Enid
— Eu não sou um metamorfo se é o que está pensando — Se aproximou receosa da figura, olhou disfarçadamente para o atiçador de brasa na lareira — Nem pense em fazer isso.
— Dizer que não é um metamorfo, é exatamente o que um metamorfo diria — Estava atenta a cada passo que a menina desse. A mesma levantou as mãos em rendição e jogou a bolsa no chão, chutou até que batesse na ponta de seu pé.
— Abra, vai ver o motivo de eu estar aqui — Sem tirar os olhos da garota se ajoelhou e pegou a bolsa
Assim que abriu o zíper e olhou para dentro, viu seu celular, o mesmo que tinha perdido na mansão.
— Como achou isso?
— Já te disse, Chloe — Lembrou da promessa da criança antes de sair fugida — Ela me deu o celular e me pediu para te entregar.
— Você é a professora? — Concordou — Ela não me disse nada da nossa semelhança.
— Eu já sabia que nos parecíamos, só não imaginei o quanto — Arqueou a sobrancelha duvidosa — Eu sou vidente, Enid. Já vi esse encontro e por isso sei que ainda está pensando que sou uma metamorfo, e quer meter aquele atiçador na minha cabeça.
— Então sabe que eu posso muito bem-fazer isso — Ameaçou.
— Sei, por isso tem uma faca de ferro na bolsa, trouxe para te provar que sou tão real quanto imagina — De fato tinha um pequeno canivete dentro da bolsa, o cabo era entalhado a ouro com a lâmina completamente de ferro. A garota ergueu a manga da blusa e direcionou o braço em sua direção — Ande, acabe logo isso.
Segurou o braço da garota com firmeza, encarou-a nos olhos enquanto passava a lâmina no antebraço. A careta de dor foi evidente, o sangue escorria e pingava no chão, mas nada aconteceu.
Sua aparência não mudou, ela era real, completamente verdadeira. Sem mais dúvidas, pegou uma boa quantidade de lenços que ficava na caixa e pressionou a ferida com as mãos, tinha sido um corte superficial.
Uma leve dor acometeu a própria cicatriz no braço, um formigamento que há muito tempo não sentia.
— Isso é muito estranho — Deixou seus pensamentos saírem em voz alta.
— Se eu já não te conhecesse e não soubesse da sua existência, também ia querer te bater, fique tranquila — Deu de ombros.
— Como isso é possível? — Se sentou na poltrona e massageou a têmpora.
— Tente não pirar — Sentiu a mão gentil repousando em seu ombro — Eu vim porque vou te ajudar. Está tendo os sonhos, não está?
Levantou o olhar lentamente, raciocinando a pergunta.
— Eu também sonho, Enid — Tinha sérias dúvidas se já não estava morta e tudo aquilo não era uma miragem — A garota, ela realmente quer te ajudar.
— O que você sabe sobre ela? — Percebeu o olhar triste aparecer — A conhece?
— Sim, eu a conheço, e por isso posso afirmar para você que ela não quer seu mal
— Quem é ela? — Não aguentava mais aquela dúvida.
— Isabel, minha irmã — Se afastou com um pouco de brutalidade do seu clone — Eu não sou uma Alaric, meu nome é Emma Myers Langford. Se acalma, meu vínculo com eles é devido à Isabel.
— Isabel não é filha do Gregory? Como podem ser irmãs.
— Não Enid, Isabel não é filha do Gregory, o Alaric no nome não é por conta dele— Era perceptível como aquilo machucava a garota — É por conta do Jensen.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Don't give up (Wenclair)
FanfictionPossui conteúdo sensível/ +18 O amor é algo esquisito, não é mesmo, aparece de repente e você só vai perceber que está amando quando começa a machucar, quando pequenas ações fazem seu coração bater mais rápido, e quando vai ver, bum, está apaixonado...