Meu cunhado favorito

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‒ Cora Atrasada Orsini! ‒ um grito descontente rompeu as barreiras sonoras, atravessando as paredes e chegando até o banheiro

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‒ Cora Atrasada Orsini! ‒ um grito descontente rompeu as barreiras sonoras, atravessando as paredes e chegando até o banheiro.

Conheceria o tom irritadiço de olhos fechados e com fones enfiados até o talo do ouvido. No entanto, conhecer não significa que se daria ao trabalho de responder.

Cora bufou, mas não antes de empurrar seus fios rebeldes para baixo com as palmas úmidas. Para seu desagrado, o cabelo acordou de péssimo humor.

Segurando a ponta da gravata com os dedos, deu um pulo na hora de encontrá-las e dar um nó.

O engasgo veio quase de imediato.

‒ Como pode alguém prematuro demorar uma hora e vinte minutos para fazer algo simples como fazer xixi?! ‒ frustrada, deu umas últimas batidas na porta, sendo interrompidas apenas por uma voz branda ao fundo.

Soava tão calma em comparação com a da irmã que nem escutava o que falava. Provavelmente era seu pai, concordando com a filha que ‒ de acordo com ele ‒ definitivamente não é sua favorita.

Fechou os olhos com força, puxando ar para os pulmões.

Christa tinha o dom de fazê-la querer se enforcar, mas nunca achou que, em um dia fatídico, acabaria transformando essa vontade suicida em realidade.

Com certa dificuldade e ainda sentindo a pressão da gravata no pescoço, afrouxou um pouco o tecido, massageando o peito.

‒ Eu saí com uma semana de antecedência ‒ corrigiu, quase rugindo ao abrir a porta e dar de cara com dois corpos plenos no sofá.

Junni estava abaixado na frente de Christa, o semblante calmo e sem nenhum sinal de tensão. A garota permanecia sentada no sofá, os braços apertados em um gesto de malcriação.

Ao contrário do namorado, parecia ter acabado de descobrir que alguém comeu o seu iogurte favorito na geladeira.

Realmente, era apenas um corpo pleno no sofá.

‒ Bem vinda de volta, cunhadinha ‒ disparou por cima do ombro, tratando de se levantar com um meio sorriso no rosto.

Cora não conteve o alívio de vê-lo ali. Mesmo não ter se acostumado com o cunhadinha, era melhor do que o ex de Christa que a chamava de "bebê urso"

A voz soava tão natural e o rosto contribuía para eliminar qualquer dúvida se forçava intimidade.

‒ É bom estar de volta, caro Yun ‒ simulou um cumprimento cortês, em rápida reverência.

‒ Apenas Junni ‒ deu alguns passos para trás, instalando-se atrás da Christa emburrada e levando as mãos para os ombros tensionados ‒ Sua irmã deu um tapa na mão do médico quando nasceu e brigou por ter sido arrancada da barriga?

Cora riu.

A risada obrigou Christa a rosnar, piorando seu humor em, no mínimo, dez vezes. Pior do que o cabelo volumoso de Cora.

Aquele sapato vermelho [✔] - ATUALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora