Ciclone

212 32 24
                                    



" Cê vem de leve como quem não deve nada
Depois de tudo que levou
A minha paz, o meu juízo que já era pouco
Aceita, meu bem, acabou

Eu sei que você tá sentindo a minha falta
Que não consegue esquecer
A minha boca, a mordida no teu lábio
A saudade tá te mastigando pra valer

Não quero nem saber
Eu quase me perdi por causa de você
Por pouco, eu não esqueci meu nome
Eu quase enlouqueci tentando te entender
Agora que entendo, vê se some

Não quero nem saber
Eu quase me perdi por causa de você
Por pouco, eu não esqueci meu nome
Eu quase enlouqueci tentando te entender
Agora que entendo, vê se some

Não é você que vai matar minha fome
De desejo, de vontade
Eu rodo a cidade igual ciclone
Ventania, tempestade

Seguindo em frente, mente sã, paz renovada
Depois do chão frio que beijei
Curtindo o que me põe pra cima
Gente que me subestima longe de mim, é a lei

Eu sei que você tá sentindo a minha falta
Que não consegue compreender
Como é que eu não tô sentindo a tua
Como que eu prefiro a rua
Como que eu fui te esquecer

Não queira nem saber
Eu quase me perdi por causa de você
Por pouco, eu não esqueci meu nome
Eu quase enlouqueci tentando te entender
Agora que entendo, vê se some

Eu quase me perdi por causa de você
Por pouco, eu não esqueci meu nome
Eu quase enlouqueci tentando te entender
Agora que entendo, vê se some

Não é você que vai matar minha fome
De desejo, de vontade
Eu rodo a cidade igual ciclone
Ventania, tempestade"

( Intérprete: Juliette)

*** 🛵 ***

— Ainda não entendi o que estamos fazendo aqui.

Respirei fundo e pela enésima vez, desde que saímos de casa, expliquei para Rodolffo o motivo de estarmos parados em frente a academia do Rodrigo.

— Já te falei, amor. Nessa correria dos últimos dias eu não tinha percebido do dinheirão que estava na minha conta, achei que era tudo do cachê do Lorenzo. Só depois vi a mensagem que o Rodrigo mandou avisando que tinha depositado a parte que me devia dos empréstimos que eu havia feito pra ele na época que estávamos juntos. Só vim agradecer.

— E não podia só mandar uma mensagem de agradecimento? - estreitei os olhos pra ele.

— Não, Rodolffo. Apesar de tudo, eu quero ser gentil com ele, não se esqueça que ele cuidou de tu naquele dia que você apareceu feito um bode cachaçado na porta da minha casa - o lembrei e ele fez uma careta - Só a mensagem seria muito impessoal.

— Se o problema é gentileza , eu poderia pedir pra Mel fazer um bolo escrito "muito obrigado, com os cumprimentos de Rodolffo e Juliette" e a gente mandava entregar pra ele.

Bufei e rolei os olhos.

— Tu quando fica com ciúmes vira um teimoso que só o cão. Já disse que só vim agradecer. Se preferir , fique aqui no carro enquanto eu vou lá, visse. Será rápido - falei já sem paciência, tirando o cinto e abrindo a porta.

— Ah, mas num vô deixar ocê ir lá sozinha com aquele estrupicio. Tem base não.  Cêloko - ele falou tirando o cinto e abrindo a porta e eu ri do jeito ciumento e afobado dele ao sair do carro.

A arte do encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora