Dissimulada

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"Você é tão dissimulada, descarada e sem vergonha
É lobo em pele de cordeiro
Quem não te conhece, compra, mas você, mulher
Não passa de uma bandida

Você é tão dissimulada, descarada e sem vergonha
Quem olha, vê cara de anjo, até parece santa
Mas você pra mim, mulher
Não passa de uma bandida"

( Interpréte: Israel e Rodolffo )

*** 🛵 ***

Saímos do hospital e encontramos o delegado Wagner na portaria. Assim que nos viu, ele veio até nós.

- Já avisei minha equipe e eles estão indo agora até a casa do Diniz para levá-lo à delegacia.

- Temos que ir pra lá agora?

- Não, Rodolffo. Assim que ele estiver conosco, eu ligo para vocês.

- Tá certo então, Bastião.

Estávamos nos despedindo, quando Rael nos chamou a atenção.

- Olha ali o Diniz ! - Rael disse apontando para o homem que atravessava a rua em direção ao hospital.

- Parado aí ! - o delegado gritou e Diniz se assustou e saiu correndo pela rua, em meio aos carros.

- Cuidado ! - eu só consegui ouvir Rodolffo gritar, mas não deu tempo, Diniz foi atingido por um carro , enquanto atravessava a rua afobado.

O carro que o atropelou parou e a motorista desceu gritando.

- Ai, Meu Deus ! Eu atropelei um homem !

Quando eu vi quem era, não acreditei. A barbie cafona da Letícia saiu a apavorada de dentro carro com as mãos na cabeça. Tudo aconteceu muito rápido. Enquanto Letícia gritava apavorada, Diniz se contorcia no chão bastante machucado.

- Gente, gente...socorre aqui - Rael voltou correndo para a recepção do hospital, chamando a equipe médica.

Eu e Rodolffo corremos até o Diniz, enquanto o delegado organizava o trânsito e expulsava os curiosos ali. Só que no meio do caminho, Rodolffo foi interceptado por Letícia que se jogou nos seus braços chorando.

- Rodolffo ! Rodolffo ! Eu atropelei...atropelei...meu Deus...que nada de ruim aconteça com ele.

- Calma, Letícia não foi sua culpa - escutei Rodolffo tentando acalmá-la com ela em seus braços.

Eu bufei e rolei os olhos, mas continuei correndo em direção ao Diniz que era quem precisava de ajuda naquele momento. Consegui chegar ao lado dele e fiquei ali, segurando sua mão e conversando com ele, na tentativa de reanimá-lo.

- Calma, senhor Diniz...vai dar tudo certo. O senhor precisa se acalmar. Os médicos já estão chegando, visse.

- N-n-não...deixe el...min..ma...ma. Cuid...cuida...

- Seu Diniz, pufavô não se esforce. Fique quietinho. Segure firme a minha mão...

Percebi que ele tinha batido a cabeça forte. Estava com dificuldades para respirar e era possível ver que havia fraturado uma das pernas. A situação estava muito difícil. Em um dado momento, ele me puxou para perto e parecia ter reunido suas últimas forças e disse próximo ao meu ouvido.

A arte do encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora