Festa do pijama

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— Eu ainda não sei porque concordei com isso — Colocou o pijama na mochila — Não podemos ficar no quarto?

— Você prometeu, Enid — Também não estava a fim de ir a tal festa do pijama, mas estava fazendo aquilo para Sinclair voltar a se socializar e não se isolar como estava pensando em fazer — Se você não for Yoko virá até aqui, e eu vou fazer questão de jogar ela pela janela.

— Só por base, você sabe o que rola em festas do pijama? — Se sentou na cama de Wednesday e observou a menor  concentrada em arrumar suas coisas — Já foi em uma?

— Cheguei a ir a uma do time de escoteiro, mas acabou mais cedo — Escutou a risada anasalada de Sinclair.

— O que você fez para acabar com a festa? — Estava interessada — Sei que tem dedo seu. Afinal, você jogou piranhas em uma piscina.

— Aqueles seres que infelizmente tem a denominação de humanos mexeram com meu irmão. Já disse que ninguém mexe com o que é meu. — Não se arrependia nenhum pouco daquilo — E para sua pergunta, uma infestação de aranhas nos colchonetes foi o que deu fim.

— Bom, já que sua experiência foi vasta, vou te dar uma prévia do que pode rolar — Bateu no colchão indicando para que a menor sentasse — Conhecendo a Yoko, ela vai querer jogar verdade ou desafio e você já viu como ela gosta de provocar. Não será diferente lá embaixo. Muito provável que ela faça algo que incomode você, e isso está me deixando receosa.

— Não se preocupe comigo, Sinclair— Enid entrelaçou seus dedos.

— Wed, eu te conheço e sei como fica com as brincadeiras dela, não se esqueça que consigo ouvir seu coração e escuto como ele fica acelerado quando algo te incomoda— Falou séria — Eu não quero de modo algum que você se sinta deslocada ou insegura com alguma coisa que ocorrer nessas brincadeiras, porque eu sei que isso vai acontecer. Sei que vai ter perguntas inconvenientes.

— Aprecio sua consideração — Concordou com o que lhe foi dito — Mas não quero que se prive de compartilhar momentos com seus amigos por mim.

— Eu acho que nunca vou conseguir agradecer as coisas que você faz por mim— Acariciou a bochecha pálida e um tanto gelada.

— Eu ainda não fiz tudo o que desejo — Viu o olhar predatório da loba aparecer.

— Posso perguntar algo? — Deitou na cama —Se não quiser responder, vou entender.

— Se eu disser não, você vai me perguntar do mesmo jeito — Cruzou os braços e olhou a loba esparramada — Fala.

— Já pensou alguma vez em ter relação sexual? — O silêncio pairou no quarto.

Sentiu as próprias bochechas esquentarem com a avaliação de Wednesday sobre si, era um olhar onde nada parecia transparecer, talvez a menor estava pensando em possibilidades de torturá-la durante o sono.

Pigarreou e se levantando um pouco desnorteada, foi até seu lado do quarto pegando a mala que levaria para a festa. Wednesday manteve a mesma pose, braços cruzados e olhar enigmático em sua direção.

Sentiu um leve medo de ter ultrapassado as barreiras que não eram permitidas, olhava para todo canto menos para os olhos sem expressão.

— Você já? — Enid estava mexendo as mãos involuntariamente, Wednesday estava feliz por ainda conseguir causar nervosismo na garota.

— Não rebata minha pergunta com outra — Alertou — E eu já tive.

— Com quem? — Sentiu uma quentura crescer em seu peito, estava com raiva de descobrir quem tocará Enid daquela maneira, mas tinha necessidade de saber.

Don't give up (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora