Coração de Quatro

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"Eu quero crise de ciúme
Daquelas que até o perfume é regulado
Que a minha mente desarrume
Amor que deixa a perna bamba e o coração de quatro"

( Interpréte: Israel e Rodolffo )


*** 🍳 ***

— O que vocês acham, disso? Eu preciso que sejam sinceros - perguntei para Rael e Laís, com Duda em meu colo.

Chamei os dois mais Duda, para jantarem em casa pra gente conversar sobre a nova fase do restaurante e o programa de televisão.

 — Eu acho incrível, cumpade. Além de ser algo que só vai valorizar a sua carreira como chef de cozinha, será uma baita propaganda para o Pimenta Rosa.

— Concordo com o Rael. Mas parece que cê não tá muito seguro sobre isso.

 — Ah, Laís. É que temos pouco tempo que reinauguramos o restaurante e fico com receio de dar esse passo maior ao abrir os serviços  de modo presencial.

— Mas não será nada diferente do que sabemos fazer. Não se esqueça que tivemos essa parada abrupta por causa do incêndio. Mas já estávamos voando alto com o Casa do Pequi.

— Ocê acha que a gente tem perna pra isso, cumpade? Eu digo sobre investimento, fornecedores...

— Rodolffo, se ocê quiser podemos inaugurar o restaurante já no começo do mês que vem. Está tudo pronto, só falta você dar o ok.

— Tem certeza, Rael? - falei balançando a Duda no meu colo, fazendo ela sorrir pra mim.

— Claro que eu tenho. Vai dar tudo certo, irmão.

— Então, vamos com tudo. Começo do mês que vem a gente inaugura.

— Feito ! - Rael falou, apertando as nossas mãos.

— E quanto ao programa ? O que cê vai fazer? - Laís perguntou.

— Bom, além de julgar os pratos, eu também vou ensinar algumas receitas aos participantes. Parece que terá gente que nunca fritou um ovo.

— Tá nervoso?

— Até que não, Laís. Só estava mesmo ansioso por causa dessa trenheira de ter que abrir o  restaurante para o público, mas, quanto ao programa eu tô tranquilin... 

— Laís, Rodolffo é todo calmo, esqueceu? - Rael falou virando para a esposa, mas, fazendo aquela cara que eu sei que lá vem piada - Ele só fica nervoso quando bate a ciumeira de uma certa motoqueira...

— Own, pópara de besteira. Tem nada desse trem de ciúmes aqui...

— Ahãn...sei - Rael falou com aquela cara cínica.

— E por falar em Ju, cadê ela? Não vem jantar com a gente?

Só de lembrar da demora da Ju, eu fechei a cara, fazendo com que Duda no meu colo, olhasse intrigada pra mim, passando a mãozinha no  meu rosto.

— Já tá vindo. Acabou de sair da oficina. Apareceu uma lata velha de um purgante lá e ela teve que ficar um pouco mais.

— Nossa ! Por que falar assim, cumpade?

— Porque o carro em questão é do meu ex - Ju falou entrando na sala, já arengando e vindo até nós.

— Oi, Ju.

A arte do encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora