— Eu sempre fiquei na dúvida de qual era seu dom, você tinha sonhos então a mediunidade era para estar com você. Mas isso é de família, então era óbvio que você teria — Emma balbuciava sem parar — Mas conseguir falar com pensamentos, puta que pariu. É fantástico!
— Ei, ei unicórnio saltitante, calma aí —Balançou as mãos pedindo para a irmã parar— Eu só converso com a Wed por pensamentos, nunca escutei outras pessoas. E isso muito provavelmente aconteceu por conta do meu vínculo com ela, por conta da marca.
— Enid, isso é questão de tempo até que você consiga ouvir o de outras pessoas. Se você se concentrar bem no pensamento de quem quer ouvir, você vai conseguir — Levou um chacoalhão nos ombros — Eu tenho um livro lá em casa que fala exatamente sobre isso, ele ensina o aprimoramento da telepatia. Vou lhe dar para poder estudar, talvez ele ajude você.
— Sua empolgação é contagiante — Revirou os olhos e riu.
Ficaram cerca de duas horas treinando os sentidos, desde o sexto até os primeiros. Emma sempre tentava lhe acertar com algum pedaço de pau ou com pedras no meio da cara. Em uma das tentativas não acabou desviando, o que causou um leve corte na sobrancelha, mas nada muito grave, só um pouco de sangue e o desespero da garota.
Estavam agora indo para a casa, segurava uma toalha no corte que insistia em ter sangramento. Tinha tentado tranquilizar Emma dizendo que a regeneração ia dar conta daquilo, pois não estava doendo. Mas de nada adiantou.
— Quer relaxar um pouco? — Riu do nervosismo da garota — Não é nada de mais, a culpa foi minha por não sentir a última pedrada.
— Não imaginei que de fato ia acertar na sua testa — Não desviou o olhar da estrada — Jenna vai me bater.
— Então é com ela que está preocupada — gargalhou — Deus, ela e Wednesday são tão parecidas nesse ponto.
— Eu imagino um encontro dessas duas — Falou divertida.
— Pelo menos elas já sabem da semelhança uma da outra, ia ser bem pior se fosse igual nosso encontro — Apontou os fatos ao lembrar da reação da fisioterapeuta mais cedo — Será que elas se dariam bem?
— Um dia vamos descobrir, mas acho que Wednesday ia demorar para se acostumar — O carro fez uma curva — Mas Jenna ia tentar se aproximar, não tenho dúvidas em relação a isso.
— Ela é uma pessoa boa de papo, não deixou o assunto morrer e sempre tentou me deixar confortável enquanto você não estava. Mesmo sabendo que eu e você somos quase a mesma pessoa fisicamente — Emma sorriu — Gostei da minha cunhadinha.
— E ela de você, Enid. É difícil vocês duas se odiarem, já que são a cara da namorada uma da outra — Aquilo era fato — E também -
— PARA O CARRO — Emma se assustou dando uma freada brusca. A castanha lhe encarou assustada quando o carro parou de derrapar na estrada.
— TÁ LOUCA PORRA? — Não deu atenção para irmã, seus olhos estavam fixos do lado de fora. Retirou o cinto e abriu a porta saindo correndo — ENID.
Seus olhos percorreram o ambiente, uma imensa clareira era o que envolvia a casa antiga, as rosas-vermelhas estavam cheias e bem cuidadas. A única coisa que impedia sua entrada na propriedade era um muro baixo com um portão pequeno de ferro.
Não pensou duas vezes em pular o murinho e pisar nos terrenos, o carro preto estava parado rente a porta. Não havia ninguém dentro.
Com cuidado para não chamar atenção, foi até a traseira e olhou a placa SVM-421, pegou no celular para confirmar, e de fato era a mesma placa que tinha sonhado.
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Don't give up (Wenclair)
FanfictionPossui conteúdo sensível/ +18 O amor é algo esquisito, não é mesmo, aparece de repente e você só vai perceber que está amando quando começa a machucar, quando pequenas ações fazem seu coração bater mais rápido, e quando vai ver, bum, está apaixonado...