Por supuesto

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"Amanhã te quero, posso esperar
Eu hoje tô bem, quero ser o seu bem
Solta a mão do vão-vem, do vão-vem
Por supuesto, que não transpareço
Mas eu já rezei um terço hoje
Pro seu santo me guardar
Zerei as moedas do desejo
Pra você me dar um beijo, desembolar"


( Interpréte: Marina Sena)

*** 🍳 ***

― Já tô sentindo a sua falta, minha pimentinha - falei dengoso, segurando sua cintura e não a deixando sair pela porta de casa.

― Ô, bixinho...será por uma noite apenas. Amanhã a essa hora, estaremos casados. E além do mais, tu não vai ficar sozinho, seus pais já estão aqui na sua casa.

― Mas queria ficar grudadin em ocê - disse beijando o seu pescoço, fazendo ela soltar um gemido baixinho - E ocê tá tão gostosa nesse vestido.

Ela já estava molinha em meus braços e assim que eu comecei a subir a mão por dentro do seu vestido, ouvimos a voz de Bella atrás da gente, que estava nos esperando já do lado de fora da casa.

― Ô, criatura. Quer largar ela e deixar a gente ir.

Anêim, Bella...tu inventa uns negócio paia. Que história é essa que a Ju não pode dormir aqui em casa hoje?

― Ah, Rodolffo é o que a tradição diz.

― Que tradição? A gente nunca foi ligado nessas coisas, Izabella.

― Rodolffo, quem é a pessoa casada aqui?

― Uai, ocê.

― Então, sussega o piupiu que quem entende dessas coisas sou eu !

― Mas é que...

― Mas, nada...- ela disse me puxando pela mão - E ocê também vê se colabora Juliette e desgruda do meu irmão.

Oxente ! - ela falou com os olhos arregalados para a Bella, que a puxava pelo braço enquanto eu ia resmungando atrás delas.

Bella abriu a porta do carro e Ju, para não contrariar mais a minha irmã, entrou correndo no banco do carona, botando o cinto e fazendo uma cara engraçada com os olhos saltados e travando a boca. Bella só tá estressada assim porque ficou quase meia hora dentro do carro, esperando eu e a Ju nos despedir. Também, quem mandou ela inventar essa tal de tradição. Tem base isso, não.

Enquanto Bella dava a volta no carro para entrar no lugar do motorista, eu me abaixei um pouco, fiz um bico e grudei minha boca na janela do carro, ao lado da Ju, pedindo um beijinho pra ela. Ela deu risada, abriu o vidro, me puxou pela nuca e colamos novamente nossas bocas.

― Meu Deus ! Que grude ! Larga ela, Rodolffo. Credo.

Ocê é do mal, Bella. Além de separar a gente essa noite, ainda inventou essa tal de despedida de solteira.

― Problema seu que não quis fazer a sua também. Só sei que a nossa será bem divertida.

Anêim...ô Bella, ocê não tá me inventando de ter caboclo pelado lá, né? - perguntei com uma voz azeda e minha cara devia estar tão sofrida, que percebi Ju segurar uma risadinha.

― Bem que eu gostaria...hahahah - Bella brincou e a minha cara passou de sofrimento para desespero - Mas, não se preocupe, será só uma festinha entre meninas na casa do Rael, que aliás vem aqui pra sua casa dormir com você. Assim cê não se sente sozinho.

A arte do encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora