Eu sou a diva que você quer copiar

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"O meu brilho você quer
Meu perfume você quer
Mas você não leva jeito
Pra ter sucesso, amor, tem que fazer direito

Eu já falei que eu sou top
Que eu sou poderosa
Veja o que eu vou te falar
Eu sou a diva que você quer copiar"

( Interpréte: Valesca Popozuda)

*** 🛵 ***

— Como assim meu carro não está pronto ? Eu disse que precisava dele hoje, pois, viajo amanhã cedinho.

— Veja bem, moça, o nosso serviço aqui é minucioso, a gente não faz nada no atropelo. Nossa garantia é o serviço bem feito.

— Quem é o dono desse muquifo?

— Sou eu mesmo. Nino, prazer - falou esticando a mão pra ela, que o olhou dos pés a cabeça e ignorou o cumprimento.

— Se o senhor quer que eu acredite nas suas garantias, não deveria estar agora cuidando do meu carro e não aqui, perdendo tempo? Tenho pressa, meu senhor.

— É que, um outro profissional que está cuidando de tudo.

— Outro profissional?

— Sim. E garanto pra  senhora que é o melhor que nós temos aqui.

Ela rolou os olhos e bufou.

— Mas eu preciso que ele seja rápido, também. Onde ele está? 

— Em um reservado que temos no fundo da oficina.

— Tô vendo que vou ter que apressá-lo. Vamos, pare de enrolar e me leve até ele. Agora!

— Vou chamar o Gabriel para acompanhá-la - só um instante - GABRIELLLLLLL !!!

— AÍ, quase estoura meus timpânos - ela reclamou, mas Nino nem ligou.

— Chamou, seu Nino?

— Gabriel, leve essa dona até o carro dela, por favor. É o Crossfox que tá lá nos fundos.

— É pra já! Me acompanhe, madam - Gabriel fez uma reverência e indicou o caminho.

Letícia bufou e seguiu para o lado onde o garoto indicava.

— Afff não vejo a hora de sair daqui e tirar esse cheiro de graxa que empestiou a minha roupa - ela pensava alto, enquanto caminhava ao lado de Gabriel - Não posso encostar em nada aqui pra não me sujar.

— Seu carro, madam - Gabriel fez um gesto exagerado apontando para o carro e antes que Letícia falasse alguma coisa, ele já deu as costas e saiu.

Letícia olhou para os lados e percebeu que estava sozinha e o local tinha um acesso bem isolado na oficina. O carro estava parado com o capô aberto e tinha um mecânico compenetrado, revisando algo naquela parte do carro.

— A-hãn - ela pigarreou para chamar a atenção do mecânico - Ei, você ! Eu vim buscar o meu carro - ela disse assim que o mecânico se mexeu e arregalou os olhos, quando começou a vê-lo melhor...ele não era alto...ou melhor...ELA...ela não era alta e olhou com aquele conhecido ar debochado para Letícia.

— Não pode ser - Letícia ainda tentou achar que era coisa de sua cabeça, mas, quando a pessoa a sua frente tirou o boné e deixou seus cabelos, infelizmente brilhantes e hidratados, caírem como cascata em seus ombros, ela teve certeza.

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Era muito engraçada a cara de espanto e ao mesmo tempo desconfiada de Letícia, quando me reconheceu.

A arte do encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora