Malandragem

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"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha

Esperando o ônibus da escola, sozinha

Cansada com minhas meias três quartos

Rezando baixo pelos cantos

Por ser uma menina má

Quem sabe o príncipe virou um chato

Que vive dando no meu saco

Quem sabe a vida é não sonhar

Eu só peço a Deus

Um pouco de malandragem

Pois sou criança

E não conheço a verdade

Eu sou poeta e não aprendi a amar

Eu sou poeta e não aprendi a amar

Bobeira é não viver a realidade

E eu ainda tenho uma tarde inteira

Eu ando nas ruas

Eu troco um cheque

Mudo uma planta de lugar

Dirijo meu carro

Tomo o meu pileque

E ainda tenho tempo pra cantar

Eu só peço a Deus

Um pouco de malandragem

Pois sou criança

E não conheço a verdade

Eu sou poeta e não aprendi a amar

Eu sou poeta e não aprendi a amar

( Interpréte: Cássia Eller )

*** 🛵 ***

Saí do condomínio que Rodolffo mora ainda de madrugada. A noite estava fria por causa da chuva fina que caia e um vento gelado e cortante bagunçava as pontas dos meus cabelos, protegidos pelo capacete.

As pistas estavam bem molhadas e escorregadias, mas mesmo assim, acelerei o máximo que pude pelas ruas da cidade, sem me importar com as leis de trânsito e deixando lágrimas quentes descerem pelo meu rosto. 

Minha tristeza e aflição me levaram até o açude em que nos encontramos na primeira vez. Estacionei a moto, tirei o capacete e fui me sentar até um dos bancos que ficam em frente ao lago.

Abracei meus joelhos e fiquei absorta vendo o movimento das águas, os sons noturnos da cidade e sentindo a água da chuva cair sob minha cabeça, meu pensamento me levava para esses últimos dias e o que estava acontecendo...ou melhor...não acontecendo entre mim e Rodolffo.

Me lembrei do nosso começo, dos nossos sorrisos, chamegos, beijos e promessas e tentei encontrar quando e onde a gente começou a se perder um do outro, pois, tudo parecia ir tão bem e agora esse distanciamento, essa falta...que mesmo estando juntos, a gente vive separados. Será que só amor não basta?

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