"Será que ainda guarda na tua boca aquele nosso beijo?
Amor, eu tenho medo, amor, eu tenho medo
Será que já saiu o nosso cheiro do seu travesseiro?
Amor, eu tenho medo e como eu tenho medo!"( Claudia Leite feat Juliette e Lucy Alves )
O show de encerramento das Fulô do Mandacaru começou e ninguém ficou parado.
Eu e Juliette dançávamos agarradinhos todas as músicas, enquanto Mel e Pedro dançavam e Rael, todo vermelho, dava uns passos tímidos com Dona Fátima que estava toda empolgada.
O sol já estava quase se pondo e as luzes do local davam um ar mais intimista e aconchegante ao lugar. Apesar de muita gente já ter ido embora, ainda tinha alguns gatos pingados por lá se divertindo.
- Juliette, o senhor Lorenzo quer conversar contigo sobre o encerramento do evento - a secretaria dele veio até nós nos avisar.
- Eu vou lál, meu dengo - ela disse perto do meu ouvido, fazendo arrepiar os meus cabelinhos da nuca - Me espera.
- Espero, bebe. Volta logo.
Aprovetei que Ju deu essa saidinha e fui até uma barriquinha próxima ali, pegar uma bebida. Assim que me serviram, fiquei bebendo e observando a animação do povo que ainda estava presente. Lucy e suas amigas mandam muito bem no forró e se deixasse a festa varava a noite e só terminaria amanhã de manhã.
Fiquei ali encostado na barraquinha quando senti alguém me observar. Dei uma geral com o olhar por todo o evento e vi Letícia do outro lado festa me encarando descaradamente. Virei de costas, porém, minutos depois a muié tava do meu lado me cutucando.
- Oi, Rodolffo.
- Oi - fui seco pra ver se ela percebia que estava a mais ali.
- Então, a coisinha conseguiu te convencer a vir para esse evento , cheio de... de... - ela não completou a frase, mas, pela careta eu já deduzi o que ela queria falar.
- Coisinha? Não sei o que ocê tá falando, Letícia.
- Sabe sim. Tô falando dessa tal de Juliette. Que se julga a dona do evento.
- Dona não...Embaixadora - falei com o dedo em riste e ela me olhou curiosa.
- Tu tá ficando com ela, Rodolffo?
Resolvi não dar atenção e ela interpretou meu desinteresse como um sim.
- Francamente, você esqueceu de mim muito rápido.
E se chegando mais próximo de mim, passou a mão perigosamente no meu braço e eu me esquivei.
- Eu tenho saudades da gente, mon amour. Da gente junto, dos nossos passeios, das nossas noites tórridas. Do seu cheiro. Será que você já se esqueceu de nós?
Continuei calado, observando o entorno e bebendo meu gim.
- Não é possível que uma simples ficante fez você me esquecer.
- Ficante, não. Namorada.
Ela fez uma cara entre surpresa e incomodada.
- O quê? Que fim de carreira é essa, Rodolffo? Um coisinha, até que bonitinha, mas, com cara de entregadora de pizza, sem modos, sem cuidados, sem talento, sem educação...
Eu tentei ignorar e continuei bebendo a minha bebida, tentando manter o meu modo Buda.
- Aliás, preciso saber qual feitiço essa garota faz. Você, Lorenzo..todos encantados por ela. E ela é um nadinha...uma merd...
- CHEGA, LETÍCIA !
Eu gritei, chamando a atenção de algumas pessoas ali e ela se assustou.
- Sei que não devo explicação nenhuma da minha vida pra você, mas, acho que ocê ainda não entendeu. Primeiro, ocê decidiu me trair, por isso, a partir de agora o que eu faço da minha vida amorosa, não lhe interessa.
- Não somos casados perante a lei, porém, tenho parte no restaurante. Fizemos um contrato na época.
- Logo, vamos resolver isso também. Segundo, fique longe da Juliette.
Ela bufou e riu irônica.
- Como seu eu conseguisse. Ela toda hora cruza na minha vida. Ficou com o meu cargo de embaixadora daqui e agora fico sabendo que roubou meu marido de mim também...
- Ela não roubou coisa nenhuma. E quando eu fui oficializar tudo, pra ser seu marido de verdade. Cê me deu o pé na bunda. Aceite.
- Não. Eu não aceito. E se ela pensa que vai ficar com mais alguma coisa minha, ela se engana. Somos casados, Rodolffo. Parte daquele restaurante é meu !
- Do que ocê tá falando?
- Que não vou abrir mão tão fácil do que tenho direito. Ainda mais pra aquela coisinha, uma calanga sem brilho e sem talento. O que você viu nela, Rodolffo?
- Bondade, somplicidade, honestidade, carinho, cumplicidade...amor ! Além dela ser linda, incrível, gostosa, engraçada, maravilhosa e dona da porr* toda, inclusive do meu coração.
Ela ficou me olhando e sua cara era de puro ódio.
- Pois pra mim continua sendo uma coisinha sem graça. Não tem nada a se apreciar.
Assim que ela disse isso, Lucy lá do palco, pegou o microfone e falou.
- Pessoal, pra nossa última música eu quero chamar pra cantar aqui com a gente, a minha amiga e embaixadora do evento: Juliette!
E para a minha surpresa, Ju subiu ao palco toda desinibida, com uma roupa diferente que ela estava. Pegou o microfone e fingiu estar nervosa.
- Meu Deus, amiga tô até tremendo - ela disse fingindo tremer mostrando as mãos para a plateia, que sorriam pra ela - Vocês me ajudem, heim. Pufavo.
E a música começou e Ju cantava linda e divinamente. Eu fiquei hipnotizado. Me apaixonei pela voz dela e ainda mais, por ela.
- Acrescente aí, Letícia. Dona da porr* toda e cantora - falei sem conseguir desgrudar os meus olhos do palco, vendo a minha Ju cantar.
Nota da Autora
a) O próximo é o último da nossa mini maratona. ( vai demorar um pouquinho pra sair, mais vai...ele é importante)
b) Um hotzinho pra fechar o sábado?...ou não...
c) A próxima música é quente e tocou no BBB21.
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A arte do encontro
FanficO que é o amor, senão a arte do encontro? Duvida? Então me explique, como pode duas pessoas tão diferentes nos gostos e na personalidade, se encontrarem e se apaixonarem perdidamente? O amor vale conviver com as diferenças e enfrentar as adversidade...