O Contrato

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As ondas batiam nas pedras, era um barulho alto, a maré estava forte. De onde estava conseguia ver perfeitamente as anêmonas vermelhas, um simples toque e elas queimaria sua pele.

O sol estava em seus olhos a impedindo de ver com clareza, mas percebeu alguém do outro lado do penhasco. Gritou e a pessoa acenou, os cabelos loiros caiam sobre os ombros, era uma garota.

Buscou alternativas de chegar até ela, mas nada tinha. Gritou mais uma vez, mas dessa vez a garota apontou para atrás de si.

Olhou para trás, nada havia, mas sentia a sensação de estar sendo observada. Naquele momento o mar estava ainda mais nervoso, e as ondas bem mais altas.

Voltou a olhar para a garota do outro lado, mas ela não estava mais sozinha, uma garota menor que conhecia perfeitamente bem estava ao seu lado. Era Wednesday, e ela também apontou para trás de si.

Quando virou, só viu um vulto preto próximo do seu rosto e logo em seguida a sensação de despencar, tinha sido empurrada.

Caiu sobre as anêmonas, sentiu uma delas lhe perfurando as costelas. A água já não era mais azul, estava vermelha.

Nadou até a superfície e olhou em volta, Wednesday e nem a garota misteriosa estavam lá.

Mas a sensação de estar sendo observada ainda persistia, e ao olhar para cima, viu a figura encapuzada lhe encarando.

Não viu seu rosto, mas o sorriso, o sorriso era familiar. A figura levantou a mão lhe dando adeus.

E quando olhou para a água viu a barbatana, aquele era seu fim. A boca cheia de dentes pulou em sua direção.

Foi então que acordou.

Se sentou assustada ao ver os olhos de Jensen lhe encarando, o coração estava acelerado pelo sonho e pelo susto que tomou com o lobo.

Se encolheu no canto da cama e puxou as cobertas para perto, o moreno continuava lhe olhando de uma forma estranha. Não era dia, ainda estava no meio da noite segundo o relógio de cabeceira.

— O que está fazendo — o rapaz nada disse — Jensen?

— Hmm, quê? — Balançou a cabeça parecendo despertar — O que foi?

— O que está fazendo — Percebeu estar muito próximo — Por que estava me olhando?

— Desculpa Enid, às vezes eu acordo durante a noite e não percebo que estou acordado — Passou a mão na nuca sem graça — Não quis assustar você.

— Se afasta, por favor— O rapaz fez o que foi pedido e voltou para o colchonete.

Apenas se deitou e voltou a dormir como se nada tivesse acontecido.

Ficou observando Jensen por um bom tempo, não iria mais dormir aquela noite, o próprio sono tinha sumido e não voltaria, sabia daquilo.

Com cautela pegou o celular e se levantou, para ter certeza de que Jensen estava dormindo, prestou atenção no coração do rapaz, estava calmo. Aquela foi sua deixa para sair do quarto.

Tentou acostumar a visão no escuro, não poderia ligar a lanterna na área dos quartos, chamaria muita atenção.

Desceu a grade escada e voltou para o rau de entrada. Seus instintos falavam que o escritório de Gregory seria encontrado se passasse pela grande porta dupla. E foi o que seguiu.

Passou por um grande corredor, com janelas de vidro que davam para um jardim de inverno. Havia três portas ao todo, duas abriram com facilidade.

A primeira era uma sala de reuniões com uma mesa para vinte cinco pessoas, feita de madeira e com cadeiras estofadas em couro. A segunda porta era a biblioteca, livros do chão ao teto com sofás e poltronas confortáveis para leitura.

Don't give up (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora