impactante vê-lo ali no chão.
— Ocê ficou impressionada. Tenta tirar isso da mente.
— Ah, isso vai ser muito difícil. Não vou esquecer o olhar dele naquela hora, visse.
— Ju, vem aqui - ele me levou até a cama, me sentei na beirada e ele se ajoelhou na minha frente - Tem certeza que ele não falou nada pra você ter ficado assim tão pertubada?
Respirei fundo e olhei pra ele. Enquanto eu não tivesse certeza das coisas que eu estava imaginando eu não iria preocupá-lo. Rodolffo tem essa calmaria, mas, quando fica nervoso acaba atropelando tudo e meu espírito investigativo de futura delegada, me alertava que era melhor ir com calma. Mas, havia algo que eu precisava resolver.
— Amor, senta aqui - pedi batendo com a mão ao meu lado na cama - Eu sei que tu vai achar muito estranho o que vou te pedir, mas, só peço que confie em mim, tá bom?
Ele arqueiou a sobrancelha e me olhou desconfiado
— O que ocê tá aprontando e que pedido tão esquisito é esse que eu vou estranhar?
— Não tô aprontando nada, visse. E eu queria pedir pra gente cuidar da mãe do Diniz.
— É o que, minino? - ele perguntou num supetão, me olhando surpreso, achando que eu estava brincando.
— Rodolffo, nós poderíamos colocá-la em uma clínica ou contratar uma enfermeira para cuidar dela em casa...não sei...mas, só não podemos deixá-la naquelas condições sozinha.
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A arte do encontro
FanfictionO que é o amor, senão a arte do encontro? Duvida? Então me explique, como pode duas pessoas tão diferentes nos gostos e na personalidade, se encontrarem e se apaixonarem perdidamente? O amor vale conviver com as diferenças e enfrentar as adversidade...